A Mulher da Barbarella

Capítulo 2

Robson Felix
Gotas de Prazer
2 min readSep 24, 2016

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Parei o carro na Prado Júnior e fui a pé até a boate Barbarella, uma das melhores casas de prostituição de Copacabana, segundo o namorado de uma amiga.

Um pouco constrangida, resolvi beber um wisky, ou coisa parecida, num pé sujo do “Beco da Fome” bem ao lado da boate em questão. Na dúvida sobre a autenticidade da bebida escocesa optei por um conhaque e fiquei observando o entra e sai das profissionais do sexo da “casa” ao lado. Como sou jornalista, se alguém me visse naquela atitude suspeita, diria se tratar de uma reportagem investigativa sobre o submundo do entretenimento adulto na região. Isso justificaria até o meu modelito ousado.

Percebi que as mulheres mais bonitas e produzidas entravam na boate sem muita dificuldade, as mais mal ajambradas faziam ponto na rua mesmo. Era um shopping center de carne feminina para todos os gostos. E eu faria, muito em breve, parte o prato do dia.

De um modo geral a maioria das mulheres passariam incólumes em qualquer outro ambiente. Em uma faculdade, por exemplo, ninguém diria que se tratavam de prostitutas. Poderiam ser vendedoras de algum shopping center badalado da zona sul. Certamente, visualmente sim. Porém os trejeitos malandreados adquiridos pelas ruas frias de Copacabana as deixavam mais expostas aos iniciados.

Três doses de conhaque depois respirei fundo e tomei coragem para entrar na boate, acenei levemente com o olhar e um sorriso para o porteiro e entrei sem problemas naquela profusão de luz, cores, odores, salivas, secreções e de sexo.

O maitre me cumprimentou com um aceno de cabeça, se apresentou e me falou as regras da casa. A casa ficava com uma comissão de quarenta por cento sobre os programas fechados dentro da boate. As “profissionais” da casa não poderiam sair antes das três da manhã, a menos que acomoanhada de um cliente. Sobre as bebidas consumidas pelos clientes por meu intermédio a casa me dava uma comissão de dez por cento. Concordei com tudo, não estava ali por dinheiro, nem ao menos em condições de negociar após as doses de conhaque. Porém, confesso que achei esse contrato compulsório um tanto quanto leonino…

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