Abrindo a casa

Inauguramos nosso apê para compartilhar quem somos, nossos processos de trabalho e no que acreditamos enquanto time

Design
Grupo ZAP Design
8 min readSep 4, 2019

--

Nos dias 26 e 27 de julho participamos da segunda edição do DEX 2019 — Design & Experience, um dos grandes eventos voltados para a comunidade de UX no Brasil.

O #dexconf19 é uma desconferência baseada no conceito de inteligência coletiva, em que todos podem compartilhar experiências uns com os outros se divertindo, discutindo, ensinando e aprendendo.

O Grupo ZAP foi o principal patrocinador do evento e, até por isso, não queríamos ficar no velho clichê do estande-balcão-deixe-seu-currículo-e-pegue-um-brinde. O time todo se juntou pra pensar em uma abordagem que tivesse a nossa cara e que mostrasse de fato o que a gente faz no dia-a-dia.

A primeira coisa foi pensar no compartilhamento de conteúdo. O Paulo R. Floriano, nosso Diretor de Design, já estava na agenda principal do evento com um Keynote sobre Como Design pode mudar a estratégia e o desenvolvimento de produtos. Mas isso não era suficiente. Então, chegamos na ideia de tornar nosso estande em um palco de mini-palestras do time, onde cada um (cada um mesmo) pudesse levar um tema que achasse interessante pra compartilhar com os participantes do evento. Ao longo dos dois dias de evento, apresentamos 12 mini talks, divididas em quatro trilhas: Como fazemos Design, Como evoluímos nossos produtos, Como é nosso dia a dia e Como criamos novos produtos.

A partir daí, precisávamos pensar no estande. Como criar um lugar que fosse convidativo para que as pessoas assistissem às nossas palestras e que tivesse a nossa cara? Aí surgiu a ideia de criarmos um apê: tudo a ver com o mercado em que atuamos, ao mesmo tempo em que permitia ter um espaço confortável para receber quem viesse nos visitar — e com muitos elementos que tem a cara do time. Quadrinhos, objetos e plantas foram algumas das coisas que colocamos no espaço.

A última coisa do processo foi pensar na nossa abordagem de comunicação. Nosso ponto de partida foi olhar o nosso manifesto, que representa o nosso jeito de pensar e agir. Foi daí que tiramos o “Mude-se”, que usamos como base para a comunicação em todos os nossos materiais. A gente acredita que nosso time tem como missão fazer as coisas mudarem e evoluírem, que precisamos estar atentos e abertos às mudanças no mercado e às necessidades dos nossos clientes e usuários.

Tudo o que fizemos foi feito de um jeito colaborativo ao extremo, como tudo o que fazemos por aqui. E ficamos muito felizes com o resultado. Foi uma oportunidade incrível de interagir pela primeira vez como Grupo ZAP com a comunidade de Design. Vamos levar as lembranças desse evento ainda por muito tempo.

Pra quem não esteve presente (ou quer relembrar), escrevemos um pequeno resumo dos nossos talks, que rolaram durante os dois dias do evento.

Lina: O Design System do GrupoZAP

Luenne Albuquerque e Emilio Aiolfi contaram como nasceu a Lina, o design system do Grupo ZAP (que tem esse nome em homenagem à Lina Bo Bardi, arquiteta brasileira). Falaram sobre como esse projeto só foi possível a partir da união de forças entre design e engenheiros de front-end — um design system não deve ser construído e utilizado apenas dentro do time de design e isso está sendo essencial para o sucesso desse projeto. Também falaram sobre criar com propósito — o design system se criado desde o início com um propósito ou para resolver uma dor real (que nosso caso era escalar e dar velocidade ao processo de construção em engenharia e também no processo de experimentação) tem muito mais tração dentro da empresa e gera um engajamento muito maior dos times envolvidos.

Como escalar um Design System para produtos B2B

Antônio Araújo e Rene Spoladore contaram sobre como foi importante deixar as tarefas em que estavam atuando em stand by para criar uma linguagem visual que atendesse os produtos B2B do Grupo ZAP. Explicaram as diferenças estruturais de cada um dos produtos e quais os caminhos que tomaram para que essa linguagem pudesse se tornar simples, escalável e levar a essência da marca Grupo ZAP ao mercado de imobiliárias e incorporadoras. Também falaram de como o design system, Lina, foi importante para a construção do que hoje é chamada de Linguagem Pro, nos dando velocidade e consistência na criação das telas dos produtos.

Atomic Research: facilitando o acesso aos aprendizados de pesquisa

Fábio Zacarias da Silva e anita falaram sobre as tentativas de divulgarmos os insights e as descobertas do time de pesquisa para as demais áreas da empresa. Já publicamos em um blog interno, já salvamos tudo no Google Drive, mas o problema continuou o mesmo: A eterna dificuldade de buscar, em vários estudos, fragmentos de um mesmo tema. Assim, os dois contaram sobre o conceito de Atomic Research, que engloba a parte de experimentos, de fatos (que entendemos como evidências do que realmente aconteceu) insights (que é o conhecimento, o aprendizado que conseguimos extrair dos fatos) e finalmente as conclusões que darão origem aos acionáveis, às iniciativas que nos conduzirão às inovações dentro do Grupo Zap.

Redesign da linguagem ZAP

Natália Batista contou como fizemos o redesign da linguagem visual do ZAP, e de como foi todo o processo dessa construção, passando pela fundamentação e definição de princípios; a importância do entendimento da natureza do negócio para gerar diferenciação e identidade; como traduzir visualmente conceitos abstratos e por fim, sobre o resultado que chegamos após todos os estudos.

