Um empate amargo e justo em Leipzig
No sábado (14), o Bayern visitou o líder RB Leipzig e saiu com um empate da Red Bull Arena. Um resultado frustrante diante da boa primeira etapa que fizemos, uma atuação quase ideal. Mas, pela grande instabilidade na metade final, o empate foi justo. Apesar de ser início de campeonato, esse é um jogo com grades chances de representar um confronto direto no final da Bundesliga.
As escalações
Com David Alaba tornando-se desfalque de última hora, Kovač optou por utilizar Lucas Hernández como lateral e Boateng na dupla de zaga. Essa era uma das muitas possíveis soluções. Outra interessante seria utilizar o Pavard na defesa para suprir a ida do Lucas para LE, enquanto Kimmich iria para a LD e Tolisso ou Martínez entrariam no meio-campo.
Primeiro tempo
Apesar da forte atmosfera imposta pela torcida do Leipzig, os mandantes não fizeram valer a força da sua casa. Os primeiros minutos trouxeram um jogo muito disputado e não demorou para o Bayern ter o jogo em seu controle. E o comportamento da equipe bávara foi o diferencial para os caminhos trilhados pela partida na primeira metade.
A pressão alta do Leipzig, nitidamente em um 5–3–2, não funcionou. O fato de Kimmich estar alinhado à Thiago antes da linha de meio-campo e ambos juntos à linha de 4 na defesa (em raras ocasiões tornou-se um linha com 3 atletas) proporcionou uma maior segurança na construção a partir da defesa, e sobraram saídas de bola limpas.
A consistência do Bayern na defesa causou muitas dificuldades ao time do Nagelsmann, pois seus principais homens de ataque não funcionaram. Seja em erros de construção ou por desarmes por parte do Bayern, o Leipzig sofreu por não conseguir agredir. E, ainda nos primeiros minutos, em tentativa de se impor no ataque, a recomposição falhou e o espaço foi gigante para o Bayern ser mortal no contra-ataque e abrir o placar.
E a consistência do Bayern não passou apenas pela defesa, a equipe conseguiu não ser monótona no ataque. Com Müller voltando a atuar como um 10, que ataca os espaços e procura desequilibrar no terço final, foi importante na criação de jogadas. Diferente de outros jogos, o Bayern não utilizou de muitas projeções por parte da dupla de homens de meio-campo. Kimmich e Thiago procuraram ser ativos no ataque, mas de maneira que não avançassem muito, fator que impediu ataques do Leipzig com campo aberto, pois a recomposição estava encaixada.
Para então criar volume, o Bayern utilizou de várias movimentações de Lewandowski, Coman, Müller e Gnabry. Este último atuou deslocado para o lado esquerdo, diferente da maior parte dos outros jogos, quando atua pela ponta direita. Eu sou um defensor de que o alemão atue pelo lado direito, pois acredito que ele funciona melhor e foi muito mais produtivo no Bayern quando atuou nessa faixa. Coman consegue atuar bem pelos dois lados, e por isso não sentiu tanto.
Outro ponto que vale ressaltar é a tendência que os pontas do Bayern tem tido em centralizar, principalmente Serge Gnabry. Ao longo dos últimos jogos, ficou evidente a flutuação dele pela parte central.
O primeiro tempo foi quase ideal se não fosse o gol de empate em pênalti imprudente cometido por Lucas; inclusive houveram chances para ampliar, porém não conseguimos.
Segundo tempo
Termômetro. Essa pode ser a palavra-chave para entender a parte final. O jogo foi outro porque a temperatura foi outra. O tempo do vestiário foi bem aproveitado pelo Nagelsmann e seus jogadores foram muito mais funcionais que nos primeiros 45 minutos.
A entrada do Demme no meio, deu mais fluidez à equipe. Mukiele passou a atuar na ala, ao invés de Klostermann, e foi um terror para Lucas Hernández.
O Bayern voltou do intervalo desestruturado. A recomposição falhou diversas vezes e o Leipzig teve muitos ataques de campo aberto. Boateng, que não é um zagueiro veloz, apareceu em situações de mano a mano contra um atacante em mais de uma oportunidade.
Forsberg, Sabitzer, Werner, Poulsen e Laimer passaram a funcionar melhor, embora nem todos tenham jogado no mesmo nível, e as construções ofensivas aconteceram. O Bayern não teve resposta para a pressão adversária por pelo menos 15 minutos. Saídas erradas, muitos “chutões” e inatividade ofensiva.
As entradas de Tolisso e Davies tentaram dar um novo fôlego aos comandados de Niko e o jogo passou a ser um lá e cá. Surgiram novas chances, mas ninguém conseguiu ampliar. E o jogo terminou 1–1.
Ficam aqui registrados os elogios às grandes atuações de Manuel Neuer, Joshua Kimmich e Kingsley Coman.
Coman mais uma vez provou ser o melhor ponta do Bayern. Totalmente produtivo, forte no 1x1 e criando diversos ataques perigosos.
Kimmich, embora esteja atuando muito bem no meio, o time novamente sentiu falta da sua presença ofensiva na LD.
E o destaque negativo fica por Lucas Hernández. Não pelo pênalti, mas pela atuação como um todo. Não produziu muito no ataque e na defesa não foi tão seguro como em partidas anteriores.
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