In This Moment: Maria Brink e sua agressividade doce
Maria Brink, vocalista do In This Moment, banda que certamente é um dos maiores nomes do metal feminino, fala sobre toda sua história e obstáculos que enfrentou até chegar a uma indicação ao Grammy.
Após uma infância difícil, ela decidiu que se mudaria com seu filho para Los Angeles em busca de uma oportunidade para seguir na música. Foi um início desafiador, pois ela ainda não havia se encontrado musicalmente. Ela só sabia que precisava de alguma forma gritar o que estava sentindo com tudo isso.
"Eu tinha meu coração, minha vida, minhas experiências quando criança e uma mãe solteira que eu precisava para liberar cantando e gritando de forma agressiva."
Custou muito tempo e dinheiro, mas com o In This Moment, Brink foi capaz de chegar exatamente onde queria estar. Até mesmo o visual da banda carrega traços de sua personalidade. Os shows da última turnê trouxeram um toque teatral com sagrado e ao mesmo tempo obscuro.
Essa aparência diferente da banda, somada a uma agressividade incrível na voz e atitude de sua frontwoman, trouxe a tona algo único. E, com isso, deu força para muitos fãs acreditarem que podem ser quem quiserem, fato que é muito visto através da forma que se vestem em shows.
"Nós meio que construímos nosso próprio mundinho. Os fãs vêm aos nossos shows e se vestem (fantasiados), fomos capazes de construir nosso próprio pequeno império."
Maria define suas músicas como válvulas de escape para alguns traumas, o que com certeza é sentido por quem escuta cada uma. São sempre letras que mostram que é possível ter extrema força até mesmo na vulnerabilidade.
O sétimo álbum da banda, intitulado “Mother”, tem um aspecto muito pessoal e passa uma mensagem de reflexão. Ainda que tenha peso e agressividade como os outros, traz também empatia e espiritualidade. Agora ela mostrou de forma direta o que sentiu em suas experiências de vida, acreditando que esses traumas podem se transformar em algo positivo para crescermos e nos tornarmos pessoas fortes.
"Eu realmente acredito que as dificuldades e traumas pelas quais as pessoas passam podem se tornar uma bênção, porque aprendemos a crescer por meio deles."
A banda, que nunca foi de fazer algo 'moldado' para ser popular e sim transmitir exatamente o que queria, certamente não esperava uma indicação para o Grammy, mas foi o que aconteceu. O single “The In-Between” foi indicado na categoria de ‘Melhor Performance de Metal’. A música fala sobre a infância da vocalista, num contraste entre o incentivo de sua mãe e a ausência de seu pai. Ainda que não tenha vencido, foi uma enorme conquista na carreira de Brink.
Ela enxerga isso como uma forma de ser um exemplo para quem sonha o que ela sonhou um dia. Maria serve para mostrar que é possível alcançar até mesmo além do esperado. É um processo demorado e muitas vezes difícil, mas a história dela mostra que sendo você mesmo é possível construir uma carreira de sucesso na música.
“Eu tive aqueles grandes sonhos. Eu ainda tenho grandes sonhos. Ainda estou tentando sonhá-los. Eu adoraria se pudesse apenas influenciar aquela menina ou menino.”
