Por que FinOps? 2/27

Resumo do capítulo 2 do livro Cloud FinOps — Collaborative, Real-Time Cloud Value Decision Making (2nd edition) dos autores J.R. Storment & Mike Fuller.

Tiago Andrade
HAIW TECH
7 min readDec 14, 2023

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Este post é um resumo, na minha visão pessoal, do capítulo 2 do livro base de FinOps. Você pode acessar aqui o post do capítulo 1, e adoraria ouvir seu feedback, seja aqui pelo medium ou nas minhas redes sociais: LinkedIn ou X. Vamos ao que interessa :)

Quando você analisa por que as organizações usam a nuvem e os benefícios que obtêm ao fazê-lo, a importância e a necessidade de FinOps se tornam óbvias. Uma prática de FinOps bem-sucedida expande e acelera os benefícios comerciais possibilitados pela nuvem. A nuvem não deve ser vista apenas como uma alternativa de hospedagem, mas sim como um acelerador de negócios. Da mesma forma, FinOps não se trata apenas da otimização de custos, mas sim da maximização de valor.

Use a nuvem pelos motivos certos

Economizar dinheiro é importante, mas empresas bem-sucedidas que escolheram a nuvem como sua primeira opção mostraram que o verdadeiro destaque está na escalabilidade e inovação. A capacidade de crescer e alcançar um público global, somada à agilidade pode aumentar os ganhos das empresas.

Os dados da pesquisa 'State of FinOps 2022' mostraram que a indústria financeira lidera o tema FinOps, além de diversas outras como aviação, varejo, etc. A tecnologia ajuda a conectar empresas com clientes, otimizar recursos e monitorar operações de maneira eficiente.

“Não somos mais uma companhia aérea. Somos uma empresa de software com asas.” — Veresh Sita, CIO da Alaska Airlines

Os componentes-chave do sucesso agora são agilidade de negócios e velocidade de inovação. À medida que as empresas deixam para trás a ideia de que a nuvem é apenas uma estratégia de evitar custos, elas estão cada vez mais olhando para a nuvem como seu principal impulsionador da inovação.

Imagem do autor :)

O gasto com nuvem continua acelerando

Em 2019, o Gartner havia previsto que os gastos com nuvem em 2022 seriam cerca de US$ 360 bilhões, mas os gastos reais em 2022 acabaram ficando próximos de US$ 500 bilhões. A última previsão do Gartner informa que mais da metade dos gastos com Tecnologia Corporativa migrará para a nuvem até 2025. Isso representa cerca de US$ 1,8 trilhão que podem potencialmente ser migrados para a nuvem.

Com todo esse crescimento, as antigas divisões entre equipes de tecnologia, finanças, compras e negócios se tornaram um desafio. Para entender por que, vamos analisar nossa definição favorita de nuvem de Dave Nielsen, em sua palestra Cloud Computing Is OSSM, de 2011. Para ser chamado de “nuvem”, Dave disse que um provedor de infraestrutura precisava ser “OSSM”:

  • On-demand
  • Self-Service
  • Scalable
  • Measurable

As funcionalidades On-demand, Self-Service e Scalable fizeram com que a decisão sobre os custos seja uma responsabilidade mais diretamente do desenvolvedor de software ao invés do time financeiro ou de compras. No contexto com uso de data center, os custos eram previsíveis, estáveis e negociado previamente. Com o advento da nuvem, os custos tornaram-se voláteis e, muitas vezes, difíceis de serem previstos dado a complexidade e tamanho que podem adquirir. Vamos olhar uma comparação básica de funcionalidades entre data center e nuvem para ficar mais claro:

Comparação Data Center vs Nuvem.

A verdade é que a nuvem altera fundamentalmente como as empresas constroem e entregam software, para melhor ou pior. E gerenciar a variabilidade desses gastos hoje é um trabalho muito diferente do que era quando o time de tecnologia administrava a infraestrutura com base em custos fixos previsíveis.

O impacto de não adotar FinOps

Quando você está focado na velocidade e inovação para o negócio, é fácil que as contas de nuvem cresçam rapidamente. Em resposta, as empresas normalmente restringem os gastos na nuvem, o que faz com que a inovação diminua e ameace torná-las menos competitivas no processo.

Um estudo da McKinsey publicado em setembro de 2020, intitulado “Como CIOs e CTOs podem acelerar transformações digitais por meio de plataformas de nuvem”, concluiu que as empresas que obtêm valor das plataformas de nuvem tratam sua adoção como uma transformação de negócios e tecnologia, fazendo três coisas:

  • Concentrando investimentos em domínios de negócios nos quais a nuvem pode possibilitar o aumento de receitas e melhora de margens.
  • Selecionando um modelo tecnológico e de abastecimento que esteja alinhado com a estratégia de negócios e as restrições de risco.
  • Desenvolvendo e implementando um modelo operacional orientado para a nuvem.

