Como alinhar a visão do produto, do negócio e dos usuários para validar a sua proposta de valor?

Caroline Zambon
Grupo OLX Tech
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5 min readJun 3, 2022

Grupo de estudo Design OLX Brasil: O grupo de estudo é uma iniciativa do time de Design e contribui com um clima leve para que todos, sabendo ou não sobre um assunto, possam participar e aprender. É a cultura da OLX Brasil de experimentar, aprender e inovar!

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Quando falamos sobre Business Design, podemos pensar na junção dos significados de Business e Design e, segundo a consultoria americana IDEO, “Business Design oferece uma forma de experimentar as necessidades do negócio e gerar o valor que se quer trazer para a vida das pessoas. Neste sentido, é papel do Business Designer considerar como cada elemento do negócio afeta o usuário e a sua experiência de uso”. Mas o que de fato isso significa? Como isso funciona na prática?

Mesclar as ferramentas de Negócios e os métodos de Design pode ser um bom começo pois traz um novo olhar para o produto. Porém, mais importante do que conhecer os métodos e as ferramentas, é saber quando aplicá-las.

Uma dessas ferramentas é o Canvas de Proposta de Valor criado por Alex Osterwalder, do livro Value Proposition Design, que ajuda a identificar como os produtos oferecidos criam valor para um determinado segmento de cliente e dão visibilidade para os motivos do produto existir. Esses motivos precisam estar muito claros para a equipe, uma vez que, em momentos de incertezas sobre determinada funcionalidade ou produto é possível “olhar para trás” e ter como base essa proposta de valor criada inicialmente e segui-la de forma adequada para o negócio e para o cliente.

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Além de olhar para a proposta de valor do produto, em uma análise mais profunda, é possível cruzar a proposta de valor com as respostas de uma matriz SWOT, através de perguntas que podem ajudar definições de roadmap e escopos de atuação:

  • As fortalezas do produto enaltecem os valores identificados no canvas?
  • As fortalezas do produto são reconhecidas pelos usuários como valor do produto?

Outra ferramenta interessante para explorar é a Análise do Ciclo de Vida do Produto, que traz uma visão do produto por ele mesmo, ou seja, identifica em que momento do ciclo de vida o produto se encontra. Dessa forma, pode-se olhar para o futuro e pensar nos possíveis caminhos do produto: para onde o time quer levá-lo e até onde ele pode chegar.

Podemos também questionar em que momento o produto em que estamos trabalhando se encontra: No lançamento? Em estágio de crescimento? Já está maduro? De acordo com o estágio podemos utilizar ferramentas e métodos específicos para coletar feedbacks de clientes e de stakeholders e entender se o produto está evoluindo ou é necessário alguma melhoria para ganhar tração. Se ele está no estágio de lançamento ou crescimento, por exemplo, podemos entender com os clientes se a proposta de valor do produto está clara, se (e como) os clientes estão fazendo aquisição do produto, se estão solicitando cancelamento do mesmo ou mesmo tendo recorrência de uso ou compra.

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Além desses métodos, é possível realizar uma análise competitiva através de referências no mercado para uma comparação mais aprofundada utilizando o processo de Benchmarking. O seu nível de detalhes vai depender do tempo, recurso e do que realmente é necessário entregar ou analisar. Nós designers, tendemos a detalhar informações, com print screens e uma breve descrição ou opinião sobre o que foi analisado. Então surge a dúvida: é necessário tudo isso? Em alguns momentos, a resposta é “sim, precisamos!”, mas nem sempre esse é o caso.

Jaime Levy, do livro UX Strategy, indica questionar quais competidores mais próximos ao nosso produto entregam proposta de valor similar. Esses produtos estão falhando? Por quê? Ou esses produtos estão tendo um sucesso tão grande que não tem espaço para o nosso? Quais competidores têm contato direto com os nossos clientes? Como os nossos clientes descobriram esses competidores? Quais produtos proporcionam a melhor experiência para o cliente e melhor modelo de negócio? O que eles têm que os nossos clientes gostam? Quais oportunidades existem para nós?

As respostas desses questionamentos podem fazer parte de um excel (como o disponibilizado por Jaime Levy, em seu toolkit) mostrando uma forma simples de comparar features entre produtos no mercado.

Por último, o Modelo de Kano, que ajuda a entender o nível de satisfação do cliente em relação a um produto. Essa análise permite olhar o que é esperado (o mínimo já esperado), satisfatório (Performance) e arrasador (Atrativo) para o usuário final, baseado no que ele já está acostumado a usar no dia a dia. Assim, é interessante ter em mente que, o que é novo para o seu produto, pode não ser novo pro mercado. Onde o seu produto se encontra?

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Vemos que alguns produtos hoje estão apenas entregando o que é esperado pelo cliente, ou seja, entregam o mínimo para o produto começar a funcionar. Outros estão entregando além do básico e tem melhor Performance entre os seus clientes. Por fim, outros estão entregando uma experiência prazerosa e única (Atrativo) para o cliente final.

E então? Em que estágio o seu produto está? Quais ferramentas acima você já aplicou ou quer aplicar em sua pesquisa?

Uma breve análise sobre o 1º encontro do Grupo de estudo de Design da OLX onde foram debatidas questões sobre canvas de proposta de valor, matriz SWOT, análise do ciclo de vida do produto, benchmarking e análise do ciclo de vida do cliente. Vamos deixar aqui embaixo os principais livros citados. Boa leitura! :)

Até mais!

Caroline Zambon Caroline Zambon , Gabriela Ichimura Gabriela Ichimura e Camila Polli Camila Polli

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