As falhas de plantio e o poder da visão na fase mais crucial da cultura de cana

Gamaya Brasil
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7 min readJun 30, 2020

O plantio é considerado a mais crítica das etapas do cultivo da cana-de-açúcar. Uma operação bem feita pode ser um indicador de vários anos de bons resultados. Mas eventuais problemas nesse momento podem pesar por bastante tempo no bolso do produtor. Como se trata de uma cultura semi-perene, as perdas nessa fase têm impacto duradouro e são cumulativas durante todo o ciclo produtivo da planta, que dura entre cinco ou seis anos.

Por esse motivo, avaliar a qualidade do plantio é uma ação estratégica para usinas e seus fornecedores. Da uniformidade da germinação aos padrões de perfilho por metro, as informações obtidas logo no início da cultura serão referência para uma série de decisões que impactarão na produtividade e, por consequência, nos resultados financeiros provenientes do canavial.

Com um olho nos talhões e outro na calculadora, produtores percebem facilmente por que as falhas de plantio, se não corrigidas a tempo, são um dos principais fatores de queda de produtividade em suas propriedades. Segundo estudo do professor Rubismar Stolf, da Universidade Federal de São Carlos (SP), cada 10% de falhas em um canavial representam uma perda de 3,2% na produtividade. Assim, uma área com 20% de falhas resulta em uma colheita 6,4% menor cana do que outra em que o plantio foi realizado sem falhas.

Além de deixar de ganhar na colheita, o produtor gasta mais no manejo dos canaviais mal formados. Levantamento feito pelo Pecege indica que os custos com o trato cultural da cana-soca podem ser 25% superiores em um canavial com 20% de falhas, se comparado a um sem falhas.

DO SOLO AO CÉU

São dados importantes, mas que nem sempre foram suficientes para justificar um esforço de replantio das áreas com falhas. Isso porque, durante muito tempo, os recursos necessários e o tempo para identificá-las e medi-las, além do investimento na operação de replantio, não compensavam os benefícios obtidos.

O método tradicional de identificação de talhas é feito com o envio de equipes a campo, que fazem o trabalho de forma manual e por amostragem. É demorado e custoso, por exigir mão-de-obra mais numerosa. Além disso, as informações obtidas não são georreferenciadas, o que reduz a eficiência do replantio, e não identifica anomalias como pisoteio e doenças.

Plantio mecanizado no estado de São Paulo

Nos últimos anos, porém, o quadro passou a mudar. Primeiro, pelo aumento dos índices de falhas provocado pela mecanização do processo de plantio. O uso de máquinas plantadeiras reduziu o custo das operações, mas tornou o processo menos eficiente que o feito manualmente.

Além disso, sistemas de identificação de falhas com o uso de drones passaram a ser usadas com frequência nas usinas. Voando sobre os canaviais, os aparelhos cobrem áreas maiores em menos tempo e conseguem informações mais precisas do que as obtidas pelas equipes de solo.

Foi um avanço e tanto, mas muitas usinas ainda não conseguem obter melhores resultados com a adoção das imagens aéreas. Algumas, pela dificuldade em voar sobre todas as áreas cultivadas. Outras, em função da dificuldade para processarem, de forma manual ou semiautomática, as imagens obtidas em tempo hábil para a solução dos problemas indicados.

Identificação de falhas de plantio na tela da plataforma GAMAYA Viewer

OLHAR AGUÇADO

Graças à introdução de novas tecnologias de sensoriamento remoto, a possibilidade de fazer a análise qualitativa do plantio de forma mais rápida e precisa já é uma realidade. Uma das mais avançadas soluções para identificação e mensuração das falhas de plantio foi desenvolvida pela agtech suíça GAMAYA e utiliza algoritmos exclusivos, desenhados especialmente para esse fim a partir de uma tecnologia proprietária de imagens hiperespectrais, para automatizar o processo de análise das imagens realizadas por drones nos canaviais.

Parte do pacote CANEFIT, lançado recentemente o Brasil pela GAMAYA, a solução Falhas e Linhas Básicas de Plantio consegue processar grande volume de dados em pouco tempo, entregando relatórios precisos, georreferenciados e interativos em até 48 horas. Com grande capacidade de processamento de dados, garantida por um modelo computacional escalável, o produto da GAMAYA realiza de forma automática um diagnóstico do comprimento das linhas de plantio em grandes áreas, identificando e medindo as falhas operacionais nessa etapa, com precisão superior a 90%.

