Atomic Research: facilitando o acesso aos aprendizados de pesquisa

Fábio Zacarias da Silva
Grupo ZAP Design
Published in
5 min readSep 11, 2019

De onde viemos e para onde pensamos ir?

Aqui no Grupo ZAP, documentamos nossos experimentos da forma mais comum encontrada em outras empresas e também nos deparamos com os mesmos problemas. Daí a pergunta:

Qual a melhor forma de divulgar nossas descobertas e transformá-las em iniciativas que impactem de fato o nosso público?

Como era antes?

Documentávamos as descobertas em um Blog no Wordpress. O conhecimento estava lá, mas ninguém o consultava e os principais insights ocorriam quando apresentávamos as descobertas às partes interessadas. Além disso não existia um modo padronizado de documentar as descobertas, o que dificultava a posterior busca por mais informações.

E como é hoje?

Documentamos todas as nossas descobertas no Google Drive. O conhecimento está lá, mas ninguém o consulta e os principais insights ocorrem quando apresentamos as descobertas às partes interessadas. Além disso, não existe um modo padronizado de documentar as descobertas, o que dificulta a posterior busca por mais informações.

Ou seja, pouca coisa mudou de 2016 pra cá!

Anita e Fábio no Dex (Design Experience) 2019

Como será amanhã? O tal Atomic research

Ainda estamos no início, experimentando-o. Neste artigo vamos mostrar como estamos tentando implementá-lo e quais são os benefícios identificados e as dificuldades encontradas até aqui.

Com o Atomic, a ideia é documentar nossas descobertas de um modo diferente, ou seja, no menor nível possível (daí ‘Atomic’ — ‘Átomo’), com o objetivo de facilitar a busca por evidências, fatos de pesquisas passadas.

Existem alguns conceitos básicos que precisam ser compreendidos e para explicar um pouco mais isso, nos baseamos nesse artigo originalmente produzido por Daniel Pidcock onde ele define o que são:

  • Os experimentos;
  • Os fatos;
  • Os insights;
  • As conclusões.

Experimentos

São os métodos que usamos, ou seja, as entrevistas em profundidade, testes de usabilidade, questionário on-line, testes A/B, enfim, tudo o que fazemos para aprender algo com os nossos usuários.

Fatos: as evidências

O que de fato ocorreu, algo concreto. Um comportamento comprovado e mapeado. Vejamos um exemplo disso:

Em um estudo sobre o comportamento das pessoas que buscavam imóveis para comprar em nossos sites em dispositivos móveis, vimos que:

“Dos 10 participantes interessados em comprar imóveis, 6 realizam mais atividades e ações no celular durante sua jornada de busca”

Importante mencionar que os fatos não são interpretações. Eles não devem refletir opiniões. É uma certeza que foi observada.

Insights

É o que conseguimos aprender com base em um ou mais fatos concretos. Saiba que:

  • Um ou mais fatos, podem validar um insight
  • Um ou mais fatos, podem invalidar um insight

Por isso que no Grupo Zap consideramos que invalidar algo também representa um super aprendizado, uma vez que economiza tempo, dinheiro e energia frente a uma ideia que não vingaria dentro da estratégia de um produto. Um exemplo do que seria um insight é:

“Boa parte dos participantes afirmaram que usam o celular em momento de descanso e sem pressa. As atividades mais realizadas são a busca, filtros e comunicação com o anunciante”

Ou seja, aqui interpretamos um ou mais fatos para chegar a esse insight.

Conclusões

São as tais Actions. Ou seja, frente ao que aprendemos com os fatos e insights, quais serão as providência a serem tomadas?

Aqui estamos falando de como será a solução, mas em alto nível, ou seja, sem muitos detalhes, ou seja, são recomendações.

A partir das conclusões a ideia é construir um backlog de iniciativas que estejam fortemente embasadas por fatos e aprendizados.

Aqui vejamos um ‘fato’ importante sobre ‘fatos’

  • Os tais fatos podem ser interpretados de maneiras distintas
  • Levar a insights distintos
  • Que, consequentemente, podem levar a conclusões distintas.

O que fazer então?

Experimentar, oras! O Atomic prevê esse tipo de recomendação e a ideia é que uma conclusão nunca tem fim.

The Atomic Research model — Tirado do artigo original do Daniel Pidcock

Após chegar a uma conclusão, sempre devemos experimentá-la e validá-la novamente depois de um tempo, uma vez que nossos contextos de trabalho são dinâmicos e por isso, as conclusões mudam com o tempo.

Sempre teremos espaço para inovar!

Como estamos aplicando em nosso dia a dia lá no Grupo ZAP?

Para isso, começamos a utilizar o Airtable, onde as descobertas são registradas por:

  • Nome da pesquisa;
  • Ano;
  • Descrição;
  • Tipo de experimento;
  • Evidência;
  • Tags da evidência;
  • Frases;
  • Insights;
  • Aprendizados;
  • Autor.
Parte do nosso Airtable.

Os benefícios identificados

O que o Atomic pode trazer de bom pra gente.

Com esse modo de organização de experimentos, podemos ganhar agilidade na obtenção de informações históricas e fica mais claro saber se alguma hipótese é na verdade uma evidência e, além disso, ganhamos autonomia para ir atrás de conhecimentos adquiridos em experimentos anteriores.

Outro ponto super válido é a visibilidade que ganharemos na identificação de experimentos que apontam para um mesmo fato/evidência. Fora que criaremos Conclusões (ações/backlogs) baseadas em insights fortemente baseados em fatos evitando o fazer por ‘achismo’ uma vez que, quanto mais fatos/evidências/insumos nós tivermos, mais confiáveis serão as nossas iniciativas de inovação.

Nem tudo é lindo e belo

Extrair as principais descobertas dos experimentos antigos é bastante trabalhoso e documentá-las numa estrutura (átomo) que possa ser facilmente buscável depois, pode ser um tarefa extensa e um tanto árdua.

Outro desafio a ser superado é que nós chegamos a gerar os acionáveis (as recomendações) mas elas ainda precisam ser priorizadas, ou seja, ainda nos custa um pouco transformar as nossas descobertas em demandas que ganhem prioridade nos times (squads) para que finalmente cheguem aos nossos usuários.

Algo pra vida? Também temos

Quanto mais fatos/evidências/insumos, mais confiáveis serão as nossas estratégias e mais satisfeitos ficarão os nossos usuários finais.

Siga também o nosso perfil no Instagram: @grupozapdesign

Temos vagas! Clica aqui e boa sorte!

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