Acessibilidade nas zonas eleitorais no primeiro turno do ano de 2022

Maria Fernanda Buczynski
3 min readOct 4, 2022

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O primeiro turno das eleições contaram com altos níveis de abstenção, podendo ser a falta de acessibilidade uma de suas causas.

No último domingo (02), ocorreram as eleições presidenciais em todo o Brasil. É uma das mais históricas para o País, segundo diversos especialistas. O que trouxe diversos novos números de eleitores.

No cenário internacional, as eleições deste ano bateram recorde de eleitores. O número é 39,21% maior que o da última eleição de 2018, segundo pesquisas do TSE.

Dados anteriores, ainda do TSE, mostram que desde as eleições de 2010, o número de abstenção de votos em todo o País vem crescendo gradativamente. Sendo em 2018 uma porcentagem de 20,33% e agora, em 2022, 20,89%.

Tratando-se do Estado do Rio de Janeiro, na cidade de Teresópolis, os últimos dados fornecidos pelo TRE foram entre 2015 e 2019. Nota-se que as pessoas que não compareceram às urnas também cresceram; de 2.099, foi para 8.569. Materiais mais recentes ainda não foram compartilhados.

As zonas eleitorais da Cidade Serrana costumam ser mais moderadas. Por ser uma cidade de porte menor, não existem muitos problemas a serem relatados. Porém não é o que se foi visto no dia das eleições deste ano. Dona Maria Teresa, de 76 anos, relatou sua experiência como eleitora na cidade.

Dona Teresa, 76 anos, conta como foi o primeiro turno das eleições para ela.
Maria Teresa, 76 anos, eleitora da cidade de Teresópolis- RJ.

Ela conta que costuma votar na Prefeitura, localizada próxima ao Centro da Cidade. Afirma existirem zonas eleitorais mais próximas de sua casa, mas sempre optou por onde se encontra mais habituada. Em seu caso, costuma ir de carro, mas expõe a falha no sistema de ônibus da cidade. O tempo entre um ônibus e outro é grande o que faz com que haja muitas filas. Apresenta que em relação ao dia da eleição, não aconteceu nenhum planejamento para com os meios de transporte.

Comenta, ainda, que só houve uma facilitação relacionada à acessibilidade no momento em que chegou em sua sessão. Conseguiu passar a frente de quatro jovens. Maria Teresa não é a única que teve prioridade; dados recentes do TSE mostram que a cada 5 eleitores, 1 é idoso.

Mesmo assim, sua urna apresentou defeitos, tendo que ser trocada, o que demorou ao menos uma hora, narrou. Em média, 285 urnas tiveram que ser substituídas no País, conforme afirmou a Justiça Eleitoral.

Ela vota desde os 18 anos, mas lembra que durante a ditadura houve uma interrupção e não votou. Depois da retomada tornou a votar e nunca deixou de ir. Acha importante pelo exercício de sua cidadania e relembra a importância do início das urnas eletrônicas, já que chegou a utilizar o sistema de voto impresso.

Neste contexto geral, é possível notar que existem duas crescentes no País. Mesmo com eleições tão polarizadas e emblemáticas, ainda se tem o fato de que muitas pessoas escolhem votar cada vez mais, e muitos escolhem se abster. O questionamento que se deve ter dessa discrepância é o porquê.

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