Fun For Freaks: A diversão e o som para malucos e normais.

Sarah Dias
Hello Band
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9 min readFeb 29, 2024

O trio desta semana definitivamente está ligado no 220v e trouxe o punk rock e hardcore para sua cidade, Santo Antônio de Posse, em São Paulo, como uma resposta à falta de alternativas culturais no local, destacando-se rapidamente, mesmo em um cenário sem uma cena underground estabelecida. Isso não desmotivou Marião, Zé Gordinho e Matheusão; pelo contrário, agora eles querem ir além e deixar sua marca. Conheça agora a Fun For Freaks!

Desde o início das atividades em fevereiro de 2022, a banda já dividiu o palco com renomados nomes do underground brasileiro, como Cólera, Mukeka di Rato e Dance of Days. Todo o seu trabalho foi realizado numa abordagem DIY (Do It Yourself — Faça Você Mesmo), produzindo videoclipes e álbuns sem um orçamento significativo, contando apenas com a ajuda de amigos, mas alcançou uma boa recepção no cenário. Agora, em busca de novos públicos, a Fun For Freaks está empenhada em levar sua música por todo o Brasil, convidando os ouvintes a mergulharem em seu som pulsante e autêntico. Saibam mais sobre esses rapazes que não param por nada em nossa entrevista abaixo:

QUAL HISTÓRIA POR TRÁS DO NOME DA BANDA?
Mario: Na verdade, o nome da banda não tem muito segredo, ele significa exatamente aquilo que a gente se propõe a fazer.

COMO TUDO COMEÇOU E QUE MOMENTOS MARCARAM ESSE INÍCIO?
Mario: Tudo começou com Matheusão e eu brincando de Ramones no fim de 2021. Em 2022 o Zé se juntou a nós e finalmente começamos a nos encarar como banda. Um momento marcante no início da trajetória foi ter participado do “Reunion Fest III” em Piracicaba e dividido o palco com bandas como “Cólera”, “Mukeka di Rato”, “Questions” e “Manger Cadavre?”.

DE ONDE É CADA INTEGRANTE E COMO SEU LUGAR DE ORIGEM INFLUENCIA NO SEU SOM?
Mario: Somos de Santo Antônio de Posse/SP, ou “Lá da Posse”, que é o jeito certo de dizer. Por estarmos muito próximos de dezenas de cidades da região de Campinas, está sendo massa demais colocar a caravana pra rodar.

QUEM É QUEM NA BANDA E QUAIS AS CARACTERÍSTICAS ÚNICAS DE CADA UM QUE INFLUENCIAM NO TRABALHO?
Mario: Eu sou vocal e guita, tenho 38 anos. O Zé é baixista e tem 26, e o Matheusão é o batera e tem 44. Cada um de nós nasceu em uma década diferente. Matheusão é geração X anos 70, eu sou dos anos 80 e o Zé e dos anos 90.

Zé: O Matheus por mais que seja baterista, é o verdadeiro frontman da banda. O cara é atração em todo rolê que a gente vai, já o Mario tem anos e anos no meio underground, ele que introduziu a gente no meio. Eu sou só um cara que gostava de música desde moleque, mas nunca tinha tocado instrumento nenhum, tem sido bem divertido aprender com os dois.

QUANDO TE DEU AQUELE “ESTALO” QUE A MÚSICA ERA SEU LUGAR CERTO NO MUNDO?
Mario: Desde que ouvi “Voyage, Voyage. (Da cantora francesa Desireless do seu álbum “François” de 1989).

Matheus: Comecei a me interessar por música aos 13 anos (mais ou menos). Alguns anos mais tarde, comecei a ouvir bandas de punk rock e fiquei realmente entusiasmado com o estilo e a pegada dos sons. Desde então a música nunca mais saiu da minha vida, porém, somente agora, tocando com a Fun For Freaks é que sinto que estou no lugar e no caminho certo.

Zé: Eu acho que desde moleque, quando escutava Charlie Brown Jr — Acústico MTV com minha mãe.

COMO É SUA RELAÇÃO E CONEXÃO COM OS FÃS? COMO VOCÊS MANTÉM ISSO?
Mario: Nossa relação com quem acompanha nossa correria é bem estreita, a gente gosta de manter essa proximidade e olhar no olho de quem nos apoia, seja de qual forma for: colando em nossos shows, vestindo as camisetas da banda e cantando nossas músicas. A gente ama demais poder vivenciar tudo isso. O público da FFF é FODA!

