Os altos e baixos da eleição de 2022
Ocorrida em dois turnos, a votação deste ano mostrou suas diferenças na hora do vamos vê.
Texto escrito por João Folha.
Zonas eleitorais lotadas por todo o país, prolongamento da votação após o horário habitual de fechamento das urnas, presença massiva de eleitores que não possuem mais a obrigação do voto, simbolizam a eleição de 2022, tornando-a um acontecimento ímpar para aqueles que presenciaram os anos eletivos anteriores. Afinal, os cidadãos brasileiros decidiram sair do conforto do seu lar para confirmar seu dever perante as urnas espalhadas por todo o país.
Assim como nos outros municípios, Maricá não foi diferente. No pacato Colégio Nossa Senhora da Penha, localizado na avenida 2, em Itaipuaçu, um simples voto que duraria 10 minutos em média dentro de uma seção, se tornou filas que se encontravam em seu eixo e até mesmo ultrapassavam a entrada de um portão, e que ao longo do dia ia se ampliando.
Pela facilidade do acesso, com a garantia de ônibus público gratuito e um ponto a menos de dois minutos do local, e de ruas com amplas vagas para se estacionar, os eleitores da seção foram em massa, um encontro de gerações de familiares, cada um exercendo seu dever e levantando a bandeira daquilo que acreditava como melhor para o Brasil neste momento.
Porém, o que era para ser celebrado como a festa da democracia, se tornou momentos de angústia e ansiedade, pois o espaço curto que o colégio tem de dimensão não suportou o número de pessoas que aderiram a eleição, pode se vê filas que passavam das duas horas de espera, e até mesmo nas preferenciais se houve uma demora maior que uma hora. Isso fica ainda mais claro quando buscamos os dados do TSE que comprovaram que mais de 80% da população foi votar na região em ambos os turnos, tendo menos de 20% de abstenções, números esses que se equiparam com o quadro visto em toda a nossa extensão territorial, com seus quase 80% de votos válidos. Um espaço muito inferior à grande multidão que se fez presente durante todo o domingo do primeiro turno.
O quadro apresentado nas eleições do segundo turno foi diferente. Dados do mesmo TSE, apontam que mil pessoas a mais foram às urnas no mesmo local, mas o que se via era mansidão, filas com menos de cinco pessoas, um tempo de espera de menos de dois minutos, algo inimaginável para os mesmos que vivenciaram na pele o turno anterior. Muito se deve ao fato de que no último turno apenas se votou para presidente, o que otimizou a chegada e a partida dos eleitores da região de Maricá. O eleitor pode assim voltar para sua casa com mais calma e esperar o resultado que sairia ao decorrer do dia.
Apesar de escancarar o pouco preparo das regiões do país quando sua população vai às ruas, pode se brilhar os olhos daqueles mais fervorosos e pessimistas que não conseguiam acreditar de novo em um cidadão que luta pelo acredita. Independente de posição, o que vimos foi um mar de gente convicta e esperançosa no amanhã. A eleição de 2022 nos alerta mas também nos encanta, e mais que isso, nos mostra que a resposta para toda uma nação, sempre vem de quem a sustenta e segue mantendo um país em pé: seu povo.
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