O valor no trabalho de um Community Builder para organizações e como usar isso a favor do “abrir caminhos” para a sociedade.

Mercedes
GabrielaMercedes
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6 min readMay 6, 2020

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Chego hoje com muito, muito amor e gratidão por poder compartilhar ações como a que irei contar.

É quase impossível você não impactar o caminho das pessoas durante sua jornada. E às vezes isso acontece e a gente não imagina o tamanho do potencial da nossa ação ali naquele momento. E poder parar, em tempos de pandemia, e revisitar o que o meu trabalho tem me proporcionado, é um momento que precisa ser tirado de dentro do meu peito.

O trabalho de um Community Builder não é construir uma comunidade em si, porque ela sempre está ali. O que nós fazemos na verdade, é despertar o senso comum de pertencimento . Ajudamos a resgatar práticas antigas, traduzindo-as para as nossas necessidades do século XXI.

Em um post passado, expliquei um pouco como estruturar um processo que faça sentido para essa construção de relacionamentos entre seres humanos reais, e como isso pode ser construído ao redor de uma marca sem que soe como algo benéfico apenas para aquela organização. Mas buscando gerar valor para todos que estão em ponto de contato com ela.

Hoje trouxe algo mais aplicável como exemplo de uma das ações que rodamos no Black Swan. A ideia aqui hoje é mostrar que facilitar a co-criação de uma comunidade não é apenas uma ação de conectar pessoas. Mas sim de fazer as conexões mais relevantes para cada uma, pensando minimamente em cada esforço aplicado.

Nome da ação: DESALINHA

Como gestora do Black Swan e tendo uma visão mais geral, operacional e estratégica para priorizar quais caminhos seguir com o time, principalmente analisando o contexto e se moldando a ele, para mim era essencial inserir práticas de fato de diversidade dentro do espaço.

Não sei explicar ao certo, mas na minha veia corre e grita todos os dias por ter pessoas cada vez mais diversas ao meu redor. Se tem algo incrível que pude aprender na minha jornada, é que se permitir conhecer pessoas é a maior prova de uma jornada de sucesso. Mas eu resolvi sair da posição de apenas conhecer para também lutar com elas.

Eu só estarei em lugares que se posicionarem como lugares que cultivam diversidade e inclusão.

Com essa inquietação, era hora de construir um programa pautado nessa necessidade. Com isso criamos o programa DESalinha.

O DESalinha surgiu com uma proposta de dar voz a diferentes comunidades e convidá-las ao nosso habitat, para compartilhar ideias e conhecimentos. Consideramos a diversidade como característica chave para uma cultura inovadora e criativa. Nossas diferenças nos unem e nos tornam mais fortes.

E não. Eu não tinha know how para falar sobre a temática. Pautar sobre questões de impacto como racismo, feminismo, diversidade, envolve sim um certo cuidado e isso para mim, era como estar pisando em ovos pois ainda me sentia muito insegura para puxar algo “sozinha”.

Foi aí que conheci o Eduardo Mota, hoje consultor de diversidade para empresas. E claro! Eu precisava ter ele ao meu lado para cocriarmos juntos esse primeiro encontro do DESalinha. (aprendizado 1: Cocriar com a comunidade é muito valioso)

O Edu tinha acabado de ser desligado de uma empresa e viu na consultoria, a oportunidade de trabalhar focado em algo que realmente tinha propósito para ele. (estratégia e oportunidade: Eu poderia conectar ele com todos nossos mantenedores, inclusive com empresas que já possuem setor de diversidade e fazer ele gerar sua autoridade com a Amarelix.)

Eu e o Edu tomamos vários cafés na Doc Brown ( cafeteria do Black Swan) e juntos fomos alinhando expectativa do evento com o posicionamento de marca do Black Swan . Ao final chegamos ao foco da temática: Discutir empreendedorismo LGBT+ no âmbito regional.

