Fellowship para jornalistas latino-americanas busca discutir dados de gênero com perspectiva regional

Giulliana Bianconi
Gênero e Número
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4 min readNov 11, 2016

O primeiro programa de Fellowship no Brasil sobre jornalismo de dados com foco em gênero tem início nesta sexta-feira (11), na Casa Pública, no Rio de Janeiro, e segue até 22 de novembro, com atividade aberta ao público no dia 17, quando haverá o workshop gratuito “Entrevistando bases de dados”. A proposta do fellowship é refletir e debater em rede as questões de gênero que perpassam a América Latina e produzir, ao longo dessas duas semanas de trabalho, conteúdos e narrativas a partir de dados que serão levantados e tratados. A iniciativa é resultado da parceria entre a revista Gênero e Número, o coletivo Chicas Poderosas e a Agência Pública de Jornalismo Investigativo, que viabilizaram a viagem e hospedagem de duas jornalistas latino-americanas para dar continuidade ao trabalho de formação e produção jornalística com dados abertos iniciado na #mediatonapower — evento realizado na Cidade do México, em outubro, pela rede das Chicas Poderosas, com mais de cem mulheres.

As diretoras da Gênero e Número recebem Kennia Velazquez e Gia Castello na Casa Pública, onde acontece o fellowship

Após uma chamada aberta às participantes dessa maratona mexicana, foram selecionadas as jornalistas Gia Castello (Argentina) e Kennia Velazquez (México), que trabalham, respectivamente, com realidade virtual de forma independente e com a produção de reportagem no jornal mexicano Zona Franca. Elas vão contar com mentoria da equipe editorial da Gênero e Número para desenvolver um projeto que será publicado na web ao término da imersão. “Gostaria de otimizar meus conhecimentos para produzir um jornalismo mais potente e que possa ajudar os gestores a enxergar a real gravidade da violência de gênero no meu país”, diz Kennia, sobre a sua expectativa para os próximos dias no Rio. Equatoriana que atualmente reside em Buenos Aires, Gia, por sua vez, espera conseguir explorar as possibilidades do jornalismo de dados para trabalhar temas como gravidez na adolescência.

As jornalistas Gia Castello (Argentina) e Kennia Velazquez (México), fellows do programa de treinamento

Para o período do fellowship estão previstas, além das sessões de trabalho diárias, conversas com jornalistas convidados e uma atividade aberta ao público e gratuita (com inscrições prévias e vagas limitadas), o workshop “Entrevistando Bases de dados”. “A ideia deste treinamento é mostrar como podemos encarar uma base de dados como uma fonte dentro do processo de apuração jornalística”, explica a Diretora de Dados da Gênero e Número, Natália Mazotte. Todas as atividades acontecem na Casa Pública, centro cultural de jornalismo. A experiência do fellowship será relatada continuamente nos perfis sociais da revista Gênero e Número e do coletivo Chicas Poderosas. Para acompanhar: Chicas Poderosas Facebook , Gênero e Número Facebook, Gênero e Número Twitter .

SOBRE O WORKSHOP “Entrevistando Bases de Dados”:

Quando: 17 de novembro

Horário: 18h às 21h30

Inscrições: http://bit.ly/workshop-GN
Atenção: as vagas são limitadas às primeiras 40 inscrições

Quem faz:

GÊNERO E NÚMERO é uma revista independente de jornalismo de dados voltada ao campo de gênero. A publicação busca contribuir para qualificar o debate sobre temas urgentes de gênero a partir de narrativas construídas com base em dados. É dirigida por uma equipe multidisciplinar que conta com programadores e jornalistas especializados em dados e produção multimídia, e apoiada pela Agência Pública de Jornalismo Investigativo e pela Fundação Ford.

CHICAS PODEROSAS é um projeto liderado pela designer multimídia Mariana Santos que busca fomentar o desenvolvimento de habilidades narrativas e tecnológicas entre meninas latino-americanas e formar uma rede de aprendizagem entre elas.

AGÊNCIA PÚBLICA: Fundada em 2011, a Agência Pública é uma iniciativa de jornalismo independente sem fins lucrativos focada na produção de reportagens investigativas distribuídas mais de 60 republicadores. Todo o conteúdo pode ser livremente reproduzido sob a licença Creative Commons. Sua missão é a produção de material jornalístico pautado pelo interesse público — visando ao fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e à promoção dos direitos humanos. Além de ser financiada através de campanhas de crowdfunding, a Agência Pública tem como parceiros fundações que investem na democratização da mídia como a Fundação Ford e a OAK Foundation. http://apublica.org/

Sobre a Casa Pública: A Casa Pública é o primeiro centro cultural de jornalismo do país, no Rio de Janeiro. Foi criada e é mantida pela Agência Pública de Jornalismo Investigativo. A Casa Pública é um centro para a produção, fomento, discussão e apoio ao jornalismo independente e inovador no Brasil a na América Latina. O espaço funciona de quarta a sábado, das 10h às 21h, na Rua Dona Mariana, 81 — Botafogo.

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Giulliana Bianconi
Gênero e Número

Director on Gênero e Número. >> Journalist << Colunista de gênero na Época online >>. <<Datajournalism>> www.generonumero.media