Atomic Research além de repositório de pesquisa

Julia Moimas
grupodeestudos
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3 min readJun 12, 2024

Explorando a teoria de Atomic Research como uma ferramenta de co-criação de design

Representação de uma molécula química formada por átomos.
Photo by D koi on Unsplash

Os últimos encontros do Grupo de Estudos foram relacionados com repositório de pesquisa, e ampliaram o conceito que eu tinha de Atomic Research que era focado no seu potencial apenas como repositório de pesquisa.

Um repositório centraliza e organiza todos as pesquisas feitas ou seus dados em um único local acessível. Isso facilita a colaboração entre equipes, economiza tempo ao evitar a necessidade de repetir pesquisas anteriores e garante que as decisões sejam baseadas em evidências sólidas.

A solução tradicional de repositório, costuma ser uma lista de relatórios e tem o objetivo de centralizar as pesquisas feitas e dar visibilidade para o time. O esperado é ter um local que as pessoas do time possam encontrar informações sobre determinado assunto e aumentarem a vida útil dos aprendizados. Dessa forma, é reduzido o esforço do time com pesquisas de temas repetidos e os estudos seguintes são mais embasados.

Esse cenário combina com uma cultura de pesquisa iniciante porque seu formato não é muito detalhado e demanda uma ferramenta simples.

O Atomic Research é um formato de repositório que armazena fatos, aprendizados e conclusões, você pode entender mais sobre nesse link. A ideia é que diferentes pesquisas geram diferentes fatos, que quando relacionados entre si viram aprendizados, e vários aprendizados constroem uma conclusão.

E aqui está o pulo do gato. Até recentemente, eu acreditava que seguia esse modelo de fragmentação de dados e já estava praticando princípios de Atomic (e pode ser que eu estava mesmo). A ideia era juntar dados de várias pesquisas para ter uma interpretação em comum, sendo essa interpretação um aprendizado em comum, construído com dados de várias pesquisas. Eu não evoluia esse aprendizado para uma conclusão.

Destrinchando a teoria de Atomic, conclusão é uma ação de recomendação ou hipótese, algo que pode ser feito a partir dos aprendizados. A sacada do Atomic é identificar padrões comuns, em diferentes pesquisas, que embasam uma tomada de decisão.

Ai a fama da metodologia fez todo sentido para mim, é sobre embasar novas ações sobre os dados, a partir do repositório.

Quanto mais aprendizados formarem uma conclusão, mais representativa ela vai ser, o que pode ser importante para priorização e tomadas de decisão de negócios.

Nessa interpretação, Atomic Research não tem só o propósito de registrar o histórico de dados, mas também de ser um artefato de co-criação de design.

No entanto, Atomic é uma solução mais complexa, que demanda uma maturidade de pesquisa no contexto que seja elevada para garantir a padronização e manutenção dos dados

E porquê eu estou escrevendo tudo isso? Primeiro, porque foi uma grande sacada para mim, depois de 3 anos estudando sobre Atomic Research, só essa semana entender seu potencial como ferramenta de design.

Segundo, para questionar a escolha do tipo de documentação que atende cada necessidade. Isso porque nos encontros, fiquei com a sensação que os times podem querer implementar Atomic Research, ou seus princípios, por ser uma ferramenta legal e que está na moda. No entanto, essa pode ser uma solução complexa e não eficaz para o quê o contexto demanda, principalmente segundo a maturidade de pesquisa referente.

A questão é pensar para quê e para quem é a necessidade do repositório e qual formato mais atende esse objetivo. Se o seu contexto está desenvolvendo a maturidade de pesquisa, pode ser que seja mais relevante forcar os esforços na execução da pesquisa e optar por um repositório mais simples. Mas se o cenário tem uma maturidade alta de pesquisa, o próximo passo para elevar a qualidade das entregas pode ser usar o modelo Atomic Research.

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Julia Moimas
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