Como você investe a sua vida?

Fabio Arazaki
GoBee
Published in
3 min readJun 21, 2016
Como você investe a sua vida?

Dias atrás estava conversando com dois amigos, o Jean e o Rael, e estávamos falando sobre alguns assuntos que curtimos, entre eles tecnologia e empreendedorismo.

Cada um estava contando um pouco das experiências que tivemos como empreendedor até que surgiu um comentário “Empreender é fantástico, mas o risco traz um certo receio…”.

Neste momento veio uma reflexão que mais tarde fui ‘desafiado’ a compartilhar. Desafio aceito!

No mercado financeiro existem diversos tipos de investimento com diferentes formas de rentabilidade, mas vou falar de dois em específico. Investimentos com taxas pré e pós fixada.

Para quem tem dúvidas, segue uma rápida explicação: o investimento com taxa pré-fixada é aquele cuja taxa já é acordada antes do início da aplicação, logo, o investidor já sabe qual será o retorno do investimento. O investimento com taxa pós-fixada é aquele cuja rentabilidade varia de acordo com um índice, por exemplo a taxa básica de juros. Neste caso, o investidor só saberá o retorno após o fim do período de aplicação.

Bom, agora vem a pergunta. Tendo conhecimento disso, responda para si mesmo, qual o tipo de investimento traz mais riscos?

Antes de trabalhar no mercado financeiro, assim como muitas pessoas, eu tinha uma percepção que o investimento pré-fixado era menos arriscado, pois você já sabe de antemão o retorno que a aplicação traria. Mas a verdade é o contrário!

Supondo que em um determinado momento, você possui um capital para investir e possui duas opções (títulos do governo, por exemplo), uma com taxa pré-fixada em 10% ao ano e outra com taxa pós-fixada que acompanha um índice (a taxa básica de juros, por exemplo). Imagine um período de 10 anos. Bom, neste cenário, o risco de investir com taxa pré-fixada é que você pode se descolar do mercado, uma vez que a taxa básica de juros é variável. Imagine se a taxa básica de juros bata 15% ao ano. Você teria nas mãos uma aplicação que paga menos que o mercado está pagando.

Ok, mas e o que isso tem a ver com a conversa sobre empreendedorismo que você falou lááááá no começo?

Então aqui vai uma outra pergunta:
Como vc está investindo a sua vida?

Há um tempo atrás era comum a visão de que a estabilidade deveria ser um objetivo de vida. E isso estruturou uma sociedade em que se pensa desde muito cedo o que seremos quando crescer, qual vestibular vamos prestar, que profissão vamos seguir.

O cenário ideal para se investir era basicamente: emprego em uma empresa consolidada (cargos públicos também contam), casa própria, boa poupança, imóveis e por aí vai.

Esse ‘investimento pré-fixado’ nos é vendido desde muito cedo, e talvez fizesse muito sentido anos atrás, pensando que o retorno desse investimento é a nossa felicidade presente.

Só que os tempos mudaram, o mundo mudou. As oportunidades e os caminhos hoje são tantos que já não se encontra com tanta frequência pessoas que se imaginam fazendo a mesma coisa ou trabalhando na mesma empresa por toda a vida.

Existem estudos afirmando que as gerações atuais terão 6 ou mais carreiras ao longo da vida, sendo que muitas dessas carreiras ainda não existem!!

Para concluir, a conversa sobre essa reflexão terminou com uma questão:

O que é mais arriscado?

Adotar uma vida pré-fixada, sob o risco de que em certas ocasiões você terá um estilo de vida diferente do que gostaria de ter ou, viver uma vida pós-fixada na qual você tem a chance de viver diferentes estilos de acordo com o momento?

Qual investimento retorna mais felicidade presente?

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