EPISÓDIO 002— Parte 1: Mulheres e caça às bruxas
Em mês de Dia das Bruxas, escolhemos para o nosso segundo episódio o título Mulheres e caça às bruxas, da italiana Silvia Federici. Silvia foi uma das criadoras das campanhas que reivindicaram salários para o trabalho doméstico realizado pelas mulheres, sendo essa uma de suas contribuições mais relevantes. Hoje é professora emérita da Universidade Hofstra em Nova York.
Mulheres e caça às bruxas foi publicado no Brasil em setembro de 2019, pela Boitempo, com tradução de Heci Regina Candiani e capa e ilustrações de Vânia Mignone. O prefácio ficou nas mãos de Bianca Santana. Trata-se de um livro pequeno, de 160 páginas e de um projeto gráfico bem arejado, ótimo para grifar e escrever nas margens.
O objetivo do livro é entender as causas imediatas da violência contra as mulheres, conhecer suas origens e desvendar de que maneira somam-se novas e perversas formas de exploração a essa opressão histórica. Nele, Silvia analisa as perseguições às bruxas na Europa dos séculos XVI e XVII, apresenta informações sobre a violência sistêmica contra as mulheres hoje e denuncia como se deram — e se dão — processos de “cercamento” do corpo da mulher, de sua autonomia em relação à reprodução e de sua subjetividade.
Nesta primeira parte do episódio, fizemos um apanhado dos assuntos trazidos por Silvia Federici nas duas partes do livro: Revisitando a acumulação primitiva do capital e a caça às bruxas na Europa; e Novas formas de acumulação de capital e a caça às bruxas em nossa época.
Para este episódio, a Boitempo disponibilizou 20% de desconto no site com o cupom GRIFA20, até o final do mês! Corre aqui!
Referências citadas no episódio:
- Feminist Research on Violence: plataforma feminista de Nova York que pesquisa a violência contra as mulheres e nas novas formas de acumulação de capital. Indicação da própria Silvia no livro;
- O Conto da Aia/The Handmaid’s Tale, a série e o livro de Margaret Atwood, que é ficção, mas está perto demais da realidade;
- Linguagem, gênero e política, por Robin Lakoff: fragmento citado e traduzido por Isadora Szklo disponível aqui.
- Suddenly, Last Summer, peça de Tennessee Williams. Disponível para leitura aqui.
- Sobre a resistência indígena: o livro Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak e o primeiro episódio da série documental Guerras do Brasil, na Netflix;
- Durante os meses de setembro e outubro tivemos o carinhosamente apelidado #federicipallooza, com a presença de Silvia Federici no Brasil (em especial em São Paulo) em inúmeros eventos, organizados por entidades como a Fundação Rosa Luxemburgo, o coletivo Sycorax, a editora Elefante e a editora Boitempo. Aqui um compilado dos melhores momentos:
- “São as mulheres que estão na vanguarda da defesa comunitária”, na Carta Capital;
- Caça às bruxas ajuda a entender aumento de feminicídios, diz Silvia Federici, na QuatroCincoUm: sobre a ascensão do conservadorismo no mundo, sobre seu encontro com Marielle Franco, essa generosidade sem fim dessa mulher;
- Silvia Federici: “O feminismo não é uma escada para a mulher melhorar sua posição”, no El País: a filósofa e escritora feminista Silvia Federici fala sobre as barrigas de aluguel, o capitalismo e a violência contra as mulheres;
- “Quem é contra o aborto não dá um real pra criança quando nasce”, diz Silvia Federici pro The Intercept: e todo aborto é um acidente de trabalho;
- O que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não pago, diz Silvia Federici pra Folha: e nunca é demais lembrar;
- Silvia Federici: “Vender a vagina não é pior do que vender o cérebro”, pra Carta Capital: e essa aqui é polêmica porque tem mesmo que ser;
- Outros livros de Silvia Federici disponíveis no Brasil: Calibã e a Bruxa, da Editora Elefante, com tradução do Coletivo Sycorax, disponível em PDF aqui; O ponto zero da revolução, também da Editora Elefante com tradução do Coletivo Sycorax, disponível em PDF aqui.
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