A Mulher da Barbarella

Capítulo 1

Robson Felix
Gotas de Prazer
2 min readMay 26, 2016

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Era pra ser apenas mais uma noite.

Porém, surpreendentemente meu corpo exigia paixão, sexo e prazeres fortuitos e casuais. Eu não conseguia me acalmar. Saí de casa, movida por doses industriais de uísque — que me excitaram mais ainda — à caça do que eu mais desejava: sexo por sexo. A noite pingava por entre minhas pernas. Eu desejava um homem completamente estranho, furioso por me possuir inteira mesmo que apenas por uma noite.

Geralmente não tenho essa compulsão por sexo.

Porém, nos últimos meses venho tendo sonhos esquisitos, com homens mascarados e sexo selvagem, onde chego até mesmo a exigir que meus parceiros me batam e me possuam por trás (coisas que em sã consciência eu jamais desejaria), num louco êxtase anônimo.

Como sou uma mulher, digamos, desejável, não tenho problemas em seduzir um homem, mas aquela noite eu estava à procura de um macho que soubesse usar suas esporas em meu corpo, a fim de me conduzir por caminhos ainda não explorados, me domando e me castigando.

Resolvi dar vazão a este louco desejo, já não tão inconsciente assim, de fazer sexo casualmente.

Peguei o carro sem ao menos saber ao certo aonde eu iria.

Meu coração saía pela boca e batia em disparado… minha boca estava seca… meu corpo latejava de forma muito estranha, para mim inédita.

Seriam sinais de uma noite completamente inesperada e surpreendente?

Pensei em pagar a um desses garotos de programa da internet, mas seria óbvio demais, seguro demais e não haveria a garantia de que seria um sexo como eu havia sonhado, com elementos de sadomasoquismo.

Uma outra opção seria uma casa de swing, mas também não me atraia a ideia de fazer sexo publicamente.

Então, meio que sem querer, fui dirigindo até Copacabana.

Uma diabólica inspiração me veio à cabeça… eu poderia tentar me passar por uma prostituta e usar a fraqueza e a imaginação masculinas para realizar meus desejos mais secretos, pois no fundo todo homem busca prostitutas à procura da liberdade que não encontram em casa. Além do mais na cabeça machista da macharada: toda mulher gosta de apanhar.

Seria perfeito para ambas as partes, eles poderiam fazer comigo o que desejassem e eu realizaria minha fantasia de sexo sem tabus, casual e selvagem . Ah, e no final… eu ainda lhe devolveria o dinheiro.

Ao menos assim eu imaginava o fim de noite.

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