PORTFÓLIO DE UX | Tangibilizando o intangível | 1/7

Patrício Neto
Geração CX
Published in
4 min readOct 29, 2020

Qualquer busca rápida na internet sobre UX e você vai cair no meio de vários termos como experiência, usuário, visão do cliente e jornadas. Mas se você conhece bem sobre o assunto sabe que tem muito mais do que os termos da moda, do mesmo jeito que se você não conhece nada sobre isso, vai descobrir que é muito mais simples do que parece. UX nada mais é do que uma disciplina responsável por fazer com que os clientes se sintam tão bem se relacionando com sua marca que eles não vão mais querer saber de outras empresas. Mas e na vida real, como tornar essa disciplina tangível? Como fazer para que as pessoas entendam como ela pode ser aplicada e como colher frutos com isso?

Trabalhando em uma grande empresa do mercado financeiro descobri que por mais que você tenha recursos suficientes para criar soluções para qualquer problema ao seu redor, as pessoas têm medo da mudança. Mudar é algo que incomoda, não é algo natural para o ser humano. Às vezes, se acomodar e fingir que tudo vai se manter do jeito como é hoje é mais natural para a maior parte das pessoas do que procurar algo novo. Diante desse medo de mudar, era preciso provar que criar é algo bom, que era bom abrir espaço para novas ideias e soluções. Que o novo vale a pena. Era preciso fazer com que as pessoas entendessem como um time de UX podia ajudar elas.

Depois que alguém conseguiu tangibilizar um produto chamado ‘Vaga no Céu’ e gerar mercado com isso, qualquer outro produto pode se tornar tangível. Ou seja, um time de UX estratégico deve ser capaz de contar o que faz, oferecer isso como produto e deixar claro para as pessoas como elas podem usar desses serviços. Basta pensar no formato correto.

A ideia central era resolver problemas do porteiro ao presidente. O time era capaz e tinha condições para tal, mas tanto o porteiro quanto o presidente precisavam saber que o time de UX era capaz de pensar numa forma mais inteligente de usar os elevadores, passar mais rápido pelas catracas ou até mesmo criar uma lógica para definição e cumprimento de objetivos e metas corporativas. É um público muito abrangente, porém real.

Para o portifólio foram criados três eixos verticais: Estratégia, Produto e Design. Estratégia engloba criação de diretrizes, exercícios de inteligência, pesquisa e estudos, assim como direcionamentos corporativos. Produto diz sobre a criação de produtos físicos ou digitais e Design abrange de design de serviços até a criação de interfaces simples.

Para contar sobre como isso poderia ser entregue foram pensado 3 eixos horizontais: Oficinas colaborativas, direcionadores e operação. Oficinas colaborativas de estratégia, produto e design foram o principal motor de engajamento e um produto fundamental para provar o valor desse time. Direcionadores envolvem de pesquisa até toda lógica de consistência de design. Operação vai para produtos mais clássicos de um time de UX, como jornadas, protótipos e interfaces.

Os eixos se cruzam, formando uma matriz. Dessa forma cada produto se torna uma carta e podemos montar toda visão de projeto na frente do cliente. Quando o desafio foi criar produtos para um público que não conhecíamos por exemplo, foi posto na mesa a carta de pesquisa, uma oficina de estratégia e uma de produto. Com isso o cliente conseguiu entender todo o faseamento do seu projeto e ali mesmo já foram alinhadas as expectativas de prazo e escopo. E fizemos isso como se fosse um jogo de cartas.

De repente o que era intangível passou a ser real. As pessoas viam organização e confiavam no time, mesmo quando duvidavam da abordagem…

Se você gostou desse primeiro texto, fique ligado porque é só o início de uma série onde vou contar no detalhe sobre como cada parte desse portfolio foi feito. Vou deixar tudo bem tangível para vocês ;)

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