A Lisboa que foi Olisippo

Redação Geringonça Pt-Br
Geringonça Pt-Br
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3 min readJun 30, 2018
Ruínas de um teatro romano na rua São Mamede, Lisboa

Lisboa vai muito além do Chiado, do fado e do pastel de Belém. Os brasileiros que chegam aos magotes a Portugal, devem saber que Lisboa já foi uma importante cidade do império romano e naquela época era chamada de Olisippo. Ao passear pelas ruas do Chiado e as ladeiras de Alfama estaremos muito provavelmente pisando sobre uma parte da história de Roma. O país foi uma importante província — Lusitania — dominada pelos romanos do século I a.C até o século V d. C

Para se ter uma ideia, Portugal tem centenas sítios arqueológicos que remontam aos tempos dos césares. Cerca de 17 quilômetros de distância de Coimbra encontramos as ruínas de Conímbriga, um importante centro urbano do mundo antigo com fórum, termas, teatro e moradias.

Há poucos dias o jornal Público divulgou matéria com novas revelações sobre o sítio de Évora. Chamada pelos romanos de Ebora Liberalitas Iulia lá existe um templo dedicado ao imperador Augusto construído entre os séculos I e II d.C. Este são dois exemplos ente muitos.

Em Lisboa os sítios são literalmente ruínas porque as construções da antiga Olisippo tiveram que sobreviver às invasões bárbaras, à ocupação moura, à cultura católica medieval (que construía catedrais em cima dos vestígios “pecaminosos” dos romanos e mouros), ao grande terremoto de 1755 e a ausência de uma cultura de preservação de sítios arqueológicos, que só começaria a mudar no século XIX.

Galeria romana no museo da rua São Mamede, Lisboa

A Sé de Lisboa é um exemplo de catedral construída sobre o que restava das construções romanas, que por sua vez já tinha ficado abaixo de uma mesquita no tempo dos mouros. No seu entorno é possível admirar ruínas no subsolo do Museu do Aljube-Resistência e Liberdade (vale uma visita na antiga cadeia onde se torturavam presos no regime salazarista) na rua Augusto Rosa.

Logo acima, na rua de São Mamede, há o que sobrou de um teatro com muitos vestígios da ocupação romana. E na Baixa, na rua da Conceição, a dica é visitar o conjunto de galerias construídas no final do século I a. C. Segundo especialistas, estas galerias foram planejadas como suporte de casas por causa das condições do terreno na região.

Pedra com inscrição em latim nas ruínas do teatro romano, Lisboa

Carpe diem e carpe noctem em Olisippo, (aproveitem o dia e a noite em Lisboa) mas visitemos seus sítios arqueológicos. Vale a pena.

Irene Rezende

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