Inteligência emocional no caminho da liderança: qual o real impacto?

Gabriel Muniz
Grupo OLX Tech
Published in
5 min readJan 5, 2024

Este artigo traz reflexões baseadas no livro Liderança: A inteligência emocional na formação do líder de sucesso de Daniel Goleman, positivamente reconhecido nas temáticas que aborda.

Significado

Antes de mais nada, é importante taxar o que é a inteligência emocional, dado que há muita confusão em relação a isso para leitores mais superficiais do tema. O termo cunhado pelo próprio autor pode receber a definição resumida abaixo:

Refere-se à capacidade de compreender, gerenciar e utilizar as emoções de maneira eficaz, tanto em relação a si mesmo quanto aos outros. Essa habilidade envolve o reconhecimento e a compreensão das próprias emoções, a capacidade de lidar com elas de maneira construtiva e a habilidade de perceber e interpretar as emoções dos outros.

O significado é amplo e a execução é extremamente desafiadora. Mais do que isso, no contexto que iremos destacar neste artigo é importante entender como tal habilidade se combina com habilidades técnicas e QI (quoeficiente de inteligência). O livro destaca muito isso, indicando que, quanto mais alto o cargo da pessoa, mais capacidades de inteligência emocional são chave para um bom desempenho.

Características principais da inteligência emocional

  • Autoconsciência
  • Autogestão
  • Empatia
  • Habilidade social

Esta divisão em principais tópicos é de suma importância, visto que ajuda a isolar pontos fortes e fracos quando se faz uma auto-análise sincera de qual seu nível atual de maturidade no tema discutido. Inclusive, essa análise sincera é um dos pontos de destaque dentro do primeiro tópico acima, a autoconsciência, que se evidencia pela capacidade de entender suas limitações e quais pontos precisam ser mais trabalhados.

Inteligência emocional aplicada à liderança

Uma das narrativas destacadas na obra de Daniel Goleman é o fato de que o grande objetivo de um líder de sucesso é obter resultados. A questão é que da total inexperiência ao liderar até a entrega de resultados significativos existe um grande dúvida de como isso pode ser alcançado. Os especialistas não raramente dão conselhos baseados na experiência e conhecimento empírico. Estes, entretanto, por vezes não atingem o objetivo de desenvolver outros líderes eficazes.

Estilos de liderança e um ponto em comum

É importante citar que estilos de liderança diferentes podem alcançar bons resultados. Os estilos identificados pela obra são:

  • Visionário
  • Treinador
  • Afetivo
  • Democrático
  • Modelador
  • Coercitivo

Os estilos tendem a ser auto-explicativos, mas como a intenção do artigo é trazer reflexões e incentivar a leitura dessa obra de grande valia, vou destacar um estremo: é facilmente compreensível porque, dentro todos os estilos de liderança, o coercitivo é o menos eficaz em geral.

Coercitivo: uso da opressão ou da coação em determinada situação ou comportamento.

É bem provável que apenas a definição já seja suficiente para entendermos o poder nocivo que este estilo de liderança pode ter sobre o clima da organização, entre os liderados, e por consequência, para os resultados.

Ainda mais relevante é entender que os líderes que alcançam os melhores resultados não costumam depender de apenas um estilo de liderança. O que isso indica? Que é possível combinar estilos de acordo com o cenário entre os liderados e também no ambiente corporativo como um todo. O livro ainda traz uma bela comparação com tacos de golfe dentro de uma bolsa, e que o bom jogador costuma escolher o taco certo para cada jogada.

Entretanto, uma característica se faz presente em todos os jogadores desta partida: a inteligência emocional.

Segundo o estudo publicado pelo psicólogo David McClelland, da Universidade de Harvard, executivos que careciam de inteligência emocional raramente eram classificados como excepcionais em suas avaliações de desempenho e isso impactava diretamente no rendimento de suas divisões, que frequentemente desempenhavam em média 20% abaixo da meta.

Conexão

Uma atitude latente em líderes eficientes com origem na inteligência emocional é o interesse em criar conexões com seus liderados. A interrupção de uma atividade de grande importância na sua rotina de trabalho para uma boa conversa que cria conexão com um liderado pode ser encarada como inconveniente ou enriquecedora, a segunda opção costuma ser mais importante a longo prazo.

Quando tal característica é associada ao fato de que o humor das pessoas tem impacto direto no clima organizacional é ainda mais potente. Um líder eficaz procura criar conexões de forma que as oscilações naturais de humor dos seres humanos não sejam um empecilho para uma equipe altamente produtiva. É evidente então, que é muito mais difícil compreender os momentos dos liderados quando não há conexão.

Bases de apoio

Um passo de suma importância para a ascensão de um líder é criar uma comunidade de apoiadores. Líderes emergentes e consagrados quando sinceramente empenhados em prol da evolução de todos podem ser de grande ajuda. É evidente a que não podemos evoluir nossas habilidades atreladas a inteligência emocional sem o contato direto com as pessoas. Pessoas em quem confiamos removem de um ambiente de laboratório de ideias o constrangimento e a preocupação com os riscos.

Conclusão

Saber identificar, gerenciar e utilizar a seu favor as emoções é, cada vez mais, a chave para uma liderança de sucesso! Não é nenhuma novidade que a obra usada de alicerce para as colocações deste artigo pode ser de grande ajuda no desenvolvimento de novos líderes. A reflexão crucial para líderes em ascensão e estabelecidos reside na sinceridade autêntica em relação aos seus estilos de liderança e no reconhecimento do espaço para aprimoramento.

Aqui no grupo OLX a característica da inteligência emocional é muito valorizada e observada, seja em cargos de liderança ou não. Os gestores tomam a frente em identificar pontos de melhoria correlatos e instigar a evolução. Como em todo segmento de carreira, fica ainda mais importante a evolução neste aspecto à medida que almejamos assumir mais responsabilidades, principalmente quando seu objetivo profissional inclui gerir pessoas ou exercer influência técnica sobre uma equipe ou produto. Na minha recente atuação dentro da empresa este atributo tem sido instigado sendo que até mesmo a iniciativa de consultar a obra-base deste artigo saiu de uma conversa com membros do time.

Questões desafiadoras, como identificar o estilo predominante, avaliar a maturidade em inteligência emocional e explorar maneiras de incorporar diversos estilos conforme as circunstâncias, são trampolins para o crescimento. As respostas podem ser desconfortáveis, porém, a conquista da autoconsciência se revela indispensável para a evolução.

Eu me chamo Gabriel Muniz e sou Software Engineer no Grupo OLX. Será um prazer me conectar com você em alguma rede social. Adoro falar sobre tecnologia e outras amenidades como esportes 🏈 e doguinhos 🐶.

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