Esquerda light

É um movimento óbvio da esquerda brasileira que pretende capturar os simpatizantes do estatismo sem a contaminação da imagem do PT, uma vez que as eleições mostraram um antipetismo instalado (com exceção da maioria dos nortistas). Seria a “nova esquerda”.

Se conseguir unir grande parte da esquerda, Ciro Gomes passará a ser um nome forte no cenário político para 22. Principalmente se conseguir aglutinar artistas e figuras conhecidas em torno do projeto, além de domar o seu próprio temperamento.

Resta saber se movimentos de renovação da política entrarão neste baile da irresponsabilidade fiscal e assistencialismo ou vão, realmente, representar a mudança e a modernidade da política brasileira.

Caso esta hipótese se confirme, teríamos o seguinte quadro:

Conservadores: capitaneados pelo PSL, trazendo outros partidos alinhados com o novo governo.

Liberais: representados pelo partido NOVO – que já se declarou independente ao novo governo – e alguns movimentos da renovação política mais alinhados ao liberalismo econômico, à política moderna e às novas práticas na política, como a não utilização de recursos públicos para manutenção e campanha de partidos.

Centro: composto por centristas clássicos, como o DEM e PMDB e todo e qualquer partido fisiológico ou sem ideologia definida. Tendem a ser sempre governo.

Nova esquerda (light, trabalhista e social democrata): aqui cabem os partidos e movimentos que aderirem ao projeto de Ciro Gomes. Há também espaço para PSDB e outras legendas correlatas, andando em paralelo ou com projetos próprios.

Esquerda: PT e os que tiverem coragem de se associar ao partido, talvez PCdoB e PSOL, caso estes últimos não migrem para a “nova esquerda”.

De qualquer maneira o quadro hipotético é reflexo do resultado das urnas, dos anseios da população por renovação e novas práticas na política e os órfãos de Lula e o PT. A ver.