Quais os desafios para gestores e educadores no novo cenário educacional?

Mercedes
GabrielaMercedes
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3 min readFeb 22, 2019

Não dá mais para se enganar. A educação está demandando mudança e quem não mudar, ficará infelizmente para trás. E isso não é algo para o futuro, já é uma realidade. O que mais temos percebido como empreendedores educacionais, e depois de fazer uma mineração de escolas em nossa região, é que muitas que antes possuíam tanto renome, hoje estão sendo apagadas pela pouca expressividade colocada em seus modelos educacionais e pela pouca construção de relacionamento com a própria comunidade externa.

Sim, a gente sabe o quanto é difícil lidar com caminhos diferentes, mas nós enquanto escolas, gestores e educadores precisamos desenvolver novas estratégias, inclusive para articular o trabalho com o currículo.

Muitos acabam pensando que é preciso abrir mão de objetivos, mas na realidade, é ao contrário. Os objetivos pedagógicos precisam apenas ser muito claros e as expectativas de aprendizagem precisam estar bem definidas. O que nós da Impacto Maker percebemos ( e que as escolas já sabem disso também, mas que agora a exigência de ter atenção nesse ponto chegou) é que os alunos aprendem de formas variadas e em ritmos distintos, e isso exige uma reestruturação curricular como um todo. Não adianta procurar novas caixinhas para encaixar novos conteúdos. Assim, esse desafio não se refere apenas aos professores, mas a toda a cultura escolar. E quando a gente chega com abordagens mais abertas, sem respostas certas, os próprios alunos ficam mais ansiosos e pedem um passo maior.

Nos próximos 10 ou 15 anos, quando nossas crianças e jovens estiverem ingressando no mercado de trabalho, o mundo corporativo será completamente diferente do que conhecemos hoje. A economia criativa irá demandar (e já está valorizando) profissionais que sejam inovadores, visionários e, acima de tudo, empreendedores: sempre prontos a enfrentar desafios e solucionar problemas. Sendo assim, você e eu, no papel de educadores e gestores, precisamos acompanhar continuamente a próxima invenção, a próxima tendência, o próximo mercado a explodir. Ou seja, está saindo de cena (ou pelo menos demanda-se isso) o profissional tecnicista e subindo ao palco o profissional criativo, aberto ao risco e à inovação, capaz de pensar o tempo todo fora da caixa.

E qual é a luz no fim do túnel para quem quer aprender essa nova dinâmica educacional? Simples(AH, SEJA SIMPLES!), porque a gente não precisa ter essa mania de complicar as coisas, sabe ? O caminho é a capacitação de nós educadores nas mesmas condições em que iremos atuar. Não é possível formar professores facilitadores desses processos em aulas expositivas ou transmissivas. Não é justo ensinar nós educadores, que iremos contribuir para que os alunos sejam curiosos, lidem com questões complexas, desafios cujas respostas não foram ainda dadas, sem que nós próprios lidemos com elas. precisamos lidar com o ‘’não saber’’, com a dúvida, com o desafio da investigação, de ser aprendiz e compreender o erro como parte decisiva para o processo de aprendizagem. É importante que seja colocado nossos conhecimentos, para além das nossas disciplinas. E precisamos desenvolver, assim como os nossos alunos, as competências para aprender ao longo de toda a vida, já que as certezas e os saberes estáveis duram cada vez menos e o que permanece é a nossa capacidade de compreender e reconstruir as nossas experiencias todos os dias.

Então, é todos os dias se levantar, dizer a si mesmo: Sei que novas metodologias e programas surgem enquanto eu dormia. Eu até posso não os conhecer, mas sei que posso experimentá-los e aprender a usá-los. Que posso encontrar parcerias para partilhar comigo as indagações e as experiências. E que não nos limitemos a transmitir conteúdos, mas construir as competências que levaremos para aprender a vida inteira.

Tudo que é novo é bom demais, e serve de novo objeto no diálogo com outros profissionais da educação. É construir o que chamamos de comunidade.

E agora? Mãos a obra ! :D

Ao erro, ao acerto provisório, ao fazer e refazer, como aprendizes educadores. Esses são os top tópicos do nosso atual século.

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Mercedes
GabrielaMercedes

-Ai Gabi, só quem viveu sabe-. Chegue mais, pegue um café e vamos conversar ?