Paranóia

Lucas Wormsbecher
Futuros de Curitiba
2 min readOct 20, 2016

-Desde que fui parar no hospital, meus olhos nunca mais foram os mesmos.

Essa era a queixa comum desse simples jornalista. Desde que desmaiara andando pelos corredores de seu apartamento e fora parar no hospital, ele sentia que não estava 100%.

O polêmico jornalista já tinha a um oftalmologista, porém não obteve resultados muito satisfatórios. E o sentimento de que as coisas não estavam normais abrangia não apenas seu "problema" ocular, mas qualquer possibilidade de andar pelas ruas da cidade.

-Pera… eu… acho que… ugh

Em mais uma de suas tentativas de descobrir esse mistério, o jornalista acabou descobrindo que esse incômodo se dizia a respeito á uma lente transparente e muito fina que havia sido colocado nele.

-Mas que diabos… é isso?

Num ato de desespero, ele se pôs a procurar pela lente em seu outro olho após já ter tirado a primeira, e, ao confirmar sua teoria, tenta retirá-la num movimento que combina o cuidado com a pressa de se livrar desse corpo estranho.

Ao retirar, ele percebe que a lente possuía um aro localizado no centro, porém minúsculo. Sem pensar demais, ele colocou as mesmas no primeiro pote de plástico que achou em seu banheiro, pegou sua mochila que continha seus itens essenciais de sobrevivência no meio urbano e rapidamente trancou seu apartamento e, apressado, se distanciou do mesmo, rumo á qualquer lugar que pudesse esclarecer a situação.

Não levou muito tempo para que, quando saísse do hall do prédio, fosse acometido por algo que o fez desmaiar na gélida calçada de petit pave.

Muito tempo se passou. Tempo esse necessário para que o jornalista voltasse á sua vida normal.

-Hmm… por que que essa bolsa fica dobrando onde não devia?

O jornalista começa a revirar sua mala.

O jornalista encontra uma forma estranha dentro do forro da mesma.

Ele corta o fundo com um estilete.

Ele acha um pequeno gravador de vinil.

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