Matheus: Conhecemos pessoas incríveis desde que começamos a tocar. Fizemos muitos amigos e conseguimos alcançar um público que curte nosso som. Tem o pessoal das bandas que tocamos juntos e as pessoas que colam para curtir os sons. Muitas dessas pessoas começaram a realmente curtir nosso som, e isso me deixou muito animado e, de certa forma, grato por alguém ter gostado de nós. Acho que nossa conexão com as pessoas acontece antes, durante e depois dos shows. Nós sempre estamos conhecendo pessoas novas, o tempo todo. O Marião e o Zé dizem que eu converso com todas as pessoas de todos os rolês (pena que só consigo lembrar de algumas hahaha).

QUAIS SÃO SEUS PASSOS NA MÚSICA, COMO EXPERIÊNCIAS E ESTUDOS ANTES DA BANDA?
Mario: No meio dos anos 200, eu fui baixista da banda de hardcore “Divergências” (O único disco da banda, de 2006, está disponível no youtube). Era também um dos dois membros do duo experimental “O Reinado” (Nosso único disco, “Testes, tentativas e gratidão”, de 2009, está disponível em toda as plataformas). E de lá até aqui, participei/participo de vários projetos como Siloque (Rap), Dopewitch (Downtempo), Bas-Fond (Experimental), Ocean Key (Trip Hop/Synthwave) e agora, desde 2022, a Fun For Freaks. Todos esses projetos têm material gravado e estão disponíveis em todas as plataformas.

Zé: Eu nunca tinha tocado instrumento nenhum, somente cantando numa banda quando era adolescente, chamada Perdidos do Bosque, e em 2022 comecei a tocar baixo para entrar na Fun For Freaks.

Matheus: Formei minha primeira banda de punk rock (meio grunge) em 1995, aos 15 anos de idade, em minha terra natal (Paraibuna-SP). A banda se chamava “Snow Flakes” e eu era vocalista e guita, contando com mais três integrantes. A banda mudou totalmente de formação no ano 2000, nos tornamos um power trio e mudamos o nome para “Ataque Mental”, ficando apenas o baterista e eu da formação original. Neste período passei para o baixo, chamamos um amigo para tocar guitarra e a banda se tornou mais hardcore. Em 2005 me mudei com minha família para Santo Antônio de Posse e fiquei sem banda. Um ano depois eu comprei uma bateria tosca e comecei a aprender tocando junto com meu irmão (que tocava guita e cantava), meu amigo Tito (violão e gaita) e minha cunhada, a Tê, que tocava baixo. Ficamos por mais de uma década tocando juntos em casa e fizemos poucas apresentações. No final de 2021 meu irmão se mudou para o estrangeiro e eu novamente fiquei sem banda. Alguns meses depois, já sem esperança e pensando em desistir, eis que recebo uma ligação do Marião, do nada, dizendo que tinha se mudado para minha cidade e que me conhecia de uma apresentação que ele fez como Siloque. Eu me lembrei na hora desse rolê e perguntei qual era a rua que ele morava, e assim descobrimos que éramos praticamente vizinhos. Ele colou em casa e ficamos ouvindo alguns álbuns de punk e hardcore, conversando bastante sobre bandas e sobre montar uma nova banda. Algumas semanas depois, o Zé Gordinho, que já era meu amigo, apareceu em casa e nós o convidamos para se juntar a nós. O Zé não sabia tocar baixo e em poucas semanas o Mário ensinou os primeiros passos e ele começou a aprender rapidamente (ele é foda). Começamos com alguns covers e logo passamos a fazer nossas próprias músicas. Foi assim que entrei para a FFF.

COMO TEM SIDO O CRESCIMENTO DA BANDA DO INÍCIO ATÉ HOJE? Mario: Tem sido bem massa, estamos sendo muito bem recebidos e fazendo muitos amigos em todas as cidades em que a gente se apresenta. Em 2023 foram vendidas mais de 100 camisetas da banda e isso é algo que a gente nunca imaginaria, assim como ver pessoas cantando as letras de nossas músicas e pogando ao nosso som.

PARA QUEM ACABOU DE DESCOBRIR A “FUN FOR FREAKS”, COMO VOCÊS A DEFINIRIAM EM SUA ESSÊNCIA E AMOR PELA MÚSICA?
Matheus: Acho que passamos uma atmosfera de bagunça, desordem e muita diversão, e nós adoramos isso.

Mario: A principal proposta da nossa banda está no nome. É a diversão.

