Doses de Team Building — Facilitação N. 01 Sou, Não Sou

Kamilla Queiroz Xavier
GUMA-RS
Published in
5 min readFeb 26, 2020

Traduzido do inglês, TEAM BUILDING é um termo coletivo para vários tipos de atividades usadas para aprimorar as relações sociais e definir papéis dentro das equipes, geralmente envolvendo tarefas colaborativas. É utilizado para fazer com que o espírito de equipe se desenvolva no ambiente de trabalho melhorando, consequentemente, o desempenho e a produtividade dos colaboradores.

Considerando o esclarecimento acima, neste texto a seguir e possivelmente nos seguintes complementares, descreverei a aplicação de algumas facilitações baseadas nessa prática e também irei transcorrer de forma resumida quanto ao contexto da aplicação.

Contexto (Meu Cenário)

Novamente após uma troca de projeto me vi diante de um novo time. De imediato meu instinto me dizia, vamos conhecer cada um dos envolvidos e estabelecer uma relação saudável e baseada na transparência. Iniciei meus dias na nova equipe observando bastante a dinâmica e compreendendo onde identificava possibilidade de atuação.

Passado o primeiro mês, a evidencia era de pequenos ajustes e auxiliar o time em alguns alinhamentos e em seu amadurecimento. Mas não seria tão divertido senão houvesse imprevisto, não é verdade?

E falando em imprevistos, me vi diante de uma nova equipe com uma deadline super audaciosa, para não dizer kamikaze, de entrega de um dos nossos projetos para pilotagem. Precisei entender não apenas o projeto, a razão da entrega como junto com o time montar uma estratégia para atender a deadline de entrega.

Não irei detalhar sobre as horas extras, cansaço mental e físico, nível de stress e demais impactos que vieram como bônus desta entrega, alias, a data final da mesma foi postergada nada mais, nada menos que três vezes e todas por razões alheias ao time de desenvolvimento envolvido. Então apenas considere a existência destes fatores como motivadores do trabalho a seguir descrito.

Inspiração

Com a entrega realizada era perceptível o desgaste do time. Na aplicação de uma prática de 1:1 (one-on-one) em todo o feedback colhido foi emergindo cada vez mais o desconforto na didática de trabalho aplicado. Na celebração da entrega, foi claro o descontentamento mesmo diante da concretização da mesma.

O time estava visivelmente desmotivado. A formação atual estava atuando a bem pouco tempo junto, as relações não estavam consolidadas e já vivenciaram e também compartilharam um grande momento de stress.

Ainda temos uma aplicação mobile para estabilizar, mas precisava iniciar um esforço para resgatar o senso de time que sequer havia sido construído ainda. E construir a identidade de time.

Estávamos a poucos mais sessenta dias atuando juntos e possivelmente nos conhecíamos pouco também, para não termos nenhuma formalidade, adaptei a dinâmica ‘É, Não é, Faz, Não faz’ da Lean Inception de Paulo Caroli para o contexto de apresentações. E a seguir descrevo ‘Sou, Não sou…’

Facilitação N. 01 — Sou, Não sou…

A dinâmica visa construir com os envolvidos antes de mais nada um ambiente seguro e de reconhecimento.

Canvas Sou, Não sou…

Assim, montei um material com quatro áreas, sendo elas as seguintes:

  • Sou (para características que a pessoa possui e não causam incômodos — ou até mesmo que sejam consideradas características positivas);
  • Não sou (para características que a pessoa não possui e não causam incômodos);
  • Não sou, mas gostaria de ser (características que a pessoa não possui e que de alguma forma fazem falta);
  • Sou, mas não gostaria de ser (características que a pessoa possui e causam incômodos).
Exemplo do Canvas Sou, Não sou elaborado

Aplicação

No momento da aplicação, apresentei ao time a motivação da dinâmica escolhida e que ela não seria isolada, que seguiríamos com trabalhos visando nos reconhecer quanto time e melhorar não apenas nossa relação, como nosso ambiente de trabalho.

Entreguei a cada presente uma folha impressa do Canvas Sou, Não sou, expliquei e exemplifiquei cada uma das áreas. Disponibilizei post-its e canetas e pedi que antes do preenchimento, realizassem uma reflexão pessoal sobre suas características.

Dediquei aproximadamente quarenta minutos para e ao final recolhi os canvas e solicitei a cada presente se eles estavam de acordo com a leitura do conteúdo.

Leituras & Reações

A cada leitura realizada era perceptível o reconhecimento em algumas características.

No inicio uns dois mais reservados, pediram para que não fosse realizado a leitura do seu material, mas ao perceberem o quão francos estavam os demais presentes, se sentiram a vontade o suficiente de compartilharem seus colocações.

Resultado

Pedi para ficar com o material criado, afim de montar uma versão digital do mesmo e assim elaborei o material a seguir:

O próximo passo é utilizar essa versão digital e criar um Canvas Wall do time e com base no descrito por cada um, auxiliar em um plano de desenvolvimento individual. Onde as características que fazem falta possam ser desenvolvidas e as que causam desconforto possam ser trabalhadas e gradativamente minimizadas.

E quem sabe evoluir e sempre que necessário resgatar o Canvas Sou, Não sou e realizar uma atualização.

O Avatar e o Canvas (PLUS)

O avatar de cada membro da equipe, foi uma opção posterior, haja vista minha intenção de aproximar cada vez mais os integrantes do time.

Então pesquisando encontrei uma ferramenta que auxilia na criação, o MANGATAR, ele é super fácil de utilizar e salvar. E não menos importante, ele é free.

Já o canvas acabei utilizando o MIRO, que permite diversas criações de modelo de canvas já prontos, bem como inovações, tal como essa criada por mim.

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Kamilla Queiroz Xavier
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