Fórmula 1: Drive to Survive — Uma visão emocionante dos bastidores das corridas

Giovanna Oriani (Gio)
Giovanna Oriani
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5 min readMay 10, 2023

Uma análise detalhada da série documental da Netflix que oferece um olhar mais profundo e emocionante sobre o Campeonato Mundial de Fórmula 1 e seus pilotos, com foco especial na última temporada de 2022.

Giovanna Oriani

Fórmula 1: Drive to Survive é uma série documental produzida pela Netflix em colaboração com a Fórmula 1. Com cinco temporadas lançadas até o momento, a série oferece uma visão aprofundada dos bastidores das corridas e dos pilotos do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Cada temporada se concentra em um campeonato mundial diferente, começando em 2018 e até a temporada de 2022.

Com cenas emocionantes e entrevistas exclusivas com os pilotos, a série promete levar os espectadores em uma jornada inesquecível pelo mundo da Fórmula 1, com cenas que não são mostradas nas transmissões ao vivo. Nesta resenha crítica, irei examinar em detalhes esta série de documentários, com um foco especial na última temporada lançada, que destaca a emocionante temporada de 2022 do Campeonato Mundial de Fórmula 1.

A série segue um estilo documental em todas as temporadas, que lembra o modo observacional de documentário, segundo Bill Nichols. A equipe da Netflix seleciona um personagem específico para acompanhar durante um ou dois finais de semana de corrida, com a expectativa de capturar momentos cruciais, mas ao mesmo tempo sem saber o que pode acontecer — desde corridas sem interferências até acidentes trágicos. Os episódios não seguem uma estrutura cronológica linear, mas cada temporada tem um total de 10 episódios, cada um com cerca de 30 a 40 minutos de duração.

Entrevista com o piloto Chales Laeclerc na temporada 3 da série. Foto: Reprodução/ Netflix.

Além das filmagens durante os dias de corrida, a equipe também conduz entrevistas em estúdio e em locais como as casas dos pilotos e sedes das equipes, que destacam o relacionamento dos personagens com suas famílias e personalidades fora das pistas, além de mostrá-los em ação durante as corridas.

Adicionalmente, vale destacar a importância da trilha sonora e da seleção de imagens utilizadas, uma vez que ambas são capazes de proporcionar uma forte sensação de adrenalina para o espectador. A música utilizada é cuidadosamente selecionada para intensificar a emoção da corrida e a edição de imagem trabalha em conjunto para capturar cada momento crucial, tornando a experiência do espectador ainda mais imersiva.

A nova temporada de Drive to Survive começa com uma recapitulação do final da temporada de F1 de 2021, mas rapidamente se concentra no “novo amanhecer” dos novos regulamentos técnicos da F1 para 2022. Com a temporada atual, a série consegue equilibrar habilmente a tensão e as rivalidades que tornam mais presente do que o habitual na F1 tão atraente com momentos alegres que mostram um lado mais humano dos protagonistas.

No entanto, o que realmente chama a atenção é a presença de Max Verstappen, o campeão mundial que havia se recusado a participar nas temporadas anteriores. Depois de se resolver com os produtores do programa, Verstappen finalmente emprestou sua colaboração, o que certamente aumentou o valor da série.

Max Verstappen na 5º temporada da série Drive To Survive. Foto: Reprodução/ Netflix.

O glamour do GP inaugural de Miami também é explorado na nova temporada, uma corrida que foi sem graça, mas ganha destaque para agradar quem realmente está pagando por tudo isso que é a Liberty Media.

GP de Miami de 2022. Foto: Reprodução Internet.

Também é bastante intrigante ver Daniel Ricciardo, um piloto que quase não teve conquistas nos últimos anos da Fórmula 1 e nunca se tornou campeão mundial, receber uma despedida maior do que o tetracampeão mundial Sebastian Vettel, um fato que definitivamente gerou polêmica e discussões entre os fãs da F1.

Daniel Ricciardo em sua última temporada. Foto: Reprodução/ Netflix.

Ao assistir Fórmula 1: Drive to Survive, minha percepção é de que a série pode ser uma ótima oportunidade para os fãs do esporte conhecerem mais dos bastidores e entenderem o que se passa por trás das corridas.

No entanto, para quem não acompanha a temporada regularmente, pode ser fácil confundir a série com um reality show, apesar de todo o cuidado na curadoria e produção. Em relação à parte técnica, embora as imagens e trilha sonora sejam um ponto positivo, a montagem pode se tornar cansativa com o “vai e vem” entre corridas e a sensação de que apenas alguns finais de semana são realmente importantes.

Mas, como espectador regular, a combinação de uma trilha sonora emocionante, narração dos pilotos e narração das corridas pode proporcionar um olhar mais emocionante sobre as corridas.

Uma das vantagens mais notáveis da série Drive to Survive é que ela é capaz de oferecer um olhar mais próximo sobre alguns dos personagens mais importantes do mundo da Fórmula 1. Isso pode ser visto através de pilotos como Max Verstappen e Lewis Hamilton, cujas personalidades e estilos de pilotagem são claramente destacados na série.

A esq. Lewis Hamilton e a dir. Max Verstappen. Foto: Reprodução/ Internet.

Verstappen é frequentemente mostrado como um piloto agressivo e determinado, sempre buscando ultrapassar seus concorrentes e chegando ao limite em busca da vitória. Hamilton, por sua vez, é retratado como um piloto mais calmo e focado, cuja habilidade e destreza na pista são inigualáveis.

Esses exemplos ajudam a destacar o que torna “Drive to Survive” tão especial: a série é capaz de capturar o drama e a emoção da Fórmula 1, independentemente do seu nível de experiência com o esporte.

Se você é um fã antigo ou um iniciante, a série é capaz de oferecer uma perspectiva única sobre os bastidores da competição, fornecendo insights valiosos sobre os desafios enfrentados pelos pilotos e equipes ao longo da temporada. Em resumo, “Drive to Survive” é um documentário fascinante que é obrigatório para todos os entusiastas, ou não, da Fórmula 1.

NOTA: Esse texto foi desenvolvido para a disciplina de Documentário Jornalisco II, ministrada pelos Professores ARY DIESENDRUCK e FLAVIO DE SOUZA BRITO no curso de Bacharelado em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da FAAP — Faculdade Armando Alvares Penteado.

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