No entanto, o artigo também destaca que as habilidades, processos e mudanças organizacionais necessárias para a economia da nuvem são muito complexas e abrangem muitas partes diferentes dos negócios para que os líderes de infraestrutura possam gerenciar sozinhos. Em geral, resultam em falhas como:

  • Piloto não tem sucesso: uma POC mal definida ou uma migração mal planejada não atingem sucesso, impedindo um caso de negócios bem-sucedido para ampliar o uso da nuvem.
  • Migração travada: falhas ou demora na automação ou nas arquiteturas de referência necessárias para usar os serviços de plataforma de nuvem pública de forma segura, resiliente e compatível.
  • Migrações Lift/Shift não geram valor: migrações que não aproveitam as alavancas de otimização da nuvem ou tecnologias nativas, resultam em custos equivalentes ou até maiores.
  • Caos: falta de orientação da liderança deixa os desenvolvedores por conta própria na configuração de serviços de nuvem, levando a problemas de custos, segurança e conformidade.

A McKinsey concluiu que, como resultado, embora os gastos estejam crescendo rapidamente, apenas 10% a 15% das migrações para a nuvem foram bem-sucedidas.

O investimento em FinOps permite uma melhor gestão financeira dos serviços em nuvem, possibilitando que as iniciativas em nuvem entreguem valor mensurável para os negócios e cada uma dessas iniciativas impulsiona ainda mais o ciclo de valor da nuvem.

Informed Ignoring: Por que começar agora?

A ignorância acontece quando você não está medindo a eficiência dos gastos. Você decidiu que não precisa se concentrar nos custos da nuvem ainda. Você só precisa concluir a migração ou lançar um conjunto de recursos, não importa o custo.

O cenário geralmente se desenrola da seguinte forma: a empresa decide que tem uma grande quantia de dinheiro para concluir uma migração, digamos, de US$ 50 milhões. Frases como “Apenas peça aos desenvolvedores que concluam a migração e depois olhamos os custos” são comuns. Os líderes de negócios pensam que não há como atingir números tão altos de gastos na nuvem, especialmente no início, quando as faturas mensais passam de US$ 5.000 para US$ 50.000, US$ 250.000 e US$ 1 milhão. Em comparação com outros custos de tecnologia em uma grande empresa, todos ainda são números pequenos. Então, os desenvolvedores continuam trabalhando nas migrações e ao longo do caminho acumulam muita ineficiência. Em algum momento, os custos começarão a superar os benefícios e ficarão fora de sintonia com as expectativas da empresa.

Isso ainda pode ser comum e as empresas começam a adotar FinOps somente após um momento de pânico de gastos forçá-las a fazer isso. Felizmente, cada vez mais vemos uma abordagem Informed Ignoring, ou seja, há um foco em compreender os custos desde o início, garantindo uma estratégia abrangente de alocação de custos, relatórios sobre os principais impulsionadores de custos, monitoramento de anomalias e exploração de oportunidades para aumentar a eficiência dos custos. No entanto, ações para reduzir os custos não são necessariamente tomadas durante esse período; em vez disso, há um monitoramento ativo e previsão para garantir que os gastos ainda estejam alinhados com as expectativas da empresa.

Em uma abordagem Informed Ignoring, a empresa está conscientemente acompanhando os custos, prevendo seu crescimento e analisando oportunidades de economia para ver quando eles atingem um ponto em que o nível de conforto da empresa força a adoção de domínios adicionais da prática de FinOps.

À medida que o nível de conforto com o nível de gastos ou o tamanho das oportunidades de redução se torna significativo, os líderes de negócios podem mudar a decisão de ignorar e começar a priorizar as atividades de FinOps. Sem você manter seus líderes de negócios atualizados sobre o tamanho dos gastos e das oportunidades de redução, eles crescerão descontroladamente, estarão fora de sintonia com as expectativas e eventualmente se tornarão uma surpresa.

O conceito central do Informed Ignoring é que é aceitável para sua organização escolher não gastar tempo na redução dos gastos com a nuvem. No entanto, deve haver conscientização dentro da empresa, especialmente entre as áreas financeiras e os líderes de negócios, para decidir ignorá-los. E mesmo que você não tenha tempo ou recursos para implementar uma prática de FinOps ativa, comece agora com a prática de alocação, rastreamento e previsão de seus gastos com nuvem, para que você esteja pronto para otimizar quando for necessário.

Conclusão

A principal vantagem da nuvem é a velocidade de entrega e inovação, não a economia de custos. Para resumir:

  • Os gastos na nuvem já têm ou em breve terão um grande impacto no balanço financeiro das empresas.
  • A falta de investimento em FinOps desde o início pode causar obstáculos ou até mesmo interrupções na adoção da nuvem.
  • A equipe de compras/finanças já não tem controle sobre os gastos. Na nuvem, esse poder foi transferido para os desenvolvedores.
  • FinOps permite operar na velocidade/segundo da nuvem, em vez de depender de revisões de gastos tradicionais mensais ou trimestrais, o que permite evitar custos inesperados.
  • Comece com uma abordagem Informed Ignoring, antes de estar pronto para executar todos os domínios de FinOps para uma prática ativa.

FinOps é uma abordagem recente para a maioria das empresas. Lembre-se que não é necessário, e nem recomendado, implementá-la de uma única vez, mas é importante destacar que, para ter sucesso, ela deve ser adotada progressivamente em toda a organização.

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Entrepreneur, optimist, and lifelong learner.