QUI.LOM.BA.GEM

Martina Ceci
guiamariafirmina
Published in
3 min readJul 25, 2018

Movimento negro de rebeldia contra o sistema, que tem como objetivo resgatar a memória de um povo escravizado que lutou por liberdade, igualdade e respeito.

Não é segredo nem novidade para ninguém a segregação e o preconceito ainda são ainda claros e evidente na sociedade. Com o desejo de se revelar e se rebelar contra o racismo nasceu a Quilombagem, a partir das ideias de três mulheres negras: Nathália, Nayara e Tamires.

Quilombagem é uma Feira Afro realizada em Mogi das Cruzes — Grande SP, que reúne empreendedores e artistas negros com objetivos de valorizar, unir, fortalecer e difundir a cultura e ancestralidade negras.

Já em sua 2ª edição, realizada no último dia 21 de julho, a Quilombagem reuniu mais de 50 expositores de diferentes segmentos, com confecções feitas a mão, desfiles e aulas de dança afro. Um dos principais objetivos da Feira é apresentar ao público negro a arte que é feita por negros.

O Guia Maria Firmina acompanhou a segunda edição da Feira e traz para você algumas das artistas que expuseram seus trabalhos na Quilombagem:

NECRIM’S

“Os muros são minha tela e a rua meu ateliê”. NECRIM’S vem de uma junção das palavras “Negro” e “Crew”, que para as irmãs Bianca e Juliana representa militância e empoderamento. Desde 2016, as irmãs decidiram levar poesia e arte pra quebrada onde moram, na Zona Leste de São Paulo, mas foram recebidas com hostilidade e resistência. Daí por diante, o desejo de espalhar arte só se fortaleceu e hoje as Necrim’s usam o graffiti, desenho e pintura para expressar suas ideias, valores e convicções. Suas maiores inspirações são as mulheres do movimento negro, numa luta diária para chegar a espaços que ainda não habitam.

Ana Clara

Uma brincadeira de criança que virou paixão. Desde a infância, Ana Clara já desenhava por influência do irmão. Crianças negras é o que Ana prefere desenhar, é o que mais queria ver, já que quando pequena, isso não existia, não se via em lugar nenhum. Os desenhos de traços leves e precisos reafirmam o desejo de mostrar as crianças negras que elas também são tem espaço na sociedade e não estão sozinhas.

Lethicia Galo

Com a câmera da mãe, aos sete anos Lethicia já fotografava, fazendo registros do dia a dia e das viagens de família. Formada em Fotografia há oito anos, trabalha em eventos, além de projetos pessoais e autorais. Um de seus trabalhos mais recentes é o Catarse, projeto fotográfico com mulheres que sofreram alguma violência. A ideia de fotografar mulheres negras veio da certeza de que a violência é muito mais dura quando se fala de uma mulher negra. As violências estruturais ferem muito mais a mulher negra dentro da nossa sociedade que é extremamente racista.

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