Zé: Eu diria que é caótico. Assim como o Mario disse, o nome da banda reflete bem como são nossos shows.

A BANDA JÁ POSSUI ÁLBUNS OU EPS? SE SIM, QUAIS SÃO? SE NÃO, PRETENDEM FAZÊ-LOS?
Mario: Já lançamos dois álbuns. O primeiro se chama Fun For Freaks, ou (2023). E o disco novo “NOT YET”, saiu do forno agora, dia 16/02/2024 e apresenta 14 novos sons em 12 minutos.

Álbuns: "Fun For Freaks" (2023) e "Not Yet" (2024).

DAS SUAS MÚSICAS, QUAIS VOCÊ RECOMENDARIA AOS NOVOS OUVINTES?
Mario: A faixa que leva o mesmo nome da banda é um bom começo. Do disco novo eu recomendo “Slavery Masters”.

Zé: Eu diria que “The Cure” é uma das que eu mais gosto, assim como “Toner Friendly”.

Capas dos Singles: "Tricky Masters" (2024) e "All Witches" (2022).

VOCÊS PODEM COMPARTILHAR UM POUCO SOBRE O ÚLTIMO SINGLE LANÇADO E FALAR DOS TRABALHOS FUTUROS?
Mario: O último lançamento na verdade, foi o disco que acabou de sair. Ainda para esse ano temos o projeto de lançar um split com a banda Fao Troffea e pegar firme nos ensaios para nosso próximo disco.

POSSUEM PLANOS PARA FAZER TRANSMISSÕES AO VIVO PARA OS FÃS?
Zé: Acho que seria uma boa para o futuro, mas agora não temos nada em vista.

A PANDEMIA AFETOU O TRABALHO DA BANDA? EM CASO AFIRMATIVO, COMO LIDARAM?
Mario: A banda ainda não estava em atividade durante a pandemia.

QUAIS SÃO AS FONTES DE INSPIRAÇÃO DE CADA UM?
Mario: De Massive Attack a Napalm Death, de Cólera a RZO, de Circle Jerks a RVIVR, de Minutemen a DFL e por aí vai.

Zé: Eu adicionaria à lista do Marião, Dead Kennedys, Ramones, OFF!

Matheus: NOFX, Bad Religion, Ramones, Dead Kennedys e outras.

NO QUESITO FILMES E SÉRIES, QUAIS VOCÊS MAIS AMAM E COMO ELES INFLUENCIAM NA MUSICA DA FUN FOR FREAKS?
Mario: O melhor filme que assisti nos últimos anos se chama “Projeto Flórida”; melhor filme da produtora A24. Gosto muito de filmes de terror também, o melhor que vi esse ano foi o Argentino “O mal que nos habita”.
No nosso novo disco tem um som chamado “Patricia” que é inspirado no filme “Fragmentado”.

Matheus: Gostava muito de assistir filmes trash, filmes de gângster e de pessoas viciadas em drogas (rs). Gosto muito da trilogia “O Poderoso Chefão”, da série That 70’s show e outros. Não acho que os filmes me influenciaram musicalmente.

Zé: Acho que o único filme que influenciou a gente foi “Fragmentado”, por conta da música “Patricia”, mas acredito que não tenha mais nada que influencie diretamente.

QUE CONSELHO VALIOSO DARIAM A QUEM ESTÁ COMECANDO NA MÚSICA E QUER ALCANCAR O SUCESSO?
Matheus: Acho que eles estão no caminho oposto da música sincera. Não percam seu tempo lutando por sucesso na indústria, e sim por um reconhecimento verdadeiro, vindo de um público igualmente verdadeiro.

Zé: Eu acho que o mais importa é fazer algo que você goste. Sucesso depende de uma série de fatores que fogem do seu controle, desde que não seja uma banda de facho, qualquer coisa tá valendo.
Mario: Viva o underground!

COMO RECADO FINAL, QUAL MENSAGEM VOCÊS DEIXAM PARA QUEM ESTÁ PRESTE A CONHECÊ-LOS?
Matheus: Nós somos a Fun For Freaks lá da Posse. Temos punk rock e diversão para vocês.

Mario: Aumente o som e divirta-se!

Zé: Vem com nós que é sucesso, e não deixe de abraçar o Matheus!

Sigam a Fun For Freaks nas redes sociais, plataformas de streaming(tem para todos os gostos inclusive) e votem muito neles para que possam tocar no Lollapalooza:

Votação da Rádio 89 para tocarem no Lolla:
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