Pontos Cegos — Andrea

13/09/04

Robson Felix
Gotas de Prazer
3 min readSep 10, 2016

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“Porque eu me apaixonei por ele:

1) por causa da sua boca maravilhosa;

2) por causa do seu beijos que se encaixaram perfeitamente em meus lábios;

3) sua voz (que eu amo e) é linda;

4) o seu sexo, que é maravilhoso;

5) o seu bom humor (oscilante);

6) a sua inteligência (pragmática);

7) o seu dom da palavra (quando ele está paciente);

8) o seu carinho, para comigo (às vezes);

9) o amor que ele sente e demonstra(va) por mim;

10) seu companheirismo, parceria e amizade;

11) a sua paciência e generosidade;

12) dormir encaixada nele como se fôssemos uma só pessoa, é maravilhoso;

13) acordar com ele é (quase) sempre ótimo — o meu dia sempre é perfeito quando durmo com ele.;

14) nossos planos de construir algo e viver juntos… família, filhos, futuro;

15) e o principal: ele é ‘malandro’ apenas na aparência, só na minha fantasia (o que é tudo de bom)”

“Cinco meses depois o que restou desse imenso amor:

1) sua boca maravilhosa (continua a mesma);

2) o seu beijo que eu (ainda) amo (mas, que nem me lembro quando foi o último);

3) a sua voz que (ainda) é linda (mas, agora, o tom agora está sempre muito acima do ideal, comigo);

4) o sexo (que quando ainda rola eu chego perto do lugar em que já estivemos um dia);

5) o seu humor (quando ele está de bom humor eu ainda me sinto muito feliz);

6) a sua paciência e generosidade (que quase não existem mais comigo, são raridade, talvez seja isso o que mais me faça sofrer. As suas agressões, a total intolerância, são mais frequentes. Talvez em um português mais claro parece que ele está sempre de ‘saco cheio’, que não me atura mais. E nem assim tive coragem de deixá-lo);

7) a sua inteligência (que ainda é inegável, que merda!)

8) Ele (ainda) é carinhoso comigo, e acho que é isso que ainda me prende a ele;

9) o dom da palavra (pena que agora seja sempre usado de forma reativa, ríspida, dura, para me punir ou me ferir, como se isso fosse realmente o melhor para mim);

10) ele ainda me ama (ele diz que não e faz de tudo para demonstrar isso);

11) ele é duro comigo (e diz que sempre será, pois tem que ser ‘duro e cruel’, para que eu aprenda)

12) dormir encaixada com ele como se fôssemos uma só pessoa, ainda é bom depois de 5 meses — merda” — essa é a única coisa que conseguimos preservar — é o meu termômetro. Se não acordamos abraçados, é porque vem ‘chumbo grosso’ por aí ou a noite anterior foi um ‘desastre’. Mas, mesmo assim ainda existe algum respeito. Todo dia é maravilhoso dormir com ele. Não me incomoda em nada, muito pelo contrário. Essa rotina já virou parte de mim.

13) Acordar com ele é realmente maravilhoso (na verdade, é um mistério isso). Apesar do encaixe da noite anterior ter sido perfeito, isso não garante que ele vai acordar de bom humor. O seu mau humor chegou a um ponto que tem dias que ele chega ao ponto de me falar que não é necessário dizer ‘bom dia’ para a pessoa com a qual você dormiu.

14) Os nossos planos não existem mais. Ele está cada vez mais envolvido com o ‘seu loft’ e menos envolvido com a minha vida e com a vida da família que criamos. Eu vivo na corda baba, sem saber ao certo, quando ele irá puxá-la.”

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