Quem vai para o céu?

Dirceu Cardoso
Gotas de Edificação
2 min readMay 25, 2023

“Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’.” (Romanos 1:17 — NVI)

A grande maioria das pessoas que acreditam em vida após a morte, no conceito de céu e vida eterna, pensam que só chegarão lá aqueles que forem suficientemente bons em sua vida aqui na terra. Funciona mais ou menos assim: se você tiver uma vida relativamente satisfatória, não cometer pecados graves (também chamados de pecados “capitais” ou “mortais”) como não matar, não roubar, entre outros, estará apto para ir para a vida eterna. Já aqueles que tiveram uma vida muito profana, que cometeram pecados considerados graves e inaceitáveis pela sociedade, estes sim, serão enviados para o inferno após a morte. Claro que o grande problema desse tipo de raciocínio está em estabelecer os limites de pecados aceitáveis, e isso acaba variando muito dependendo da época, da cultura ou da própria autoimagem do indivíduo. No final das contas, sempre haverá a dúvida: será que estou sendo bom o suficiente para ir para o céu ou não?

O conhecido monge alemão Martinho Lutero também lutou com essa questão. Ele havia aprendido que, para ser salvo, Deus exigia dele uma vida reta. Desta maneira, ele cresceu odiando a Deus, porque acreditava que ele exigia dos seres humanos algo inalcançável, completamente intangível.

Até que Lutero leu o texto de Romanos, especificamente o capítulo 1, versículo 17. Ele diz: “Labutei diligente e ansiosamente para compreender a palavra de Paulo […] A expressão ‘justiça de Deus’ atravancava o caminho, pois eu a interpretava com o sentido daquela justiça por meio da qual Deus é justo e age justamente ao punir o injusto. […] Então compreendi que a justiça de Deus é aquela pela qual, por graça e pura misericórdia, ele nos justifica pela fé. Por isso senti que renasci e atravessei as portas do paraíso”.

Lutero enfim compreendeu o real significado desse texto: A salvação não depende em absoluto de nossas obras. Por meio do sacrifício de Jesus, Deus torna justo e aceitável todo aquele que nele crê. A salvação é de graça!

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