“O Regresso”, estrelado pro Leonardo DiCaprio, lidera as indicações.

Oscar 2016: Netflix, Lady Gaga e a infeliz hegemonia branca

Gabriel Duarte
Geek Buster
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3 min readJan 18, 2016

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As indicações para a premiação mais importante do cinema mundial saíram na última quinta-feira (14) e elas foram recheadas de surpresas positivas e negativas. O anúncio foi feito pelo ator John Krasinski e pela presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, em uma rápida cerimônia que aconteceu em Los Angeles.

O Regresso lidera a competição com 12 indicações, dando chance de uma segunda estatueta consecutiva para o diretor Alejandro G. Iñárritu (Birdman) e a tão aguardada para Leonardo DiCaprio. Mad Max é o segundo na liderança, com 10 indicações. Ambos concorrem a Melhor Filme e entram para os primeiros cinco indicados na história da premiação a concorrer em todas as categorias técnicas.

Diferente dos tipos preferidos pelo Oscar, o remake de Mad Max é um dos favoritos ao prêmio mais importante da noite.

Muitos nomes na lista desse ano são estreantes nas nomeações. Exemplo disso são o ator Bryan Cranston e as atrizes Alicia Vikander e Brie Larson. No outro extremo do espectro, Jennifer Lawrence volta pela terceira vez seguida enquanto John Williams registra a marca incrível de 50 indicações em sua carreira, com a trilha sonora do novo Star Wars.

Sylvester Stallone é o preferido para o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante e quebrou o recorde de maior intervalo entre indicações por interpretar um mesmo personagem. Foram 39 anos desde a última vez que ele incorporou o personagem Rocky Balboa, que retorna no drama Creed.

Nas categorias de música, a indicação da cantora recém-ganhadora de um Globo de Ouro, Lady Gaga, por “Til It Happens to You”, surpreendeu. E, finalmente, os serviços de streaming atingiram o Oscar. A empresa Netflix está concorrendo com ela mesma na categoria de Melhor Documentário, com What Happened, Miss Simone? e Winter on Fire, que batem de frente com o popular Amy, sobre a cantora Amy Winehouse.

O documentário Winter on Fire acompanha a revolução popular ocorrida na Ucrânia.

No entanto, não foram só surpresas agradáveis: pelo segundo ano seguido, todos os performers indicados nas categorias de Melhor Ator e Atriz são brancos. Essa atitude dos votantes esnobou grandes atuações que foram muito elogiadas pela crítica especializada. A Academia ignorou nomes como Idris Elba no filme-documentário Beasts of No Nation, Mya Taylor no filme Tangerine, Oscar Isaac em Ex Machina e Benecio Del Touro em Sicario.

Grandes destaques em 2015 que foram completamente ignorados pela Academia esse ano.

A supremacia branca ainda se estendeu para a categoria mais importante do evento com a exclusão do filme Straight Outta Compton, que concorre a melhor roteiro original, mas não a melhor filme — o que é muito incomum. A tag #OscarsSoWhite, usada no ano passado, ressurgiu, espalhando a revolta e as críticas dos internautas com essa recorrente injustiça com os atores negros e latinos.

Ironia ou não, quem vai apresentar a premiação esse ano será o humorista Chris Rock, então podemos esperar comentários ácidos sobre a situação. A entrega das estatuetas será realizada no dia 28 de fevereiro e promete algumas polêmicas.

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Gabriel Duarte
Geek Buster

Estudante de jornalismo, entupido em café e provavelmente procrastinando