I Wanna Be Tour ‘24: o espírito da nostalgia
Nunca foi apenas uma fase, de algo que se guarda para sempre
Do sonho de qualquer adolescente dos anos 2000. A descoberta de bandas do gênero emocore para muitos foi por meio de programas de televisão, como a antiga MTV Brasil, por intermédio de redes sociais, como o Orkut e o MySpace e também por amizades em comum.
Nada era tão simples como atualmente. Hoje basta abrir o celular, o seu aplicativo de música e você terá acesso a todas as músicas, gêneros e novos artistas. Aos 15 anos, foi por meio softwares que era possível realizar o download de música por música, um álbum inteiro ou seus clipes preferidos (assim como fazia os incas, maias e astecas, quem sabe). Na época, com internet discada, talvez fosse necessário esperar por quase um dia para ter o álbum daquela banda que achou tão afável e então poder escutar.
A espera, definitivamente, não importava. Nós sabíamos esperar e ouvir todas as músicas daquela banda que achamos tão interessante. Mas nunca foi só a música que nos conectava com aquele artista. Acredito que isso até hoje para fãs de qualquer geração. Da geração emo anos 2000 a geração kpop e pop sempre existiu a paixão. Paixão pela música e então… pelo artista ou banda.
Foi então a paixão que fez levar os adolescentes dos anos 2000 a conhecer tantas bandas e artistas. Letras que cabiam perfeitamente naquela fase da vida, e que mesmo após 15 anos dessa geração, as letras continuam tendo algum sentido. Pela internet, lembro perfeitamente do festival americano que fez conhecer tantas e tantas bandas que marcou a minha adolescência.
O festival, no caso, chamava-se “Warped Tour”. Na época só era possível ver o nome de bandas em alguns sites e uma outra via-se em clipes na MTV Brasil, enquanto outros exigiam uma pesquisa mais aprofundada no MySpace ou softwares de download de músicas.
De adolescentes a adultos, crescemos, amadurecemos na vida e maturamos uma carreira e vida pessoal. Uma nostalgia que foi possível reviver o sonho de uma adolescente de 15 anos com o anúncio do I Wanna Be Tour no Brasil com bandas brasileiras e estrangeiras como: Simple Plan, A Day To Remember, All Time Low, The All American Rejects, Asking Alexandria, The Used, Boys Like Girls, Plain White TS e MayDay Parade.
Aqui cabe falar, perfeitamente, das bandas e dos artistas brasileiros. Eles representam o espírito desse festival. Fresno, sempre tão impecável em suas letras e com muita presença de palco para dar o “start” no festival. NX Zero, que nunca parecem ter dado um “hiatus” na banda. A música fala por eles. Pitty, única artista mulher do festival, relembrando os eternos vinte anos de Admirável Chip Novo (2003).
Ter vivido esse dia de festival, mesmo não sendo adolescente fez valer um espírito de nostalgia. Permita meus relatos, de uma pessoa que ama observar: para a Fernanda, que estava do meu lado, ela foi sozinha no show mas se mostrou tão independente e solicitando ajuda (principalmente para alimentação e bebida) e que me ajudou muito também; para o fã de Asking Alexandria que cantou todas as músicas (todas mesmo!) com um sorriso no rosto; para a Mariana (redatora do Hello Band) que estava em outro setor, e nossa comunicação se baseava por mensagens e surtos e que também me fez sentir acolhida, por uma menina que estava na minha frente, com a camiseta da melhor frase da vida: “if life ain’t just a joke then why are we laughing?”, uma referência da música Dead! do My Chemical Romance; e pelos meus amigos e meu namorado que estavam ali curtindo juntos em cada momento desse dia (mais de 12 horas… e haja dorflex — relaxante muscular — no dia seguinte para uma geração +30 anos!).
Eu resumiria em duas letras músicas de bandas que significaram muito na minha adolescência e ainda me trazem um conforto nos dias atuais: “Se não agora, depois, não importa.” (Razões e Emoções — NX Zero) e “Eu perdi todas as minhas dúvidas em um romance químico” (Take It Away — The Used). Robert McCracken, não há problema nenhum em assumir isso, tá? É sobre!
Todas os destaques de vídeos e fotos desse dia, vale muito a pena conferir no instagram do Hello Band: clique aqui e seja (emo) feliz novamente!