Nem todo artista é produtor

Jaqueline Chile
G2 Cultura
Published in
2 min readDec 12, 2019

O que você vai levar desta leitura?

  • Uma breve reflexão sobre o papel do artista e o do produtor cultural.

E estamos em paz com essa informação, desejo que você também esteja. Nem todo artista é seu próprio produtor e está tudo bem com isso. Alguns são, outros não. O artista deve sim ser o empreendedor do seu negócio artístico, mas assim como qualquer empresa ou instituição os papéis são divididos para que haja um melhor funcionamento da coisa.

Não ser seu próprio produtor não é um problema, desde que existe alguém tão inteirado de seu trabalho quanto você, que possa dissipá-lo por aí usufruindo da arte da produção cultural.

Exemplo:

Sou atriz e tenho um monólogo pronto para ser estreado, mas não levo o menor jeito com essa coisa de encontrar lugares para me receber, montar trâmites de logística, manter em ordem o camarim, acompanhar montagem e desmontagem… E sinceramente, não quero fazer isso, quero focar em meu trabalho como atriz (está tudo bem com essa opção também). É imprescindível que eu tenha comigo uma segunda pessoa, o produtor. Aquela pessoa que vai dar atenção para todas essas outras coisas.

Veja, o produto é um só: o monólogo; mas dentro dele existem outras pessoas trabalhando para que ele funcione: a atriz, o produtor, o fotógrafo, o figurinista…..

É estranho pensar num projeto cultural como uma empresa, mas tirando o preconceito do ‘tradicional’ da coisa, fica muito mais simples. Dividir seu trabalho com alguém é também sinal de expansão, e existem inúmeros produtores à postos para ficarem inteirados do seu projeto.

Sim, essa é uma premissa para um bom produtor: saber de cabo à rabo tudo sobre o projeto, assim ele tem liberdade de atuação e às coisas ficam mais orgânicas quando pensamos em processos que envolvem editais, escritas de materiais gráficos, conhecimento técnico sobre luz e som e inúmeros outros compostos de um espetáculo ou evento cultural.

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