O perigo da arrogância
“Portanto, você, que julga, os outros é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas.” (Romanos 2:1 — NVI)
A arrogância é uma atitude indesculpável, principalmente quando vinda por parte dos cristãos. A segunda metade do primeiro capítulo da carta de Paulo aos Romanos é muito usado por religiosos que desejam criticar aqueles que estão longe de Deus. Dentro de alguns ambientes cristãos é relativamente comum ouvir conversas em que as pessoas chamadas “do mundo” (ou seja, os de fora da igreja) são menosprezadas ou depreciadas por terem escolhido rejeitar a Deus. Às vezes parece que esses comentários são feitos com certo ar de arrogância ou sentimento de superioridade, como quem diz “bem feito!”. Mas isso está bem longe do que Jesus e sua palavra nos ensinam. Na verdade, quando chegamos ao segundo capítulo desta carta, vemos um balde de água fria sendo jogado sobre os religiosos. Paulo diz que todos os que julgam estão fazendo a mesma coisa. Como assim?
Perceba que a maioria dos pecados descritos pelo apóstolo Paulo no final do capítulo primeiro estão mais relacionados às nossas intenções e não necessariamente às nossas atitudes. Os cristãos que se apressam em julgar os outros se esqueceram do ensinamento de Jesus: “Vocês ouviram o que foi dito a seus antepassados: ‘Não mate. Se cometer homicídio, estará sujeito a julgamento’. Eu, porém, lhes digo que basta irar-se contra alguém para estar sujeito a julgamento.” (Mt 5:21–22). Em outras palavras, é muito fácil alguém chegar ao final de um dia dizendo que não matou ninguém, mas é praticamente impossível essa mesma pessoa chegar ao final do dia dizendo que não tratou ninguém com desprezo, indiferença ou falta de amor.
É claro que isso não significa que nós nunca podemos comentar ou expor nossa percepção sobre a vontade de Deus em determinados assuntos, a grande questão é a nossa intenção quando fazemos isso. O julgamento arrogante revela um coração orgulhos, e isso é indesculpável! Nosso ponto de partida deve ser sempre este: TAMBÉM SOU PECADOR.
