Mulheres na tecnologia: nossa gestora de engenharia te conta a realidade da OLX Brasil

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5 min readFeb 7, 2022
Foto com parede pintada na cor laranja e com abertura e chão de madeira em cor marrom

Por que na maioria das vezes que uma pessoa dentro do grupo de minorias é convidada para uma entrevista a pauta acaba girando em torno das suas dificuldades e não de suas conquistas? Esse foi um dos questionamentos que a nossa gestora de engenharia da Vertical de Autos e Imóveis, Taciana Melcop, deixou no último papo que batemos sobre mulheres na tecnologia.

É claro que devemos continuar falando e trazendo cada vez mais visibilidade sobre os desafios dessas pessoas na sociedade e no mercado de trabalho, mas é importante que a gente comece a dar mais atenção aos seus méritos e conquistas.

Por isso, achamos que seria interessante trazer um artigo que trabalhasse um pouco sobre esses dois âmbitos, que tal? Se você curtiu a ideia, bora mergulhar nesse bate papo mara!

Primeiro, quem é Taciana Melcop?

Nascida em Recife, Pernambuco, Taciana se mudou para o Rio de Janeiro em 2001 após se formar em Ciência da Computação na UFPE. Ela foi para a cidade maravilhosa fazer um Mestrado em Informática, com foco em Inteligência Artificial na PUC-Rio, e mora lá desde então.

Antes de começar a trabalhar aqui, em fevereiro de 2021, ela era sócia de uma startup de tecnologia. Querendo ou não, fazer parte desse empreendimento foi um dos principais motivadores para vir para a OLX Brasil.

Lá, a cultura era super bacana e respeitosa, diferente de alguns lugares que ela tinha passado. Ao sair dessa startup, Taciana estava determinada a encontrar um ambiente que fosse parecido, com base na confiança e na troca de conhecimento, mas que também tivesse um boa engenharia e um plano de carreira bem estruturado para que ela continuasse se desenvolvendo profissionalmente.

E foi assim que nossos caminhos se cruzaram!

Como Gestora de Engenharia de Software dentro das verticais de Auto e de Imóveis, a Taci desempenha dois grandes papéis. O primeiro é o de gestão de pessoas, voltado para desenvolvimento de carreira. Já o segundo tem como foco garantir a qualidade técnica do time e dos produtos, o que envolve funções como promover boas práticas de desempenho, segurança, cuidar para que as soluções tenham uma boa arquitetura de forma geral.

Aliás, em uma posição de liderança, Taci coloca que “aqui somos muito desafiados a sempre evoluir tecnologicamente e a garantirmos um bom fluxo de entregas. A gente precisa sempre estar antenado e nos comunicando. Eu, por exemplo, preciso conhecer diversos assuntos e discutir competências nos nossos fóruns”.

Agora falando de metas, uma delas é “reestruturar a engenharia e entregas na vertical Imóveis. Hoje somos líderes em números de anúncios e profissionais ativos. “…No entanto, estamos sempre buscando melhorias no nosso produto e por isso investimos bastante em processos de discovery que envolve entrevistas com usuários, pesquisas, análise dos dados, para tornar a experiência mais intuitiva, conveniente e segura nos nossos aplicativos e portal”, revela a gestora.

Mas e na questão de gênero, como é por aqui?

Já em relação às mulheres em tecnologia, a profissional destaca que a OLX Brasil “não é perfeita nesse quesito, mas reconhece isso e investe em mudanças. Inclusive, ela me dá tranquilidade e liberdade na condução, para que profissionais que se identificam com o gênero feminino estejam em um ambiente mais seguro de trabalhar, pois não é fácil nos posicionarmos quando o ambiente é predominantemente masculino. Por isso precisamos de mais representatividade em todas as fases de carreira.

O que estamos fazendo para reverter essa situação?

No ano passado tivemos o Geração Elas em Tech, um programa de estágio exclusivo para pessoas que se identificam com o gênero feminino (cis e trans). Isso é fundamental, pois para aumentarmos a diversidade no mercado de trabalho, precisamos investir na formação.

Logo, o programa não é só uma oportunidade de emprego e sim uma trilha de desenvolvimento. Durante o estágio, as participantes passaram por treinamentos de habilidades técnicas e interpessoais, criaram um projeto do zero, contaram com tutoria e ainda uma capacitação em engenharia.

Além disso, investimos em mais vagas para pessoas de perfil junior. Dessa forma, conseguimos trazer mais oportunidades para as pessoas profissionais no início da carreira e contribuir para o seu desenvolvimento.

Outra iniciativa foi criar um grupo de trabalho para compreender as principais dores das mulheres que atuam na engenharia/tecnologia. Com base nesses relatos, conseguimos promover soluções mais assertivas. Mas ainda há muito o que fazer, como destaca Taciana.

Para a gestora, o importante é “fazer um esforço contínuo. Temos que continuar conversando, observar quais são as situações incômodas para qualquer colaboradora ou colaborador e construir e manter um ambiente corporativo que seja cada vez mais seguro e tranquilo. Afinal, estamos no mesmo barco construindo algo que será bom para todo mundo”, comenta Taci.

Dicas para quem está começando a carreira na área

Segundo a Taciana, a mudança de comportamento vem muito com a maturidade que vamos formando ao decorrer dos anos e das nossas experiências: “hoje, eu tenho mais segurança quanto à profissional que sou, por minha trajetória, pelo o que eu sou capaz de construir, realizar, e também sonhar. Então não sinto mais medo de me colocar em uma situação, mas entendo que uma pessoa em início de carreira não tenha a mesma segurança, ainda mais em uma área predominantemente masculina, isso é um baita desafio”.

Por outro lado, ela também reforça que é importante “questionar as diferenças salariais entre gênero, não se conformar e submeter ao machismo estrutural. No entanto, é importante ter segurança e objetividade para se colocar, procure não responder de maneira ríspida em situações desconfortáveis, pois você pode acabar sendo mal interpretada. Esta recomendação é válida para qualquer gênero, claro, mas quando acontece com mulheres, é comum duvidarem da nossa capacidade e nos rotularem de ‘destemperadas’ ”.

Nós também estamos só começando

Ainda que a Diversidade e a Inclusão façam parte do nosso DNA, reconhecemos que ainda existem muitos pontos a serem trabalhados por aqui. Nesse sentido, criamos o “NÓS”, coletivo que promove ações e discussões para o desenvolvimento de um ecossistema em tecnologia com mais equidade.

Contudo, sabemos que a jornada é longa. Mas também sabemos que estamos no caminho certo. E ficaremos bem mais fortes com você andando junto com a gente. Vamos tornar o mundo um lugar mais respeitoso e acessível a todes?

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