Natália Batista apresentando o Redesign da linguagem ZAP.

Redesign dos apps ZAP

Daniel Santiago trouxe para a apresentação os insights e a abordagem de reconstrução dos apps do ZAP ao longo dos últimos meses. Para nós, redesign não é um projeto com começo, meio e fim, é um processo de evolução contínua, onde sempre trabalhamos com hipóteses e validações. E isso impacta diretamente como nosso produto é construído. Nosso redesign começou com uma definição compartilhada entre design, produto e engenharia de visão e missão, passando por um processo de geração de valor no curto prazo para suportar as etapas seguintes do processo — com mais suporte da empresa e muito mais baseados em dados, que foram coletados a partir dos primeiros experimentos.

Desafios e aprendizados de design em produtos B2B

Antônio Araújo e Mariana Caldeira da Costa falaram sobre o papel do designer ao longo da construção de produtos B2B para o mercado imobiliário. Eles trouxeram a reflexão de que o impacto causado em produtos B2B não é individual, mas coletivo. Assim, todas as mudanças precisam ser bem comunicadas e validadas. Por isso, foi falado sobre os desafios de validação, onde é mais difícil fazer um teste de guerrilha por conta da rotina dos nossos usuários, comunicação assertiva com áreas como Comercial e Atendimento, que precisam fazer parte da construção do produto para ter domínio do que vendem e dar suporte ao cliente, e sobre a importância das métricas para conseguir trabalhar em apostas que tragam impacto ao nosso negócio gerando satisfação aos nossos usuários.

Onboarding

Jefeson Melo contou um pouco sobre como funciona o processo seletivo e a acolhida aqui no time de design. Falou sobre o que é considerado na avaliação de novos candidatos, como funcionam os comitês (fórum onde os representantes do time decidem em conjunto se o candidato seguirá no processo) e também como são os primeiros dias conosco. Ele também aproveitou para compartilhar os desafios que encontramos nas últimas contratações e como o time inteiro tem visibilidade e está responsável por desenhar e iterar o processo.

Linha guia da carreira

Elisa Leo iniciou perguntando ao público se eles já haviam parado para refletir onde gostariam de chegar. Ter em mente o que se quer como profissional é extremamente importante e entender que essa responsabilidade é compartilhada 50/50 entre si mesmo e a empresa também. Mostrando ao público como o processo de autoconhecimento a ajudou criar uma linha que guiasse a sua carreira pelos caminhos nos quais gostaria de seguir e como o Grupo ZAP a auxilia tendo um plano de carreira, um ciclo de desempenho e uma verba educacional.

Como evoluímos com cerimônias de design

Mariel Meira e Rene Spoladore falaram sobre como o time de design iniciou cerimônias de Design Critique, Check-in e Reviews no dia-a-dia e logo descobriu que era preciso adaptá-las ao nosso contexto. Iterando os formatos, chegamos em cerimônias que tem muito mais a nossa cara: são rápidas, muito mais orgânicas e com alto nível de colaboração. Isso ajudou todo o time a se enxergar nessas cerimônias, o que aumentou o engajamento. Hoje elas são usadas não só pra ajudar os times a fazer entregas com mais velocidade e qualidade, como são instrumentos bem legais de desenvolvimento pessoal e profissional.

Processo de experimentação

anita abriu sobre nosso processo de desenvolvimento de produto e o momento de trabalhar com experimentos. Um experimento é o processo de observar como os clientes reagem a uma ideia de produto. Ele serve para validar ou invalidar hipóteses — ou até mesmo para levantar novas hipóteses para trabalharmos. Ele também nos ajuda a capturar insights e dados para tomar decisões baseadas em evidências e garantir o investimento apenas na criação de soluções que os clientes realmente usem. Para gerar esses testes criamos o Canvas de experimentos. Ele serve dar mais visibilidade para o processo de criação dos experimentos, facilitando a elaboração das hipóteses e identificando os aprendizados gerados ao longo do caminho.

Métodos de experimentação

Anna Schramm falou sobre alguns métodos de experimentação que usamos no processo discovery de produtos no Grupo Zap. Durante o processo existiam hipóteses de clientes, de problema e produto que precisam ser validados ou invalidados. Esses métodos utilizados foram executados sem esforço de engenharia e foi possível aprender mais sobre os clientes, a empresa, o negócio e se faria sentido seguir com o produto, antes de gerar um custo de desenvolvimento para engenharia.

Invalidar também é aprender

Desenvolver um produto ou uma nova funcionalidade, na maioria da vezes, leva-se muito tempo e gasta-se muito dinheiro. E é muito comum alguém chegar com uma bala de prata considerando que sua solução vai ser a resolução dos problemas para o mercado imobiliário. Aconteceu com a Simone Beltrame e para minimizar esses riscos, nós temos um processo de desenvolvimento de produto que para uma solução começar a ser desenvolvida ela deve primeiro passar por um processo de validação. Com esse processo toda bala de prata é uma hipótese, e toda hipótese deve ser validada. Além de inúmeros aprendizados, também aprendemos que invalidar gera um puta impacto.

Simone Beltrame apresentando sobre experimentos.

Foi um prazer ter a presença de cada um de vocês que passou pela nossa casinha. Não esqueça de deixar seu feedback.

#temosvagas

--

--