Design Talks: Acessibilidade

Daniel Santiago
Grupo ZAP Design
Published in
5 min readJul 3, 2019

Organizando nosso primeiro evento

Como time de design, destacamos em nosso Manifesto que experiências devem gerar aprendizados e aprendizados devem ser compartilhados. E com esse objetivo, nasceu nosso querido Design Talks aqui no Grupo ZAP, primeiro evento interno dedicado ao design, não só para designers, mas para toda a empresa.

Mas o que são “Design Talks”?

São eventos promovidos pelo time de Design no qual, a cada edição, traremos especialistas do mercado para debatermos sobre assuntos diversos e de interesse de demais áreas da empresa também que nos ajudarão a transformar nossos produtos e solucionar as dores de nossos usuários.

E para estrear esse espaço, nada melhor que falar sobre um assunto tão importante, que afeta a todos nós e ainda há muita dúvida sobre como funciona na prática: Acessibilidade.

Com o tema “Experiências impecáveis — Independentemente de suas habilidades ou deficiências”, nosso primeiro convidado foi Marcelo Sales: UX designer com foco em Acessibilidade no Itaú-Unibanco e idealizador do projeto Todos por Acessibilidade e articulista no UX.blog e UX Collective BR.

Um produto acessível melhora a experiência de todos.

Assim como no mundo físico, acessibilidade digital se refere a uma série de ações que garantem que todos possam perceber, entender e interagir com produtos e serviços sem barreiras ou seja, de forma independente, sem a dependência de ninguém.

Quando falamos em “todos”, muitas vezes deixamos de fora pessoas com restrições, seja ela visual, auditiva, motora e mental. De acordo com o último IBGE (2010), 45,6 mi (23,9%) da população brasileira declara ter algum grau de deficiência e elas podem ser permanentes, temporárias ou situacionais. A deficiência visual foi a que mais apareceu entre as respostas dos entrevistados e chegou a 35,7 milhões de pessoas.

E a legislação?
Em janeiro de 2016, entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que afirmou a autonomia e a capacidade desses cidadãos para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas.

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.

WCAG
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG — Web Content Accessibility Guidelines) são um conjunto de diversas recomendações com a finalidade de tornar o conteúdo da Web mais acessível. Entender seus princípios (Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto) e critérios de sucesso, são um excelente caminho para começar de fato a aplicar acessibilidade.

WCAG 2.1 — Acessibilidade toolkit

Pensando no impacto como designer e nossa missão de criar experiências que sejam facilitadoras da busca pelo imóvel ideal, não podemos nos eximir da responsabilidade de projetar soluções que sejam acessíveis para quem quer que seja. Para isso é preciso engajar também os demais times responsáveis pelo desenvolvimento do produto.

Acessibilidade não deve ser encarada como um caso de exceção e sim um critério de aceite para qualquer produto.

Time reunido para testarmos nossos produtos no VoiceOver. — Foto: Luenne Neri #paracegover foto mostra o palestrante em pé à esquerda do palco, com o notebook aberto e as demais pessoas ao redor

Passo-a-passo e aprendizados

Criar um evento exige organização e saber lidar com imprevistos. E eles acontecem, pode ter certeza. Utilizamos nosso tradicional Design Friday para discussões sobre o tema e quem gostaríamos de convidar. Após essa definição, a primeira missão foi sincronizar a agenda do nosso disputado espaço reservado a eventos com a agenda do convidado.

Feito isso e com uma data definida, o próximo passo foi enviar os convites e começar a divulgação. Convidamos “oficialmente” os times de Produto e Engenharia, mas deixamos como opcional que qualquer pessoa da empresa que tivesse interesse, participasse também.

Na divulgação, utilizamos os principais canais no slack para engajarmos as áreas e no melhor estilo guerrilha, utilizamos a TV disposta no térreo, próximo aos elevadores, para exibir nosso convite e garantir que todos seriam impactados.

Transmissão ao vivo pelo nosso canal no Instagram @grupozapdesign — Foto: Luenne Neri #paracegover foto de um celular com a imagem do palestrante na tela

Após esse primeiro evento, aprendemos que:

  • Precisamos melhorar a transmissão para o pessoal que está participando remotamente. Como dividimos a tela entre a imagem do palestrante e os slides apresentados, alguns movimentos fora da área demarcada não foram vistos por quem não estava presente
  • É fundamental reservar um considerável tempo para a chegada do palestrante, receber os arquivos previamente e conferir se tudo é compatível com nossos recursos tecnológicos
  • Quanto antes começar a divulgação, melhor
  • Ter sempre cabos/adaptadores à disposição evita correria
  • Ter comidinhas faz diferença ( :
Elisa Leo e Daniel Santiago — Foto: Luenne Neri #paracegover foto 1 mostra Elisa sorrindo e demais participantes do evento em volta e na foto 2 mostra Daniel com o microfone e ao lado, o slide com o texto Acessibilidade

Espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre como está sendo realizar esses eventos internos e fiquem ligados em nosso Instagram porque logo menos abriremos as portas para vocês participarem do nosso primeiro Open Design Talks, oferecido e organizado pelo time de Design mais lindo e humilde desse brasil!

E teve mais: GAAD 2019

Global Accessibility Awareness Day

#paracegover foto mostra todo o público do evento, lado a lado em frente ao palco

Nesse mesmo mês, sediamos aqui no Grupo ZAP, mais uma edição GAAD (Global Accessibility Awareness Day). Para quem não conhece, é um evento anual realizado pela UXPA-SP — todo o mês de maio — com palestras sempre relacionadas à Acessibilidade e Inclusão.

Nesse encontro, tivemos a presença de Malu Dini (UX/UI Designer na Agile Content e Pedagoga com projetos voltados para comunidade surda) que nos trouxe o tema “A jornada surda: o confronto entre duas línguas”.

Em seguida, Marcelo Vitoriano — Diretor Geral da Specialisterne BR, (Graduado em Psicologia, especialista em Terapia Comportamental Cognitiva em Saúde Mental) falou sobre o tema “Valorizando a Neurodiversidade nas Empresas”.

E para encerrar a noite, Alexandre Moreira (licenciado em Educomunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo) falou sobre “Repensando acessibilidade — o que podemos aprender com projetos específicos de acessibilidade para pessoas com deficiência?”.

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