Comparação de índice de falhas em diferentes talhões

A análise é feita a partir de imagens aéreas dos talhões, feitas por drones (padrão RGB) nos estágios iniciais da cultura (até dois meses após o plantio) e inseridas pelos próprios produtores na plataforma Gamaya Viewer, uma ferramenta simples e intuitiva, acessível online e offline, em que se pode enxergar com detalhes os dados, análises e mapas gerados pelas soluções CANEFIT. Com as informações na mão, a usina pode planejar e executar operações de replantio mais eficientes, obtendo uma melhor rentabilidade com o aumento de produtividade de cada talhão e uma maior longevidade do canavial.

NA PONTA DO LÁPIS

O conhecimento da situação de cada talhão após o plantio é fundamental para que se possa fazer as contas que permitirão ao gestor agrícola decidir se executa ou não o replantio. Em geral, essa operação é viável em canaviais com índices de falhas superiores a 20%. Análises realizadas pela equipe da GAMAYA apontam que, em uma área com essa condição e localizada no centro sul do Brasil, a operação de replantio tem um custo médio de R$ 3.017,15 por hectare, já incluídos os serviços de voo do drone e análise das imagens pela solução Falhas e Linhas Básicas de Plantio. Ao longo de cinco anos de ciclo produtivo, os tratos culturais desse hectare somarão mais R$ 9.765,00. Assim, o custo total dessa área ao fim do ciclo de cinco anos será de R$ 12.782,50. Com base nos preços atuais da cana e da produtividade média brasileira, no mesmo período esse hectare pode gerar R$ 26.625,00 de receita bruta. Por consequência, o lucro por hectare ficaria em R$ 13.842,50 por hectare, sempre levando em conta um ciclo de cinco anos. Anualizado, o lucro com o replantio ficaria na casa de R$ 2,7 mil por hectare.

Além do ganho financeiro, o replantio gera uma série de benefícios agronômicos, preservando a produção nas áreas contíguas do talhão. Numa área com falhas, o potencial produtivo é subutilizado, gerando ineficiência no uso de fertilizantes e defensivos ou mesmo em ações de irrigação. Com isso, desperdiça-se recursos em áreas improdutivas.

Com a solução GAMAYA Falhas e Linhas Básicas de Plantio, as análises geradas automaticamente permitem que decisões sejam tomadas em tempo hábil para realizar as ações de replantio necessárias, independente do tamanho da área a ser verificada. Por ser escalável, a capacidade de processamento e armazenamento de imagens pode ser contratada sob demanda, reduzindo a necessidade de grande investimento em estrutura própria de TI.

Detalhe das linhas de plantio, com falhas identificadas

Os principais benefícios da solução GAMAYA Falhas e Linhas Básicas de Plantio:

  • Ao visualizar de forma mais efetiva toda a sua área, usinas podem agir para otimizar o uso da terra e maximizar o uso do seu potencial produtivo;
  • Redução de perdas e aumento de produtividade ao longo de todo o ciclo da cultura;
  • Processo totalmente automatizado de identificação das linhas de plantio e das falhas, permitindo acesso rápido aos dados de grandes áreas, com localização georreferenciada dos problemas detectados;
  • Capacidade de processamento de imagens para grandes áreas em tempo hábil para planejamento e execução de ações de correção e replantio com maior eficiência;
  • Relatórios entregues em menos de 48 horas e com mais de 90% de acurácia;
  • Utilização de machine learning para manter melhoramento contínuo da qualidade das informações e garantir sempre os dados mais precisos para as situações específicas;
  • Escalabilidade: o armazenamento é feito na nuvem, com limite flexível. Recursos contratados conforme a demanda por mais processamento de imagens.
  • Todas as informações disponíveis na plataforma Gamaya Viewer, permitindo fácil visualização em mapas interativos, de toda a área ou por talhão, em metros ou em porcentagem;
  • Estatísticas detalhadas, disponíveis nos principais formatos utilizados pela indústria e compatíveis com o maquinário agrícola;
  • Possibilidade de customização de informações como tamanho mínimo das falhas e classificação de intervalos;
  • Imagens NDVI dos talhões com a mesma resolução das imagens dos drones.
  • Ortomosaicos RGB dos talhões;
  • Mapas disponíveis para download em formatos GIS;
  • Integração dos dados aos processos das usinas.

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Para saber mais e conhecer em detalhes as soluções CANEFIT, entre contato conosco através do email brasil@gamaya.com.

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