Mulher de Barbarella

Capítulo 2

Robson Felix
Gotas de Prazer
2 min readJul 3, 2016

--

Parei o carro na praia e fui andando pela Prado Júnior até a Barbarella, uma das melhores boates de prostituição de Copacabana (segundo o namorado de uma amiga).

Me peguei um pouco nervosa e constrangida, no caminho, então resolvi tomar algo no bar ao lado numa galeria estreita, chamada Beco da Fome, que, segundo soube, nos tempos áureos da bossa nova acolhia a todos os bichos da madrugada com caldos e sopas deliciosos para levantar o moral dos músicos antes de chegar em casa.

Aproveitei o momento para fumar um cigarro, e para observar o movimento de entrada da boate e me enturmar com as meninas da pista.

Como sou jornalista se, eventualmente, eu encontrasse alguém conhecido poderia alegar que estou fazendo uma matéria investigativa, o que justificaria o meu “disfarce”.

Mas, eu não estava nem um pouco preocupada com a possibilidade de encontrar conhecidos. O meu cio gritava tanto que eu conseguia me preocupar com mais nada além do proibido.

Observei que as mulheres quando entravam na boate, cumprimentavam o porteiro e entravam sem muitas dificuldades.

Algumas mulheres que frequentavam a boate, ninguém jamais desconfiaria que fizesse programa, fora deste contexto do submundo. Poderia ser sua amiga da faculdade, sua tia ou quem sabe até sua sobrinha. Já outras qualquer um diria tratar-se de sexo pago até na praia, de biquíni, tomando picolé.

Observar tudo aquilo me fez encharcar ainda mais a calcinha. Eu, aquariana que sou, tinha trazido outra calcinha. Além do fato de que eu sou o tipo de mulher que ejacula, e o vibrador interno acionado por controle remoto estava no nível máximo desde que saí de casa. Eu precisava me tocar e me trocar.

Eu precisava de coragem também, então fui em direção ao banheiro do boteco junto com duas outras meninas que pareciam do nível Barbarella, tentar me enturmar.

Dei um olá tímido na porta do banheiro enquanto elas pareciam se maquiar, o que suscitou a curiosidade das meninas:

— É sua primeira vez? — disse a loira.

— É…

— Eu sei como é que é… já estive aí onde você se encontra…— disse a morena.

— Acho que você vai precisar de uma dose de coragem… — disse a loira rindo para a morena.

— Dá logo duas doses de coragem, pra moça. — disse a morena.

Dito isso a loira começou a espalhar um pó branco no mármore da pia. Era disso que eu precisava, pensei. Seria a primeira vez que eu usaria cocaína, mas isso não me preocupou. Esta noite eu queria experimentar de tudo e com sorte eu teria a minha primeira vez em muitas outras coisas.

--

--