As lições da goleada sobre o Bremen

Lukas
gigante-da-baviera
Published in
4 min readDec 16, 2019

Uma goleada do Bayern. Um show de Phillipe Coutinho. Ainda sobre a partida do sábado, vou destacar alguns pontos importantes neste texto, em partes que merecem destaque. Dessa vez irei focar um pouco mais no Bayern.

Foto: Reprodução/Twitter @ FCBayern

XI inicial

Foto: Reprodução/Captura de tela/SofaScore (link)

Flick optou por algumas mudanças na escalação, dando importância à rotação de elenco. Um 4–2–3–1 inicial bastante adaptável, já que, apesar de Goretzka ter mais liberdade ofensiva, este também pôde, por vezes, retornar para uma faixa mais recuada.

Uma lacuna ofensiva

Entretanto, o saldo do meio-campista alemão foi bastante negativo (não é a primeira vez). Goretzka possui um estilo de atacar espaços (semelhante ao de Thomas) e, com Müller na reserva, ele seria então a principal arma para este tipo de lance. Porém, não se saiu muito bem. Esteve preso na entrelinha, errou passes demais (acertou apenas 78% — de aproximadamente 42 tentados), inclusive um toque de calcanhar desnecessário que gerou o contra-ataque que abriu o placar para o Bremen.

Posicionamento já comum de Goretzka, sempre com presença ofensiva e pronto para atacar espaços e fazer projeções, mas infelizmente não tem sido tão efetivo como em outros tempos.

Um Leon pouco efetivo, o que leva muitos a questionarem sua presença constante como titular, principalmente porque Müller atua com regularidade e faz essa função (atacar espaços), enquanto no lugar de Goretzka poderia entrar alguém com melhor passe para dar mais criatividade central e evitar o que aconteceu no jogo contra o Dortmund (falei aqui).

Um desbalanço defensivo que quase custou caro

De um lado da defesa estavam Alaba e Davies, do outro Boateng e Pavard. Apesar dos dois primeiros jogarem fora de suas principais posições, forncem velocidade e força de recuperação, enquanto Boateng e Pavard são naturalmente mais lentos.

Características estas que a estratégia do Bremen procurou explorar . Com o Bayern em linha alta contando com um lado mais lento e o time de Florian Kohfeldt extremamente compacto no campo defensivo (embora por vezes tenha feito uma moderada pressão no campo de ataque) e com o uso do 5–3–2 em boa parte do tempo, o embate estava engatilhado. Não demorou muito e Rashica foi a principal peça a incomodar.

O jogo vertical do Bremen rapidamente buscava contra-atacar, forçando os encontros de Rashica com, principalmente, Boateng. Não só o gol, mas outros lances de perigo surgiram a partir disso. Jérôme novamente demonstrou erros em tempo de bola.

Rápido. Vertical. Bola recuperada, Rashika é logo ativado e fica em vantagem para vencer Boateng na corrida.

Na segunda etapa, Flick sacou Boateng (Pavard virou zagueiro) e fez ajustes na postura da linha e tivemos bem mais segurança desde então.

Um ataque que (finalmente) aproveitou as chances

O Bayern esteve em uma sequência recente de jogos em que, apesar da grande quantidade de oportunidades claras de gol, não era efetivo em aproveitá-las. Deixamos de vencer jogos por causa disso.

No sábado, não foi bem assim. Com uma bela partida de Coutinho (dessa vez 3 gols e 2 assistências), o Bayern marcou 6 e conseguiu garantir mais três pontos.

No primeiro tempo, vimos um Coutinho atuando como um meia-esquerda, com bastante liberdade de movimentação. Não foi difícil vê-lo criando por dentro, mas ao mesmo tempo não foi difícil vê-lo dialogando com Davies em jogadas laterais. Extremamente efetivo e criativo. Na segunda etapa, ele passou para o meio-campo (já que Perišić entrou em campo no lugar de Boateng).

Mas a atuação da primeira etapa reforça a alternativa que podemos ter nos grandes jogos ainda por vir, com um quarteto ofensivo funcional : Gnabry, Müller, Coutinho e Lewandowski mais a frente.

Nas demais estratégias ofensivas, o Bayern no geral foi muito bem. Soube atacar em equilíbrio (34% pela esquerda, 29% pelo meio e 38% pela direita), embora tenha realizado 31 CRUZAMENTOS (32% de aproveitamento). Vale destacar como o time conseguiu atacar nas costas da linha defensiva do Bremen (que as vezes esteve também em bloco médio) e conseguiu ciar gols a partir disso.

Exemplos de três jogadas em que o Bayern atacou as costas da defesa adversária. Curiosamente, os três lances resultaram em bola na rede.

Outro ponto que gostaria de destacar é que foi um Bayern diferente de outros que já acompanhamos. Das 28 finalizações 50% vieram de dentro da área (sem contar a área menor, de onde vieram 7%), mas 43% foram de fora da grande área, o que mostra alternativas e variação na forma de atacar.

Um bom Bayern, que ainda é irregular e precisa de ajustes, mas onde foi possível ver pontos positivos.

Obrigado à todos, sigam o @ bayerntatico no Twitter e até a próxima :)

Nota: dados estatísticos colhidos de SofaScore e WhoScored.

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