Juiz José Wilson Witzel (Governo do Estado)

Pedro Alves
Guia RJ 2018
Published in
5 min readJun 22, 2018

Juiz José Wilson Witzel

O PSC (Partido Social Cristão) lançou a pré-candidatura do juiz Witzel ao Governo do Estado do Rio em março deste ano, porém ainda não houve definição de seu vice e de suas coligações. A única notícia que se tem a respeito de suas possíveis coligações refere-se a negociações com o PSL (Partido Social Liberal), partido de Jair Bolsonaro.

Vice e coligação a definir.

ATIVIDADE POLÍTICA

Natural de Jundiaí, São Paulo, o juiz Wilson Witzel não tem nenhuma atividade política registrada, uma vez que a disputa ao Governo do Estado em 2018 representa sua primeira corrida eleitoral. Ou seja, o juiz Witzel nunca assumiu nenhum cargo político.

Wilson Witzel é doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Processo Civil e professor de Direito Penal Econômico há mais de 20 anos, tendo passado por instituições como Fundação Getúlio Varga s (FGV) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Antes da atuação como juiz federal, Wilson também foi oficial da Marinha (1989–1992; Corpo dos Fuzileiros Navais) e defensor público do Estado entre 1998 e 2001.

Wilson Exerceu, ainda, o cargo de presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Ajuferjes).

Para participar das eleições, Wilson Witzel teve que se afastar da magistratura — atividade que exerceu durante 17 anos comandando a Vara de Execuções Penais no Rio e no Espírito Santo. Inclusive, foi durante o período que esteve à frente da Vara de Execuções Penais que o juiz ganhou notoriedade na mídia. Após sofrer ameaças de morte em duas oportunidades, em 2011, o juiz afastou-se definitivamente da Vara de Execuções Penais e passou a atuar na Vara de Execução Fiscal do Rio de Janeiro.

A candidatura do juiz, porém, é uma estratégia partidária que envolve ambições maiores. Segundo o presidente do PSC, Everaldo Dias Pereira, o Pastor Everaldo, a candidatura do juiz Wizel “servirá de palanque para o candidato da legenda à Presidência”, Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

POSICIONAMENTO e PLATAFORMA POLÍTICA

Em rápida entrevista à rádio SRzd, o juiz Wilson tratou de alguns assuntos importantes para o esclarecimento de seu posicionamento político e o direcionamento de sua ação. Questionado sobre o que deve ser feito para que o estado do Rio “volte a funcionar”, o juiz Wilson respondeu:

- O Estado do Rio precisa conseguir melhorar suas receitas e não fazer mais despesas desnecessárias. É preciso que a nossa receita seja melhorada. E como a gente consegue melhorar a receita? Através da melhoria da captação de recursos e da tributação. Precisamos aumentar a capacidade de arrecadar com a fiscalização mais rigorosa. É fundamental que as pessoas sejam obrigadas a pagar um tributo evitando a sonegação, isso também evita o problema da concorrência desleal.

O juiz considera a situação da segurança pública um vetor fundamental para a reestruturação do cenário social, político e econômico carioca. Ainda em entrevista à rádio SRzd, Wilson declarou que irá reorganizar a segurança pública no Rio, garantindo mais eficiência e melhores condições de combate ao crime organizado para que o cidadão fluminense tenha seus direitos assegurados. Disse, também, que é preciso trazer técnicas de administração mais atualizadas para que o estado atraia investimentos e gere mais empregos e renda.

Em recente entrevista à Folha de São Paulo, Wilson Witzel alegou que pretende, em caso de eleição, extinguir a Secretaria de Segurança no Rio e exponenciar o status das polícias (civil e militar) a secretarias. A finalidade, segundo o juiz, é intensificar a conexão entre as corporações.

O juiz, inclusive, acredita que a intervenção federal na segurança pública é uma ação “política” e não acredita na efetividade da ação dos militares nas ruas em combate à violência: “O modelo de intervenção em que você coloca militares na rua para conter a violência na rua, no asfalto, não dá certo nunca. O crime organizado só se atinge com investigação.”

Wilson ainda se diz crítico ao projeto das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), alegando que a forma e o processo em que tudo se deu e foi implementado acabou por desestruturar a PMERJ.

NUVEM DE PALAVRAS

ESCÂNDALOS

Os escândalos, por sua vez, restringem-se afatos pretéritos de envolvimento do partido, como por exemplo o envolvimento de nomes do PSC com a questão do Mensalão. Em 2016, um levantamento por portal Congresso em Foco apontou para os partidos com mais políticos fichas-sujas filiados. O PSC possuía, à época, 16 integrantes que não puderam disputar as eleições e mais 53 barrados na Lei da Ficha Limpa, mas que disputaram as eleições.

Também há história de escândalos individuais envolvendo o atual presidente do partido, Pastor Everaldo. Segundo a Polícia Federal, Everaldo Dias, o Pastor Everaldo, teria pedido dinheiro à Cunha em ano de eleições municipais. Segundo o portal Uol Notícias, “A informação consta nos documentos da investigação sobre o suposto esquema de liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para as companhias dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários por meio de direcionamento político, com participação de Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que ocorreriam em troca de pagamento de vantagens ilícitas.” Segundo a PF, a empresa envolvida era a Dinâmica Segurança Patrimonial, na qual o sócio-administrador (Edson da Silva Torre) é um dos sócios dos sócios do Pastor Everaldo, segundo as mensagens de Cunha.

Há, também, a acusação sobre o ex-presidente e fundador do PSC, Vitor Nósseis, em que o MP-MG aponta para o uso de recursos da Fundação Instituto Pedro Aleixo (vinculada ao PSC), que é financiada pelo fundo partidário, para pagar prostitutas. Vitor alega que a acusação (que surgiu de uma gravação em 2017) é “clandestina e apócrifa” e que houve manipulação por parte do atual presidente do partido, Pastor Everaldo, devido a rusgas pretéritas.

E, por fim, mas não menos importante, o escândalo sexual envolvendo Marco Feliciano (PSC-SP). Em 2016, o pastor foi acusado de agredir e estuprar a jornalista Patrícia Lélis. De acordo com a IstoÉ, “ela o acusa de mantê-la em cárcere privado em um hotel na capital paulista e de obrigá-la a gravar vídeos negando suas próprias acusações, sob ameaças. Porém, gravações da câmera do hotel em que a moça ficou hospedada e registros escondidos que a mostram aparentemente tranquila negociando valores mudaram o rumo das investigações e passaram a incriminar Patrícia por extorsão.”

FAKE NEWS

Não há fake news que envolvam diretamente o nome do Juiz Wilson, mas recentemente o PSC e mais nove partidos assinaram, junto ao TSE, um acordo de compromisso ao combate às fake news nessas eleições gerais. Segundo o ministro Fux, “Nós entendemos que, além de todas as providencias até então adotadas, nós deveríamos também ter como colaboradores não só a imprensa, mas também os partidos políticos. Que se juntem a nós para que mantenhamos a nossa democracia imune de qualquer dúvida. Os termos são simbólicos, são termos que encerram compromissos éticos.”.

RELAÇÕES

Por ora, o que se sabe sobre as alianças políticas do Juiz Witzel é que houve um contato para que alguma coligação fosse negociada com o PSL (Partido Social Liberal), como supracitado, partido do pré-candidato à presidência da república Jair Bolsonaro.

NETWORK

https://graphcommons.com/graphs/188f702b-e964-4e82-a4a6-417ccbbecdc2?auto=true

--

--