Eleitores enfrentam filas desorganizadas e com pouca acessibilidade na Tijuca

O domingo (2) de eleições na Tijuca, na Zona norte foi de filas de tamanhos moderados e que não duravam mais de 30 minutos. Contudo, em algumas seções eleitoras a falta de acessibilidade e a demora provocada pela biometria eram evidentes.

Nas votações que aconteciam no Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, na Rua Uruguai com a Barão de Mesquita, as filas chegavam até a rua e passavam de uma hora. As principais reclamações do eleitor tijucano também foram a lentidão e a falta de preparo dos mesários.

Na Escola Municipal Laudímia Trotta, na Rua Antônio Basílio, os problemas eram outros. Filas desordenadas com um grande número de seções eleitorais acumulavam pessoas em todos os andares e dificultavam a orientação e locomoção dos mais idosos.

Seção eleitoral na Escola Municipal Laudímia Trotta apresentou filas desorganizadas com formação de aglomeração em todos os andares (Foto: Reprodução/Acervo Pessoal)

Dona Hermínia de 74 anos é uma das que sentiram dificuldades na hora de votar. Mesmo acompanhada por sua neta e morando na mesma rua da escola pública, ela encontrou muitos obstáculos que poderiam fazê-la desistir de exercer seu voto facultativo.

Ela representa uma porcentagem de uma faixa de eleitores que atingiu o maior número nesta eleição de 2022 com 21% do eleitorado com 60 anos ou mais em território nacional segundo o TSE. No Estado do Rio de Janeiro esta estatística aumenta ainda mais com 25,71% representando essa faixa etária.

Um a cada quatro eleitores fluminenses estão na mesma condição que Dona Hermínia, mas nem todas as zonas da cidade apresentam condições de infraestrutura. Em um espaço apertado e com quatro filas simultâneas, a prioridade acaba sendo prejudicada por alguns funcionários desatentos e mesários que dificultam a agilidade do processo.

A biometria e a aglomeração são desafios que representam os novos tempos para a população mais idosa. A precaução contra a COVID-19 e o impacto de novos tecnologias foram receios apresentados pela maioria das pessoas com mais de 60 anos.

Isso afeta os número de abstenções que atingiu o maior percentual com 20,89% desde 1998. Segundo o TSE, nestas eleições foram mais de 32 milhões em todo o Brasil e o Rio de Janeiro foi o terceiro estado que apresentou maior o nível de eleitores aptos a não comparecerem nas urnas com 22,73%, só atrás de Rondônia e Mato Grosso.

Mapa de abstenções em todo o Brasil: Estados com as cores mais fortes apresentaram maiores índices de ausências (Reprodução/G1)

Cabe ressaltar que eleitores cadastrados com biometria não precisam assinar o caderno de votação, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a orientação foi passada para os mesários e está presente no Manual de 2022.

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