O Paradigma de Implementação da Metodologia Lean nas startups Brasileiras

ignit.io
Growth Hacking Brasil
4 min readMay 18, 2015

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Antes de entrarmos no foco deste artigo precisamos fazer uma rápida recapitulação sobre o surgimento do Lean e como funciona sua metodologia.

O termo ganhou notoriedade quando foi usado pelo americano Eric Ries, que por vários anos juntou ideias que somam expertises em marketing, tecnologia e gestão(e iremos usar seu livro Lean Startup, 2011 como base deste artigo). Porém a ideia de Lean já vinha sendo usada pela Toyota para combater o desperdício de tempo nos projetos e maximizar os resultados na linha de produção.

Em vez de um planejamento extremamente minucioso, onde é criado um plano de negócios, contendo todas as etapas clássicas na montagem de um negócio (o antigo “cascata”), a metodologia Lean Startup defende a experimentação e a opinião do cliente.

Existem alguns conceitos famosos do Lean como o"Just in time" (método de gestão de estoque muito usado e difundido) e a Produção Puxada (onde é produzido e projetado exatamente aquilo que já foi vendido) assuntos estes que abordaremos em outro post.

Quando falamos de Brasil percebemos que já respiramos o ar que outrora pertencia apenas ao Vale do Silício.

Temos hoje em nosso próprio jardim uma vasta crescente onda de "ponto-cons" que oferecem um leque de serviços e produtos, que variam entre pedir um táxi sem sair de casa ou onde você estiver, até contratar e pagar uma "diarista" diretamente no seu smartphone.

Mas algo subliminar que muitas vezes não nos atentamos, tanto como profissional atuante nestas novas empresas ou como usuários destes produtos ou serviços, é o que estas empresas tem feito para evoluir, criar e gerenciar estes modelos de negócios e produtos que como "gremlins" se multiplicam descontroladamente em uma panorama tecnológico que cresce desordenadamente.

Muitos destes produtos surgem com base no "achismo" da validação de uma hipótese ou até mesmo na tentativa vã de empreender e levantar algum capital, vai da sorte ou da "pseudo-competência" de seus fundadores a prolongação do tempo de vida destes produtos ou serviços.

Outro dia me deparei com um artigo que me deixou bastante preocupado, que dizia; uma em cada quatro startups brasileiras morrem antes de completar um ano de vida. Quando avaliado o período de quatro anos, a taxa de mortalidade aumenta ainda mais : metade delas tem este destino, segundo estudo da Fundação Dom Cabral.

25% da startups brasileiras “morrem” em menos de um ano de existência.

A pesquisa consultou os fundadores de 221 startups, sendo 130 em operação e 91 já descontinuadas. É justamente neste momento que entra a metodologia Lean, tanto para facilitar a entrega deste produto de uma maneira rápida e objetiva quanto para maximizar sua aprendizagem e adaptação as necessidades do usuário que irão usar deste produto.

Eric Ries relata em seu livro "Lean Startup, 2011" :

"Apesar da ideia promissora, estávamos condenados desde o primeiro dia, pois desconhecíamos o processo que precisaríamos utilizar para transformar nossos insights de um novo produto em uma grande empresa".

Em resumo a startup é uma catalisadora que transforma ideias em produtos, estes que por sua vez geram insumos através da interação interface-usuário-interface, que tem por finalidade a criação de novos feedbacks e dados que servirão para a implementação de melhorias e ajuste tanto no modelo de negócio do produto ou serviço quanto no produto em si.

Os produtos ou serviços desenvolvidos dentro de uma startup são em sua maioria experimentações que irá proporcionar aprendizagem a longo ou a curto prazo sobre como desenvolver uma empresa sustentável.

Podemos visualizar este processo de três etapas com este simples diagrama que define o pensamento Lean:

Ciclo de Feedback Construir-Medir-Aprender

Lean Startup.2011. Eric Ries

Minimizar o tempo total através deste ciclo.

O grande problema no cenário brasileiro, e falando agora com base na minha experiência atuando em algumas startups que fazem a diferença e são referências de mercado em suas áreas, é que em algum momento o cerne do Lean se perdeu talvez por um "pouquinho" de ganância, talvez por um crescimento avassalador em um curto período de tempo ou até pela necessidade efêmera de entender estes novos consumidores e usuários que tem passado por uma metamorfose e uma mudança de perfil cíclica e inconstante.

As ideias existem, a construção vem, o produto é gerado, porém os dados se perdem e a aprendizagem é falha. Resgatar os valores do Lean e a rápida validação de hipótese e aprimoramento se fazem necessário para a otimização e melhoria da entrega do produto final para o usuário.

Assim criamos um cenário onde todos saem ganhando, seja a startup em si com um produto consistente e dados mais concretos, seja o usuário com um serviço de primeira qualidade, seja a sociedade em avanço tecnológico e melhoria de serviços públicos e privados.

Ao término do ciclo construir-medir-aprender, encaramos a questão mais dificil enfrentada por qualquer empreendedor: pivotar a estratégia original ou perseverar. Se descobrirmos que uma das nossas hipóteses é falsa, será o momento de realizar uma mudança importante, rumo a uma nova hipótese estratégica. Lean Startup,2011. Eric Ries

Para saber mais sobre Lean, Service Design Thinking e assuntos relacionados acompanhe nosso blog .

Equipe Ignit.io by Lavi.

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