#1 _ Design colaborativo na criação de campanha de aceitação LGBTI.

kaio fialho
gayok
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4 min readMay 15, 2017

Oi! sou o Kaio, 23 anos, gay, graduando em design gráfico na UFPR e to fazendo meu TCC sobre empoderamento das pessoas LGBTI que estão em processo de aceitação. A minha ideia é fazer um projeto colaborativo, trazendo as pessoas (vocês) para dentro do projeto para pensar, criar e aplicar as soluções juntos. A vibe do projeto é focar nas pessoas que estão nesse momento turbulento de negação e da auto aceitação, porque é cabuloso hein. Imagina o tanto de gente precisando de ajuda nesses momentos e a gente não faz nem ideia?

design colaborativo??????

O design colaborativo vem para romper com a pomposidade do designer-sabe-de-tudo, do designer que sabe o que é melhor para as outras pessoas. É a migração dessa relação centralizadora de conhecimento e tomada de decisão para uma abordagem de descentralização e construção coletiva. Essa coletividade vem da união das pessoas mais influenciadas e impactadas pelo projeto, ou seja, quem vai utilizar, quem vai financiar, quem vai revender um produto, por exemplo. A colaboratividade é enriquecedora pela diversidade que proporciona. Cada ser humano tem um interesse, uma história, uma habilidade e gostos diferentes, o que deixa o projeto ainda mais rico, efetivo e próximo das demandas de quem é motivo para o projeto existir.

O movimento LGBTI é diversidade e não faz nenhum sentido só uma pessoa projetar para todo o grupo. Cada letra da sigla tem uma pauta específica. Cada pessoa teve uma vivência, repertório, etnia e classe diferente. E como um ato político do projeto, daremos voz para quem não foi escutado, representaremos quem nem sempre é representado e buscaremos direitos que nos são negados.

Um projeto colaborativo possibilita criar um senso de propriedade do que está sendo feito. Constrói confiança e empodera os participantes das suas habilidades e capacidades. Um projeto colaborativo também pode fomentar e fortalecer uma comunidade (e é isso que a gente quer!). (participateindesign.org)

ALERTA GATILHO // sente o drama:
Brasil é o lugar mais mortífero para LGBTI (new your times, 2016)
A cada 28 hrs uma pessoa é morta por crimes LGBTIfóbico (GGB, 2013)
A probabilidade de um jovem homossexual de cometer suicídio é 5 vezes maior que um jovem heterossexual (Uni de Columbia, 2012)
A expectativa de vida de pessoas trans é de 30 anos. (Transrevolução)

pixo eu sou bicha curitiba

objetivo: aceitação LGBTI

O objetivo do projeto é empoderar, encorajar, motivar as pessoas que estão no processo de auto aceitação, negando sua orientação sexual, relutando sobre a sua identidade de gênero. Acredito que seja um dos momentos mais complicados para quem é LGBTI, porque é quando a gente se enxerga sozinho, pensamos estar errados e até nos tornamos vítima da nossa própria lgbtifobia. [TW] Não da para fugir de si mesmo e de quem você é, consequência disso é o dado mais triste e alarmante: que 8 em cada 10 jovens que cometem suicídio são LGBTQI. [/TW] Como chegar até essas pessoas e comunicar que tá tudo bem? Que vai ficar tudo bem? Esse é o desafio, comunicar algo sobre ser LGBTI para quem não quer se aceitar LGBTI. Por isso o projeto colaborativo e o seu produto final prezam pelo fortalecimento da comunidade e pela conscientização e empoderamento das pessoas que estão em negação. Quando temos indivíduos mais confiantes, conseguimos espalhar e tocar cada vez mais pessoas e gerar uma reação em cadeia de empoderamento e transformação que inicia no individual (micro) mas que afeta o social (macro). É a lógica de que se você não tá bem, nada estará bem.

como vai funcionar??????

Com um objetivo e uma razão para existir, bora pro projeto. Primeiramente abri um formulário que pode ser respondido aqui para conhecer mais sobre as histórias e dificuldades, e também entender como foi o processo de aceitação das pessoas, já para tatear com o que estaríamos lidando. Ai meu deus, agora chega a hora que eu vou aprender descobrir e fazer ao mesmo tempo, mas vamo junto. Bora entender quais serão as etapas do projeto e os pontos de colaboração.

Nosso meio de comunicação vai ser por esse blog, onde serão postados os avanços e novidades e é por onde vocês vão interagir, pela caixa de comentário. Aqui preciso fazer um ponto. A nossa interação é peça fundamental, isso tudo aqui só vai acontecer porque a gente vai trocar. Trocar ideia, sentimento, opinião. Comente e colabore com tudo (inclusive nesse texto, se ficou alguma dúvida, se não mencionei alguma coisa, manda brasa e me fala). Outro meio vai ser por email (hehe), com alguns informes ou avisos de atualização daqui, inscreve teu email aqui ó.

Tenho em mente alguns encontros presenciais em oficinas de criação e experimentação. A primeira, focada na mensagem, atualização no blog, levantamento de opiniões e enquetes do que for se construindo, uma segunda oficina de criação mais específica no aspecto visual, atualização no blog, opiniões e enquetes e por último um encontro de aplicação do cartazes, adesivos e envios para o Brasil. Isso é um esboço inicial ele pode variar, mas sempre será atualizado aqui. Se vocês tiverem interesse pela metodologia e processo de design que estou usando, posso fazer um post sobre isso. Para saber como estou me baseando, dá uma olhada como a Mozilla fez.

Óh, esse projeto é para ser construído por LGBTI para LGBTI, então gostaria do engajamento exclusivamente dessa comunidade. Outra coisa é que alguns momentos serão presenciais e gostaria de manter um grupo ativo em Curitiba também, pfvr conto com vocês não deixa flopar. Bom, eai, o que você achou? Topa entrar nessa jornada comigo (kkkk bem sessão da tarde mas sério, vamo ai). :D

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kaio fialho
gayok
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designer gráfico e colaborador no projeto gayok