Em um contexto tão pressionado pela inovação, como as escolas podem se atualizar frente às mudanças?

Mercedes
GabrielaMercedes
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3 min readFeb 13, 2019

Primeiro, a inovação não está feita, ela é um processo. Não é uma espécie de remédio que tomamos e em dois dias a mágica acontece. Ela é um processo de construção de pessoas, que pode ser inspirada por outras pessoas, ideias e experiências. Por isso é importante preparar uma literatura pedagógica sobre a realidade da nossa escola e sobre os aprendizados que acontecem nela.

Hoje já conseguimos encontrar experiências compartilhadas de professores inovadores ao redor de todo o mundo, mas ainda é pouco. Ainda existe muito educador que não registra, e isso é essencial para inspirar novas realidades. Em resumo, a inovação é sempre inspirada por outras realidades, mas é construída no interior de um trabalho feito por nós, entre nós, com os nossos recursos. Assim, vamos construindo uma escola que não tem como única missão transmitir o conhecimento.

Depois de entender o que é inovação em um contexto de construção do próprio educador, nós partimos para o desenvolvimento no contexto de transmissão de conteúdo. Ora, se podemos nos basear por outras ações inovadoras e construir a nossa baseada em nossa realidade escolar, o próximo passo é entender que inovar é quando resolvemos problemas reais, para pessoas reais e isso independe de tecnologias. Por isso, a ideia de levar "cultura de inovação" e não a tecnologia por si só.

A imagem que devemos ter da escola é a imagem de um laboratório, ou seja, um lugar onde todos podem produzir conhecimento e trabalhar em conjunto, não esquecendo que produzir conhecimento é aceitar e assumir que a escola tem um papel de formação não apenas para os alunos, mas também para os professores e diretores.

A ideia é que nós enquanto escola, aprendamos no nosso próprio processo de trabalho, refletindo e elaborando novas práticas, novos processos diferenciados e novas dinâmicas. Se deixarmos essas duas missões às universidades e outras instituições, perderemos as escolas enquanto lugares de inovação.

Se quisermos realmente manter nossas escolas alinhadas com o que o século atual pede e formar nossos alunos para essa economia do século atual, movida pelas novas tecnologias e pela nova revolução nas relações de trabalho, precisaremos dar espaço a uma cultura maker, ao " fazer para aprender", desenvolvendo e implementando metodologias ativas de ensino que tirem os alunos da zona de conforto da sala de aula e os desafie a criar projetos multidisciplinares, capazes de causar impacto real e efetivo na comunidade em que vivem e, assim, trazerem significado ao aprendizado.

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Mercedes
GabrielaMercedes

-Ai Gabi, só quem viveu sabe-. Chegue mais, pegue um café e vamos conversar ?