O Bloco de Esquerda

Redação Geringonça Pt-Br
Geringonça Pt-Br
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2 min readMay 11, 2018

O Bloco de Esquerda foi fundado em 1999, a partir da fusão de três pequenas siglas, a União Democrática Popular, o Partido Socialista Revolucionário e a Política XXI e da adesão de diversas figuras independentes.

Os três partidos eram de matriz socialista, uma divergente da outra, mas todas críticas ao chamado socialismo real, ou seja, aos regimes ditos socialistas ou comunistas que de fato existiram. Essa ideia de humanização está expressa no logo do partido, que é uma estrela vermelha, símbolo tradicional da esquerda, mas estilizada como se fosse uma pessoa.

A possibilidade da união entre as siglas surgiu após o referendo de 1998 a respeito do aborto, no qual a população portuguesa votou, por pequena maioria (50,9% a 49,1,%) para manter a prática na ilegalidade.

Por trás das conversas estava a ideia de que o chamado “ciclo de 25 Abril”, iniciado com a Revolução dos Cravos, que derrubou o regime salazarista em 1974, havia chegado ao fim e a esquerda precisava de ideias novas para lidar com a globalização capitalista vigente no mundo atual.

Em cada um dos três partidos houve oposição à fusão, mas elas foram minoritárias e não lograram barrar o surgimento do bloco.

A fundação da nova sigla foi recebida com ceticismo pelos comentaristas políticos portugueses e também pelos partidos já existentes, que apontavam as múltiplas tendências do bloco como uma fraqueza que impediria o projeto de avançar.

De fato, o sectarismo foi um problema no bloco e um empate ocorrido na eleição interna de 2014 se provou uma grande crise, mas dentro da diversidade o partido conseguiu se organizar. Em julho daquele ano, uma Comissão Permanente de seis pessoas, a representar todas as tendências existentes no bloco, passou a dirigir o partido, com a atriz Catarina Martins como porta-voz.

Em 2015, o Bloco de Esquerda teve sua melhor votação nas eleições legislativas portuguesas e ficou em terceiro lugar, com 10,19% dos votos. Neste momento, o partido se juntou à Geringonça Portuguesa, que hoje sustenta o governo de Antonio Costa, do Partido Socialista.

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