Queríamos posicionar nossos produtores culturais e produtores artísticos (como drags, djs, cantorxs) como empreendedores, pois nós sabemos que o caminho para eles muitas vezes fica limitado apenas ao próprio segmento. Trazer essa reflexão para eles também seria importante. Afinal, muitos empreendem nesses segmentos, mas sequer possuem essa lucidez de bater no peito e falar: sim, eu sou empreended(x)r. Empoderar era o primeiro passo.

O Edu já conhecia a maioria desses profissionais, Eu acompanhava o trabalho de muitos deles apenas pelas redes sociais. E graças ao DESalinha, pude conhecer de forma mais íntima cada um deles.~Foi incrível♥~

O Resultado do encontro foi esse :

Participantes que se inscreveram no evento

Possibilitar ser a ponte entre pessoas que normalmente são excluídas da sociedade a um ambiente que é visto por muitos como um ambiente de grandes possibilidades, até mesmo pelas empresas que estão circulando diariamente por ali, enche meu coração de felicidade. O caminho só está começando, olhar para nosso cenário MARANHÃO, NORDESTE, diariamente visto por muitos como um lugar de poucas oportunidades, e poder olhar no olho de cada um e ver o brilho de se sentir respeitado e valorizado, é a maior recompensa.

A fonte de abundância está aqui. Organizações, entendam isso. A fonte de talentos está aqui. Em pessoas que exploram a criatividade como ninguém porque o recurso é escasso. Como faz o milagre acontecer quando não se tem de onde tirar dinheiro para o recurso mínimo? Se tem uma coisa que aqui é explorada, é a criatividade.

E por que isso é importante para as marcas?

No caso do Black Swan:

  • O BS é para TODOS que querem inovar e empreender: E quando falamos todos, é realmente toda e qualquer pessoa. Soma quase como um propósito transformador massivo. E se nos posicionamos desse modo, precisamos garantir um espaço inclusivo e seguro para proporcionar oportunidades de crescimento para todos.
  • Diversidade: A diversidade está intimamente ligada com os processos de inovação. Segundo a Accenture, companhias que contam com a diversidade e inclusão em sua equipe, são 11 vezes mais inovadoras, e seus colaboradores são 6 vezes mais criativos do que os concorrentes. Como consequência de sair da zona de fala e aplicar isso na prática, nós começamos a atrair os melhores talentos.
  • Conexão pelo emocional com os residentes do Black Swan: Ações como essa, em um ambiente completamente diverso como é o BS, começa a conectar funcionários, residentes, mantenedores e comunidade a um nível muito mais profundo e emocional. E quando pensamos em “construção de comunidade” e senso de pertencimento, usar gatilhos emocionais como esses, nos ajudam a fortalecer mais ainda a relação.

A prova disso?

  • Tivemos pelo menos 1 membro de cada squad dos mantenedores participando;
  • Tivemos esses mesmos membros participando dos debates e fazendo perguntas;
  • Conseguimos com que o CEO do espaço participasse do evento. E isso foi extremamente positivo pois começamos a fazer um trabalho de desmistificar a ideia de que ele seria uma pessoa muito atarefada e que não tivesse tempo para participar de eventos como esse;
  • Entregamos valor para uma comunidade inteira LGBT+ e agora nossos braços possuem muito mais força. Entregamos respeito, verdade e geramos confiança para essa nova comunidade que começa a surgir.

Sobre os feedbacks pós evento:

> Compartilhamentos e comentários nas redes sociais

Vídeo: AQUI
Vídeo: AQUI

> Mídia Orgânica

>Painel de feedback

Quando isso acontece, significa que estamos conseguindo pulverizar nossa marca de maneira natural e orgânica, não ficando dependende 100% do desempenho do nosso produto principal. E no fim, o valor foi gerado para todos os pontos de contato.

CONHEÇAM O EDUARDO MOTA ♥

E você? Qual ação você já rodou e quais estratégias por trás, e pela frente, dessa ideia? Compartilha comigo :)

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Mercedes
GabrielaMercedes

-Ai Gabi, só quem viveu sabe-. Chegue mais, pegue um café e vamos conversar ?