Arch Enemy: Existe igualdade de gênero no Death Metal?
Alissa White-Gluz, um dos rostos mais conhecidos do Death Metal, e um dos únicos femininos, reflete sobre a dificuldade que ainda enfrenta pelo fato de ser mulher.
A vocalista do Arch Enemy acredita que o simples fato de o dia internacional da mulher ser falado e celebrado é uma prova de que ainda há uma grande distância até a igualdade de gêneros. Em entrevista exclusiva ao HEADLINER, em março de 2021, comentou que mesmo após muitos anos na música, ela ainda tem que continuar buscando por isso.
“Depois de 20 anos no mundo da música, eu poderia escrever um livro sobre a importância de continuar lutando pela igualdade”
Porém, a frontwoman também considera que essa data é importante para mostrar problemas que muitas mulheres ainda enfrentam. Segundo ela, essa celebração pode parecer desnecessária em países ricos com bairros seguros, mas em algumas partes do mundo, ainda acontecem situações como opressão e casamentos forçados.
Por conta da forma que canta, utilizando guturais, enfrenta muito preconceito. Em alguns momentos é até mesmo questionada sobre aquela voz ser mesmo dela. Muitos pensam que ela apenas chegou onde está por conta de sua aparência e não por todo seu talento e esforço.
“As pessoas acreditam que só tive sucesso por causa da minha aparência. Eles ignoram as décadas de trabalho exaustivo e caro que fiz.”
“Eu nunca, e nunca me digno, a fazer tais coisas. Felizmente, muitos de nós podemos dizer que simplesmente não fazemos algo se não formos quem somos.”
A vocalista sempre foi duramente criticada por tentar evitar uma situação frequente em clipes de rock: a objetificação da mulher. Em sua última parceria, em que regravou uma música do Powerwolf, ela optou por retirar strippers que estavam presentes na versão original e fez até modificações na letra para exaltar o empoderamento feminino. Embora tenha sido um trabalho incrível, inicialmente Alissa foi muito questionada sobre isso.
Hoje, quando se pensa em representatividade, White-Gluz com certeza aparece como referência para muitas meninas que estão iniciando nesse meio completamente desafiador e dominado por homens. Além disso, ajuda a provar que é possível, mesmo com muitos obstáculos, uma mulher chegar onde quiser.
“Não há razão para que alguém acredite que o gênero tenha algo a ver com o que você é capaz ou com quais são os seus direitos.”
