O que é importante para quem?
Usar os resultados de pesquisa de várias formas para necessidades diferentes, com o mesmo objetivos.
Nos últimos encontros do Grupo de Estudos, falamos bastante sobre entregáveis de pesquisa. Resumidamente, discutimos como engajar as pessoas do time a usarem dados de pesquisa para tomar decisões. Compartilhamos casos em que criamos repositórios que não foram acessados e pesquisas que foram para o fundo da gaveta.
No encontro com a participação de Daniel Pidcock, especialista em Atomic Research, ele exemplificou a necessidade de termos diferentes formatos de entrega para diferentes papéis no time como um recurso para aumentar o engajamento das pessoas com as pesquisas.
1 pesquisa, 3 entregas
Quando refleti sobre isso, concluí que já criei diferentes formatos de entrega para perfis variados. Sempre tenho uma apresentação completa, com todos os dados e citações, que segue uma narrativa com os aprendizados. Esse material é denso, com detalhes de metodologia e linha de raciocínio, informações úteis para meus pares designers e stakeholders mais próximos. Essas pessoas querem se inteirar do projeto e usar esses insumos para tomar decisões com mais certeza.
No entanto, às vezes, dependendo da senioridade, nem a liderança direta tem tempo para se aprofundar nesses detalhes. Pessoas com muitas prioridades ou que não estão diretamente envolvidas no contexto querem saber o que aconteceu e podem usar esses resultados para se inspirar ou conectar com outras informações. Para isso, criei uma página única que apresentava as principais conclusões e recomendações da pesquisa. O objetivo era ter um material de fácil consulta, que chamasse a atenção e ficasse na mente das pessoas para futuras decisões. Inclusive, essa página foi compartilhada no chat corporativo, sem necessidade de uma apresentação formal, para “economizar” tempo. O interessante é que, se as pessoas se interessam por essa entrega, podem te convidar para apresentar o resultado completo.
Já para os heads e executivos da unidade de negócios, que querem saber de resultados e métricas, eu voltei à ideia da apresentação em formato de relatório, por ser mais formal, mas de forma mais objetiva, relacionando a pesquisa com os indicadores do contexto, sem se alongar sobre o processo e detalhes. O foco foi nas ações recomendadas e nas evidências que justificaram essas recomendações.
Sobre esse tipo de relatório, no encontro com Daniel, falamos sobre usar a oportunidade do Atomic Research no início da discussão, como recomendação, e em seguida usar os insights desse método para embasar essa ação. Na prática: “Recomendamos isso, com base nesses insights”. Dessa forma, as possíveis dúvidas da audiência sobre a representatividade e relevância da recomendação já são mitigadas.
A tentativa de adequar o formato de apresentação para cada necessidade é uma sugestão para incentivar que a pesquisa seja efetivamente utilizada para impulsionar decisões e ações dentro da organização.
O truque é reconhecer que cada papel no time tem necessidades e expectativas distintas. Enquanto alguns buscam um entendimento profundo e detalhado, outros precisam de informações rápidas e práticas para tomar decisões. Oferecer diferentes formatos de entrega, como apresentações completas, páginas resumidas e relatórios focados em métricas, aumenta a probabilidade de engajamento e utilização dos dados de pesquisa.