A arte de manter amigos em redes sociais

Sobre a dura vida no mundo do “minha opinião é melhor que a tua”

Você sabe quantos amigos já perdeu desde que as redes sociais passaram a ser palco de imposição de opinião? Não responda agora, pode pensar até o fim desse texto.

É oficial, as redes sociais, principalmente o Facebook, se tornaram verdadeiros campos de batalha entre desconhecidos e principalmente entre amigos. O desejo de ser a pessoa com razão durante uma conversa está tomando a cabeça de muitos e gerando grandes conflitos que chegam a abalar amizades. Tudo começa com uma simples postagem, chega alguém com opinião contrária, ânimos se exaltam e quando menos se espera a terceira guerra mundial está sendo iniciada. Mas qual seria a finalidade disso tudo? Até onde vai nossa necessidade de mostrarmos que somos os donos da razão?

O que deveria nos manter conectados, vem servindo para o oposto. Há uma divisão bem concreta entre nossos contatos: aqueles que adoram brigar, aqueles que excluem e/ou bloqueiam para não brigar e aqueles que simplesmente ignoram todo tipo de baixaria que vem acontecendo ultimamente. Qual seria a maneira correta de agir? Será que agiríamos da mesma maneira em debates cara a cara? Eu acredito que na maioria dos casos, não! Muito bem acomodado e atrás de uma tela, qualquer um pode se achar no direito de falar o que bem entende sem de fato encarar aquele a quem se opõe, e é por isso que erramos. Não estamos parando e analisando “se fosse uma conversa cara a cara, eu falaria assim?”, visto que é bem mais cômodo apontar os erros do outro.

Aposto com você que nenhuma rede social foi criada no intuito de virar cenário de barracos, pelo contrário, a finalidade é compartilhar coisas boas e interessantes ou até mesmo as não tão boas assim, mas sempre buscando a veracidade. Quando se fala de debates que visam engajamento, estão interpretando como brigas onde cada um acredita ter a melhor opinião e a defende com unhas, dentes e mouse pronto para clicar no “desfazer amizade”. Está se tornando raro aquilo que deveria se tornar um hábito, conversar civilizadamente.

Ah, e antes que eu me esqueça, já perdi uns 3 amigos (passou para quatro quando terminei esse texto), mas é vida que segue, às vezes, a melhor coisa a fazer é de fato cortar os laços.