Meu 1º Ano como Product Owner: Lições Aprendidas

Thamires Vieira
GT Space
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5 min readFeb 19, 2018

Para os que não me conhecem, meu nome é Thamires e venho de uma linhagem de concurseiros. Exatamente isso. Aquela família toda concursada e que não passam um Natal em branco sem te contarem de todos os concursos novos que abriram e como você deveria ser um dos zilionésimos candidatos por vaga.

Não me levem a mal. Que maravilha ter um emprego eterno, que se você andar na linha jamais será demitido! Maravilha..

Dá até pra fazer planos eternos com o dinheiro né?

(Uma ilha, jatinho, mansão, casa na praia…)

Pois bem, como concursos e estabilidade eterna não são a realidade de todos nós, antes de formar já estava eu no estágio em busca de uma oportunidade única. Ao longo de um ano fui treinada pela melhor P.O que já tive a chance de conhecer (Valeu Paninha!).

Um ano de treinamento, e finalmente: Product Owner!! Essa é a minha história. Tudo aconteceu a exatamente um ano atrás (2017). E cá estou eu agora escrevendo sobre as experiências deste último ano com vocês…

Para os que estão no estágio ainda, meu único conselho: Aproveitem cada segundo para aprenderem o máximo que puderem!!

Para os que já se formaram, assim como eu, o que posso fazer é compartilhar com vocês alguns dos ensinamentos que aprendi ao longo deste último ano que foi uma jornada incrível..

01: Saiba escutar!

Aprendi que saber ouvir é uma arte na área. A todo momento você tem que saber ouvir o que o seu cliente tem para falar, a sua equipe, o seu chefe, ou qualquer um ao seu redor.

Se você não ouvir, de nada adianta todo o seu conhecimento, toda a teoria, toda a prática que te ensinaram.

Aprendi que é só depois de ouvir que podemos agir. Depois e somente depois, tome a decisão que achar melhor. Veja bem, até para ter dúvidas, é preciso ouvir bem a conversa primeiro, pois sua dúvida pode ser sanada ao longo da discussão.

Pois bem, depois de escutar bastante, a próxima regra de ouro que eu aprendi…

02: Entenda o seu cliente (Questione!)

Em um curso recente que fiz com o Marcelo Neves, ele citou um termo muito interessante, o famoso “garçom de funcionalidade”. O garçom de funcionalidade é basicamente aquele P.O que funciona mais como um telefone sem fio. Só repassa para a equipe tudo o que o cliente pediu e pronto. No final ainda quer a conta paga.

Já ouviu o ditado.. “Se mandarem você pular de uma ponte você pula?”. Pois bem… Faço essa pergunta pra vocês hoje. E aí, você pula?

A minha resposta? Depende. Depende das circunstâncias, do porquê, de como, de onde, e de um monte de porém.

Aprendi que com o cliente deve ser a mesma coisa.

Você tem que entender o que está indo fazer, porque, e para que. Tem que entender a necessidade, a funcionalidade e o objetivo. Só depois que entender, finalmente executar. E é nesta parte, que acaba acontecendo uma das minhas coisas favoritas da profissão…

Só depois que entender a realidade do seu cliente, entender o que ele de fato quer com alguma coisa, você estará apto a fazer sugestões que melhorem o dia a dia dele. Que melhore a forma como ele utiliza o sistema. Sugestões que facilitem sua vida e tragam benefícios.

E isso, meus caros, não tem preço! Não tem dinheiro no mundo que pague a satisfação de ter melhorado a vida de alguém nem que por um segundo, e em uma coisa tão pequena.

Entender as necessidades do seu cliente, é a verdadeira alma do negócio (e da profissão) ❤

03: Aceite Ideias

Eu tenho uma cabecinha, com um cérebro e alguns milhões de neurônios. E só. Tenho que aceitar, que duas ou três cabecinhas pensantes tem a chance de pensarem muito além do que o que eu sou capaz.

Muitas vezes, membros do meu time, aparecem com sugestões de melhoria de uma funcionalidade, na forma de apresentá-la ou na forma de usá-la. E sabe o que acontece? Muitas vezes, essas pessoas são gênios.

São pessoas que não estão viciadas no sistema como eu estou, e acabam pensando por uma direção diferente da minha. E se a sugestão atende bem o meu cliente (porque depois de escutar e entender, você saberá se atende ou não), e é uma ideia muito melhor do que a minha, porque não?? Porque não propor para o meu cliente uma coisa muito melhor??

Aprendi a aceitar que nem sempre as minhas ideias são as melhores. Que há pessoas melhores que eu em todos os sentidos, e o que faz de mim uma pessoa melhor, é saber dar ouvido a elas, e claro, sempre agradecer. Agradecer (❤) por pensarem além e ajudar o produto a ser muito melhor.

04: Desapegue

Meu primeiro ano, meu primeiro emprego e meu primeiro projeto.

Cuidei do meu primeiro projeto bem como um filho. Afinal eu era dona dele né? Dona do produto e tal.. é o que dizem.

Foi um projeto incrível, que cresci profissionalmente, aprendi a trabalhar, aprendi um monte de ferramenta interessante. Aprendi os limites do meu sistema.

Calma lá.. MEU SISTEMA? Oi??

Para ..Para ..Para!!. Aprendi neste último ano, que o sistema não é meu. Que o projeto não é meu. Por mais que eu cuide e dê amor. :(

Um sistema é muito maior do que a minha vontade de trabalhar nele.

Aprendi que desapegar é importante para não sofrer.

Que fique bem claro: Desapegar NÃO é deixar de cuidar ou de dar o seu melhor para fazer acontecer!

Desapegar é entender que o seu trabalho precisa ser bem feito onde quer que você esteja, e é entender que é preciso mudar para se reinventar, para inovar e para crescer. Novos projetos são novas fontes de aprendizado.

“Aceite o trabalho ou projeto que o assuste um pouco. É esse o que mais vai lhe ensinar” — Anne Sweeney, copresidente da Disney

E é isso!

Sigo para o meu segundo ano, e tendo a certeza que continuará sendo uma jornada de aprendizado e crescimento!

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