Persona Gamer — Lucas Ghedini

Jhennifer Christine
Gaming Club
Published in
5 min readAug 23, 2017

A pessoa do quadro é nada mais nada menos que o nosso Alazão (vulgo Alá, Lucas Ghedini Antônio ou Mr.Khan), que tem 19 anos fez administração na FEA-RP. Cofundador da entidade e ex-líder do time de projetos da gestão New Game da Gaming Club.

Por que você escolheu seu curso? Tem alguma relação com seus hobbies?

Escolhi administração porque queria ter uma base de gestão, já que um dos meus sonhos é trabalhar em uma empresa que possua um envolvimento no ramo de games (principalmente na criação de conteúdo). Mas as coisas mudaram, hoje não me vejo mais como gestor. Ainda quero ver um game (ou um filme/seriado) que contou com a minha participação, mas com algumas de minhas criações ou universos nele presentes. Audacioso?, Um pouco, mas nunca se sabe não é mesmo?

Por que decidiu fundar a Gaming Club? Qual a sua visão sobre o mundo dos games na faculdade de hoje e o que você prevê para o futuro?

A Gaming Club na verdade surgiu do nada. Veio de uma ideia (que na verdade era uma piada) de que “poxa, imagina uma entidade sobre games na faculdade?”, já que os games (e os gamers) são muito apagados, dispersos e sofrem de um grande tabu dentro do mundo universitário. Por exemplo, eu só descobri que um colega próximo jogava porque comentei em uma carona da faculdade até a minha casa e, do nada, ele falou que também jogava; foi daí que veio a ideia de criar o elo que unisse jogadores e fortalecesse a comunidade. Estamos aqui para desmitificar que video game é coisa de criança, de “virjão”, que não pode ser levado como assunto sério e que só é coisa de homem. Os games podem ser usados de uma forma muito positiva no meio acadêmico, já que existem muitas estratégias usadas em um game (ou no mundo ao redor dele) que desenvolvem o pensamento crítico ou uma habilidade estratégica.

Você tem um estilo de game predileto? O que joga em seu tempo livre?

Sou um cara que joga de tudo, tudo mesmo. Gosto de explorar coisas que eu nunca pensei que fosse jogar (como o caso de Dark Souls, que jurava que não ia passar raiva com ele haha). Sempre adorei jogos do tipo Survival Horror, porque esse cenário faz com que você cresça e se desenvolva para sobreviver (sem contar o fato que amo escrever terror também, hehe). Gosto também de Estratégia (XCOM, especificamente) e no ramo de multiplayer, vario desde jogos puramente competitivos até os de sobrevivência (Battlegrounds, The Forest e modos de jogos do GTA V). De longe, meu estilo favorito são os RPGs, minha paixão é extremamente sincera em poder criar seus personagens e poder se colocar dentro de um universo, ver que você faz um impacto no mundo ao seu redor. É uma das melhores sensações e uma transparência do mundo real, onde suas decisões realmente importam (seja no patamar ético, político, etc).

O que ser gamer significa para você? E o que um game significa para você?
Games são um universo totalmente completo e novo. Assim como o cinema, video game é uma arte. Os game são para mim a oitava arte, já que, assim como uma obra cinematográfica, os games abrangem todas as outras artes, (seja música, livros, etc). Qual a diferença do video game para um filme? O filme você assiste, come pipoca enquanto vê uma obra de realidade ou ficção. O video game se torna maior que o cinema porque possui a relação direta com o usuário. Ele não vai se finalizar sozinho; você participa das ações, é ativo e toma decisões. Isso faz com que ele seja totalmente imersivo, já que você passa a fazer parte do universo do game em questão. Ser gamer é ser uma pessoa que se envolve. Para uma coisa rodar, é preciso botar a mão na massa. Ser gamer por definição ser alguém que faz as coisas acontecerem.

Qual a melhor experiência que teve com um jogo?

Foi com um dos jogos que mais marcaram minha vida: Red Dead Redemption. Aprendi que por mais que as coisas aparentam estar bem e que tudo vai dar certo, você deve manter os olhos abertos, porque uma reviravolta sempre pode acontecer. (PS: Sem spoilers do que aconteceu, mas foi uma das poucas vezes em que chorei assistindo ou jogando algo)

Se você fosse para uma ilha deserta com um console (PC, XBOX, PS, etc) e um jogo, quais seriam suas escolhas?

Com certeza levaria meus PS4 com o meu Bloodborne. Gastei quase quinhentas horas com esse jogo, e estaria disposto a gastar mais quinhentas caçando as bestas de Yharnam. Sério, Lovecraft + Games + RPG. Quer combinação melhor que essa?

A primeira vez a gente nunca esquece. Com qual game você teve a melhor experiência da sua vida? Qual a mais marcante?

Com certeza, o jogo que me trouxe a melhor experiência foi Overwatch. Não pelo gameplay ou pelo enredo, mas pelas grandes amizades e pelos bons momentos que tive enquanto jogava com amigos que cultivei dentro da plataforma. Se não fosse pelo meu squad, acho que não jogaria online com tanta frequência quanto eu jogo hoje. Um abraço para o Sam, Deogra, Dark, Dan, Stones, Estork e Gui. Vocês são demais!

Qual a visão que você tem sobre o futuro no mundo dos games?

Quando você se desafia a não pisar nas linhas de um piso, você está jogando um jogo. Quando você promete entregar um trabalho adiantado, você está jogando um jogo. Quando você busca melhorar o seu relacionamento com alguém, você também está jogando um jogo. Nossa vida por si só é um game, a interação que temos com os personagens e as dinâmicas de jogabilidade são nada mais que um reflexo da realidade. Vejo um grande futuro para o mercado dos games. Afinal, nossas “quests” não podem ser apenas sobre nosso cotidiano, é bom matar alguns dragões ou tomar a base inimiga quando queremos relaxar. Games são cultura, são entretenimento, são um modo de vida.

Nota da gestão: Alá não foi só responsável por criar a entidade que hoje une gamers em nossa universidade, mas nos ensinou que empatia e rage são sempre parte de nós. Muito obrigado, caro amigo!

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