Atirador mandava crianças ficarem de costas. “Em seguida, eu só ouvia o disparo”, relata sobrevivente do massacre de Realengo

Hanrrikson de Andrade
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2 min readMar 3, 2016
Foto: Hanrrikson de Andrade/UOL

A estudante Jade Araújo (foto), de apenas 12 anos, relatou passo a passo o desespero dos alunos do colégio Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, que nesta quinta-feira (7) foi palco de uma chacina protagonizada por Wellington Menezes de Oliveira, 23. Segundo a menina, corpos de crianças se amontoavam nas escadas da unidade educacional e, ao fim da tragédia, uma onda de sangue desceu pelos degraus. “Parecia uma cachoeira de sangue”, relatou.

Jade é aluna da sexta série e estava em uma sala do segundo andar quando começaram os disparos. Imediatamente, ela e os colegas correram para o terceiro andar, enquanto Wellington abria porta por porta para exterminar os locais ocupadas pelas crianças da unidade educacional. Depois de subir as escadas para o topo do prédio, presenciou uma cena que ela classificou como “horrível”: crianças e adolescentes implorando para não serem mortas.

“Elas gritavam ‘não me mata, por favor, não me mata, eu quero viver’. Mas elas morreram mesmo assim. Ele matou mais meninas do que meninos e foi de sala em sala atirando nos alunos”, explicou ela.

Uma vez escondida em uma sala no terceiro andar do colégio, Jade pôde escutar diálogos do assassino com as vítimas. Segundo ela, Wellington mandava as crianças olharem para a parede antes de atirar, preferencialmente na cabeça. O perfil da chacina mostra que o criminoso entrou na escola determinado a matar apenas crianças, já que nenhum professor foi alvejado.

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Rio de Janeiro, 7/4/2011

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