#4 Já ouviu falar de Big Data? Ela já sabe tudo de você

Nos últimos três posts eu falei sobre como uma pontinha das novas tecnologias de informação afetam ou afetarão nossas vidas de uma maneira já bem visível e palpável. No entanto, enquanto vivemos nossas vidas — e enquanto você lê este artigo — estamos gerando dados sem muitas vezes nos darmos conta.

Tudo o que pesquisamos na internet, todas as nossas interações em redes sociais, tweets, curtidas de Instagram, postagens no Facebook, tudo é convertido em dados que ajudam a fazer com que centenas de computadores entendam nossos hábitos e usem isso para refinar nossas experiências de consumo.

A tendência é que cada vez mais fontes de dados estejam interagindo com a gente. Geladeiras, aplicativos de supermercados, televisores inteligentes, relógios inteligentes, lâmpadas inteligentes. Basicamente tudo será capaz de extrair dados sobre nossos hábitos.

Acha muito high tech? Já pesquisou o preço daquele tênis e depois passou vários dias vendo propaganda dele em qualquer site?

Porém, o uso dos nossos dados de buscas é apenas uma das formas mais básicas de usar nossas interações para gerar ofertas personalizadas de produtos e serviços. E quanto mais dados geramos, mais personalizadas ficam as ofertas. E quanto mais personalizado, maior a chance de gastarmos dinheiro com isso.

Os carros são fabricados com cada vez mais sensores, capazes de gerar relatórios mais preciso sobre a nossa forma de dirigir. Aplicativos de transporte sabem a que horas chegamos em casa, onde trabalhamos e que bairros frequentamos mais.

Até nossas preferências em material pornográfico já foram analisadas. Por falar nisso, já assistiram Ex Machina, esse filme que está concorrendo ao Oscar de Roteiro Original? Recomendo muito!

Para as empresas em geral, a análise de dados, conforme torna-se cada vez mais complexa, é uma tecnologia altamente desruptiva por três importantes razões: ela muda a forma como empresas tomam suas decisões em relação a tudo o que fazem, desde aquisições até a forma como organizam os prédios onde funcionam; ela muda a forma como se cria valor para serviços e produtos, através de diferenciação e especialização; e ela transforma a maneira como a empresa se comunica com seus potenciais clientes, com publicidade customizada e direcionada.

O que isso significa na vida real?

Do ponto de vista do MARKETING, empresas tem investido cada vez mais em estatégias de captação e análise de dados como forma de obterem vantagens sobre seus competidores, gerenciarem seus riscos e construírem estruturas de TI mais alinhadas com suas necessidades.

Isso resulta, por exemplo, em bancos que conhecem seus cliques o bastante para saber que tipo de empréstimo você precisa e ofereça um sem que você tenha pedido. Ou companhias de seguro capazes de criar apólices completamente baseadas na forma como dirigimos e mais alinhada com nossos riscos. Ou uma promoção que aparece no nosso celular quando a gente está passando na frente de uma loja no nosso horário de lazer.

Dados trazem a segmentação de mercado para um nível cada mais pessoal e isso é de extremo valor para todas as empresas, de todo e qualquer setor.

Isso é dizer que os dados que geramos se tornaram matéria-prima. Com a diferença que, nesses tempos em que todos os recursos naturais mostram sinais claros de escassez, os dados são infinitos e ilimitados.

90% dos dados disponíveis em todo o mundo foi criado nos últimos dois anos

A aplicação de dados pelas empresas vai muito além do marketing. Análises de probabilidade ajudam empresas a preverem riscos de investimentos, a anteciparem possíveis resultados de suas práticas e, por isso, a tomarem decisões cada vez mais acertadas. No melhor estilo Teoria do Xadrez.

(Sério mesmo, assistam aquele filme)

Mas ter dados não é bastante. O grande diferencial entre as empresas estará em saber usá-los. Só que isso é tema que fica para os próximos posts.

Este blog é para falar sobre tecnologias que estão moldando nosso futuro, de uma maneira simples e sincera. Conheça mais sobre mim no meu Facebook, LinkedIn e Portifólio.