Escolhas: A moral por trás dos games

Ala Khan
Gaming Club
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2 min readJun 13, 2017

Já é de conhecimento dos gamers que inúmeros jogos lhe deixam tomar as decisões para que a história continue dentro de sua própria visão. São inúmeras as situações em que temos de decidir o que o nosso personagem fará em relação ao mundo, aos seus colegas e a si mesmo; contudo, a grande parte dos jogadores deixam passar despercebido um aspecto importantíssimo por traz dessa mecânica relativamente simples: a escolha é um reflexo da condição moral do jogador.

Em “Dragon Age: Inquisition”, terceiro jogo da saga “Dragon Age”, nos deparamos com uma inusitada situação onde devemos decidir qual dos lados de uma guerra devemos apoiar: Os Templários, cavaleiros cuja função é manter a ordem e supervisionar o uso da magia; Os Magos, usuários da magia que acreditam nela como forma desenvolvimento da sociedade. A decisão advinda das opções oferecidas pelo jogo podem parecer simples, mas acabam por se tornar complexa, por mais rápida que seja.

As decisões de Dragon Age colocam o jogador em um embate político, social e econômico consigo mesmo.

A decisão passa por um processo de análise por parte do jogador que define, dentro de seus conceitos éticos e morais, o possível melhor resultado. Apoiadores dos Templários tendem a manter-se conservadores quanto ao uso da magia, acreditando que isto pode os colocar em situações de perigo. Já os apoiadores dos magos acreditam em uso mais liberal da magia, possuindo a crença de que a magia não foi explorada em sua totalidade e pode trazer mais benefícios do que malefícios.

Em uma concepção mais realista, jogos como “Life Is Strange” e “Catherine” apresentam escolhas mais próximas do que vemos no cotidiano. Ser ou não fiel no amor, perdoar ou devolver um insulto, ajudar ou não alguém a concluir uma tarefa. Pontos minúsculos em nossa vida que parecem banais, mas são dotados de uma realidade deontológica extremamente característicos de nossa personalidade.

Em “Life is Strange”, o jogador faz escolhas ligadas ao cotidiano de uma adolescente, algo mais maleável dentro de um padrão mais realista.

Em suma, jogos que apresentam escolhas possuem a capacidade de construir auto-conhecimento e de formar opiniões sobre os mais diversos assuntos; dando uma maior oportunidade de liberdade de expressão, reconhecimento do efeito de ação e consequência e preparação do exercício da democracia além da justiça social em casos reais no futuro.

A decisão de seguir uma certa facção, aliar-se ou não a um certo personagem ou escolher entre fugir ou lutar em uma batalha não é apenas uma diversificarão de enredo e gameplay, mas um reflexo da personalidade do próprio jogador.

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